Universidade promove acesso de meninas às carreiras científicas por meio do Futuras Cientistas

Em janeiro, a UFMS tem promovido atividades do programa Futuras Cientistas voltadas para alunas e professoras da rede pública. A iniciativa do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, tem o intuito de estimular o interesse de meninas e mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, proporcionando às participantes a oportunidade de vivenciar o dia a dia de uma cientista e o contato tanto com a Universidade como com o ambiente de pesquisa.

Nesta edição do programa, criado em 2012, o projeto Vivências em Botânica: abordagens e aplicabilidades para estudos da biodiversidade vegetal, do Instituto de Biociências (Inbio), foi um dos selecionados entre oito atividades desenvolvidas no Centro-Oeste.

A professora do Inbio Rosani Arruda é a coordenadora das ações realizadas na Cidade Universitária, com a participação de cinco alunas e uma professora da Educação Básica. Desde o dia 6, elas vivenciaram atividades de campo, práticas em laboratório, oficinas, palestras e visitas técnicas relacionadas à botânica. “A gente propõe atividades científicas, porque o objetivo é estimular essas alunas que estão entrando no 3º ano do Ensino Médio, que vejam, que tenham um olhar para essa carreira de pesquisadora, de cientista. […] Normalmente, as plantas são bem pouco percebidas. Então, nós fizemos várias atividades mostrando que a pesquisa pode ser feita com plantas em várias áreas. Não só na área de morfologia, na área externa, mas também na genética, evolução. A gente visitou o Museu de Arqueologia, onde nós mostramos a importância das plantas na alimentação dos povos antigos”, explica.

Para a docente, o maior destaque da iniciativa é possibilitar que meninas e mulheres tenham acesso a carreira científica e possam contribuam para o desenvolvimento do país. “Eu acredito que [o projeto] impacta positivamente no interesse das alunas pela ciência e pela Universidade, porque elas têm a oportunidade de conhecer vários laboratórios em várias áreas. Acredito que isso é um atrativo a mais para elas virem para a Instituição. É importante, porque promove também que elas continuem os estudos”, acrescenta.

Além da oportunidade de conhecer a Universidade, Rosani enfatiza o papel do programa para o fortalecimento dos programas de pós-graduação e da pesquisa em MS. “Eu acredito que a UFMS contribui bastante para a consolidação da ciência no Estado de Mato Grosso do Sul. A gente tem aqui, na Universidade, pesquisas que são desenvolvidas em diversas áreas, por vários professores, professoras, pelos técnicos. Essa contribuição é fundamental e a gente precisa da participação da sociedade, das escolas, das alunas, dos alunos. Que venham e ingressem na Universidade, continuem esse trabalho de pesquisa, participem dos projetos de pesquisa. Eles têm essa oportunidade”, conclui.

O estudante do curso de Ciências Biológicas do Inbio Guilherme Meins tem atuado como monitor nas atividades durante as férias. “Por ser um futuro professor, eu pensei em me candidatar como monitor voluntário justamente para ir praticando e conseguir um contato maior com alunos do Ensino Médio. Eu vou fazer o estágio obrigatório para eu conseguir me adaptar, me comunicar melhor e é gratificante também por conta de ser um projeto importante do Governo Federal”, pontua.

A professora Caroline Bonifácio da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado foi uma das selecionadas para integrar as atividades do programa na Cidade Universitária. “Fiz graduação em Minas Gerais, mestrado no Espírito Santo, voltei para Minas para fazer doutorado. Passei no concurso e assumi no ano passado. Quando eu cheguei, não conhecia aqui ainda, não conhecia a UFMS e eu vim sem contato. Pensei que precisava fazer contato para poder levar as pesquisas que acontecem aqui para sala de aula, porque isso é muito gratificante”, conta.

Para ela, a imersão científica possibilita que sua profissão seja um ponte entre a Educação Básica e a ciência produzida pela Universidade. “Eu sou especializada de etologia, na área de comportamento animal, e eu poder fazer um aprofundamento em uma outra área da biologia que eu não tive oportunidade no mestrado e doutorado é de suma importância para eu levar para sala de aula. […] E para as alunas, isso nem se fala, é uma oportunidade de estar dentro da Universidade, ver como as pesquisas acontecem e elas entenderam que é possível estarem aqui”, reforça.

Quem também viu o Futuras Cientistas como uma possibilidade de conhecer a UFMS foi a aluna Amanda Greffe da Escola Estadual Dona Consuelo Muller. “No começo, um professor me falou do projeto. Eu gostei, porque é uma chance de ver a Universidade, porque a gente escuta muito da UFMS, mas a gente não sabe o que acontece de fato aqui dentro. Eu vi como uma oportunidade de poder vivenciar mesmo, de conhecer um pouco da faculdade”, disse.

A aluna Any Sopya Melo estuda na Escola Estadual Carmelita Canale Rebuá, em Miranda, e sonha ingressar no curso de Agronomia da UFMS. “Eu achei uma oportunidade para estar conhecendo pessoas diferentes, porque na minha cidade a gente não tem essas oportunidades, lá não tem faculdade”, conta.

Para mais informações sobre o programa Futuras Cientistas, confira a página e o perfil oficial no Instagram da iniciativa.

Texto: Thalia Zortéa e Bianka Macário

Fotos: Bianka Macário

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