Universidade participa de ações para combate ao Aedes aegypti

O Teatro Glauce Rocha sediou hoje, 14, a assinatura de parceria entre a Prefeitura de Campo Grande e Conselho Regional de Farmácia instituindo o Programa de notificação de casos de dengue pelas farmácias e drogarias da cidade, o “Notificafarmadengue”. A ação aconteceu na reunião do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Mosquito Aedes aegypti, do qual a UFMS faz parte.

A Universidade é parceira da prefeitura no Programa Integrado Intersetorial de Colaborador Voluntário desde 2019 e tem realizado diversas ações de capacitação dos colaboradores, além de vistorias a fim de descobrir focos, depósitos ou locais que possam servir de criadouros para o mosquito.

O reitor Marcelo Turine ressaltou a importância da rede integrada de instituições para o combate à dengue e também da Ciência para minimizar o impacto das doenças. “A Educação e a Ciência são a base de todo processo de enfrentamento a qualquer tipo de doença. A UFMS é parceira da prefeitura desde o início desse projeto, envolvendo nossos professores, pesquisadores, estudantes e laboratórios científicos. E aqui fazemos todo o movimento para alcançar as metas, atender e eliminar cada vez mais esse bichinho, que é perigoso e traz muitos problemas para a saúde da população”, disse.

“Toda vez que agimos antecipadamente, com planejamento, envolvendo a sociedade e em busca de opiniões de especialistas, como é no nosso comitê, os resultados são sempre positivos à sociedade. A UFMS, a Prefeitura de Campo Grande, as entidades não governamentais, todos nos reunimos em favor da diminuição da dengue. Temos buscado a cada ano resultados mais positivos e temos obtido sucesso. Desde 2015 não se via um número tão favorável quanto o colhido agora. Isso se deve ao Comitê. O acordo com as farmácias tem como objetivo facilitar ao cidadão o acesso às devidas informações e esclarecimentos, e para que cada vez mais ele se conscientize de que a responsabilidade também é dele”, falou o prefeito Marquinhos Trad.

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, informou que desde a criação do comitê diversas ações foram desenvolvidas, como a coleta de materiais inservíveis na operação Mosquito Zero, atividades para a conscientização da população e colaboração voluntária, entre outras. Disse também que neste ano foi registrada a menor incidência da doença dos últimos cinco anos. “Até o momento tivemos 4.500 notificações de dengue, o que representa aproximadamente 10% da última grande epidemia de 2019, com mais de 41 mil notificações”, apontou.

O secretário reforçou que mesmo em situação favorável é preciso manter o alerta, pois trata-se de um mosquito que se adaptou ao nosso clima e meio. “O mosquito vem sendo melhor estudado, precisamos  entender todo o processo para tomarmos as medidas, mas ainda nenhuma delas substitui a limpeza domiciliar, uma vez que 80% dos focos continuam dentro dos domicílios. É um tipo de situação que há controle, podemos evitar, então todas as parcerias são muito importantes. Com as farmácias teremos uma maior sensibilização”, afirmou.

O Pró-reitor de Administração e Infraestrutura, Augusto Malheiros, lembrou que a Universidade é um extrato da sociedade e por isso deve participar desse movimento de prevenção. “A partir da parceria firmada em 2019 viemos ampliando as ações. Hoje temos aqui a reunião do comitê do qual fazemos parte e assim promovemos a integração com toda a comunidade”, informou.

“Nós participamos do comitê auxiliando tanto na questão prática das tarefas, quanto na visualização de janelas de oportunidade de pesquisa. Um exemplo é o levantamento de índice rápido do Aedes, onde é contada a população do mosquito a fim de projetar uma possível epidemia. Procuramos investir nas pesquisas, nessas coletas de dados para aumentar a velocidade de resposta, porque o ciclo de vida do mosquito é muito curto. A pesquisa auxilia desta maneira, com dados dinâmicos que conversam entre si para que os gestores possam ter o direcionamento para o combate”, explicou o professor do Instituto de Biociências (Inbio), Antonio Pancracio de Souza.

 

 

Texto: Ariane Comineti – Fotos: Crislaine Oliveira