Entre as ações, o programa Sou Mulher UFMS quer incentivar a igualdade de gênero e empoderamento feminino
Nos dias 3, 4 e 11 de novembro, será realizada mais uma edição do Vem pra UFMS – Ciência nas Escolas. “O programa tem por objetivo geral proporcionar aos estudantes e visitantes contato com a cultura acadêmica promovida pela Universidade, apresentar os espaços de ensino, pesquisa, extensão e inovação, divulgar cursos e conhecimentos produzidos pela comunidade acadêmica”, diz a diretora de Popularização da Ciência da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Esporte (DIPC/Proece) Lia Brambila.
Ela explica que serão desenvolvidas atividades em 24 escolas distribuídas pelos dez municípios nos quais a UFMS está presente. “A ação UFMS na escola ocorre semestralmente a fim de oferecer apoio com carga horária de extensão, fortalecendo a curricularização da extensão nos cursos de graduação. Nossos acadêmicos vão até a escola apresentar seus trabalhos, então, a ideia é levar a ciência produzida na Universidade para dentro das escolas, despertando o interesse científico dos alunos do Ensino Fundamental e Médio”, destaca.
Para realizar as atividades nas escolas a UFMS conta também com a parceria da Secretaria de Estado de Educação e das secretarias municipais. Segundo Lia, todos os câmpus da UFMS estarão envolvidos com os mais diversos projetos. “São 188 projetos da Cidade Universitária e 153 dos câmpus. Entre eles está o Programa Sou Mulher UFMS”, conta Lia.
Sou Mulher UFMS
“Nosso objetivo, ao participar dessa edição do Vem pra UFMS, é incentivar as meninas a fazerem graduação nas áreas de Ciências Exatas e áreas onde há iniquidade de gênero entre homens e mulheres. Segundo a ONU, as mulheres ainda são 35% dos estudantes matriculados em STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática) nas universidades. Hoje, na UFMS, a Faculdade com a menor proporção de meninas é a Faculdade de Computação (Facom), com 13,82%; seguida do Instituto de Física com 27,35%; Instituto de Matemática, com 37,13% e Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, com 39,72%” relata a coordenadora do Programa Sou Mulher UFMS e diretora de Inclusão e Integração Estudantil da Pró-reitoria de Assistência Estudantil, Luciana Contrera.
“São diversos os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho e fortalecer a diversidade em todas as profissões é necessário. Com este fortalecimento em todas as áreas do saber também criamos um ambiente propicio para que a mulher exerça sua profissão, a fim de não correr riscos na sua carreira simplesmente pelo fato de ser mulher”, diz a diretora da Diiest. A ação ainda vem ao encontro do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
De acordo com Luciana, a apresentação será por meio de banners pelas estudantes dos cursos das carreiras da STEM. Em Campo Grande, a Facom participará da ação e no interior, todos os câmpus da UFMS estarão envolvidos com os mais diversos projetos sobre temas como Educação financeira feminina, Matemática é questão de meninas sim!, Meninas cientistas do Pantanal, entre outros.
“Sabe-se que diversos fatores, dificultam, impedem ou retardam a permanência das mulheres no mercado de trabalho e nas universidades. Acredito que é sob este contexto que o programa Sou Mulher UFMS se insere”, destaca a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Câmpus de Naviraí (CPNV) Eleana Patta Flain. “Considerando que a UFMS possui em seu quadro uma média de mulheres igual a 54,4 % e no CPNV 74,3% vejo nesse programa uma grande oportunidade para chamar a atenção, das estudantes do ensino superior presentes no nosso Câmpus, sobre os entraves para a permanência das mulheres nas universidades e que é possível superá-los”, relata.
A professora coordena as ações do Sou Mulher UFMS no câmpus e a apresentação do projeto na escola será realizada por acadêmicas do curso. “Com os resultados obtidos do programa os gestores da UFMS podem adotar medidas que favoreçam a permanência dessas mulheres no ambiente acadêmico. Por fim, acredito que a grande relevância do projeto Sou Mulher UFMS seja contribuir para aumentar a permanência das mulheres na universidade e em cargos nos diversos seguimentos e chamar a atenção para questões relevantes que afetam tanto a vida das mulheres”, diz.
“A participação das meninas do projeto de ensino Elas Programando é muito importante para a comunidade e para elas próprias, já que é uma experiência a mais. Estamos levando informações sobre a Faculdade de Computação. Além de detalhes sobre os cursos, na apresentação mostramos os números de professores e acadêmicas. Apesar de ainda ser menor em relação ao sexo masculino, a presença das mulheres é muito marcante. Penso que essa aproximação entre as estudantes da Facom, as professoras e as alunas das escolas possam despertar maior interesse delas nas carreiras da área”, enfatiza a professora da Facom Luciana Montera.
Em Ponta Porã, professora e acadêmicas petianas do curso de Matemática vão apresentar o projeto Matemática é questão de meninas sim!. “A partir de estudos conseguimos observar algumas das causas da desigualdade de gênero nas áreas de exatas, essa diferença é significativamente maior em áreas tecnológicas. Mesmo em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, a presença feminina é reduzida nessas áreas”, comenta a professora Vanilda Alves da Silva.
“A partir de levantamento de dados, encontramos relatos de várias mulheres que marcaram história na área da Matemática. Por isso, considero muito importante essa atividade, pois, através do exemplos dessas mulheres, pretendemos mostrar para as alunas de ensino básico que menina pode estudar sim matemática e ciências exatas em geral”, fala a acadêmica Joice Aparecida Mioto.
Segundo a professora Vanilda, incentivar a participação feminina nestes cursos “se faz indispensável atualmente para quebrar com o paradigma ainda forte na sociedade em que vivemos de que meninas não podem ingressar em cursos de exata e terem uma carreira bem sucedida nessa área”, finaliza. O projeto conta ainda com a participação da da estudante Natalia da Silva Siguemurai e é uma ação realizada em parceria pelos grupos PET Matemática Conexões de Saberes dos câmpus de Ponta Porã e de Três Lagoas. Além do grupo, a professora dos cursos da área de computação do CPPP Yorah Bosse também apresentará ação do programa Sou Mulher UFMS.
Em Campo Grande, as apresentações serão nas escolas municipais: Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, Doutor Eduardo Olímpio Machado, José Rodrigues Benfica, Osvaldo Cruz, Padro José Valentim, Oliva Enciso, Professor João Cândido de Souza e Senador Rachid Saldanha Derzi, nos dias 3 e 4.
Em Aquidauana, o Vem pra UFMS será realizado na Escola Municipal Erso Gomes, no dia 4 de novembro. Em Chapadão do Sul, no dia 3, no Colégio Maper. Em Corumbá nos dias 3 e 4, na Escola Adventista. Em Coxim, no dia 3, na Escola Estadual Pedro Mendes Fontoura. Em Naviraí, no dia 4, na Escola Municipal José Carlos da Silva. Em Nova Andradina, nos dias 3 e 4, nas escolas estaduais Marechal Rondon e Padre Anchieta, nas municipais Nova Casa Verde, Professora Efantina de Quadros e Professor João de Lima Paes, e no câmpus do IFMS. Em Paranaíba, no dia 4, na Escola Estadual José Garcia. Nos dias 3 e 4, na Escola Estadual Professor João Magiano Pinto, em Três Lagoas. No dia 11, nas escolas estaduais Coronel Ramiro Noronha, Geni Marques Magalhães e João Brembatti Calvoso, em Ponta Porã.
Texto: Vanessa Amin
Fotos: Acervo DIPC/Proece