Universidade efetiva internacionalização em diversas frentes

Com o intuito de aumentar a visibilidade e competitividade do conhecimento produzido no País no cenário internacional, oportunizar a colaboração brasileira no desenvolvimento de tecnologias e soluções para problemas mundiais; e, ainda, ampliar a interatividade com o resto do mundo por meio de parcerias de pesquisa; as instituições de ensino brasileiras têm se voltado cada vez mais para a internacionalização.

Na UFMS uma das realizações no sentido de implementar a prática foi a criação da Agência de Desenvolvimento, Inovação e Relações Internacionais (AGINOVA), onde se estabeleceu a Divisão de Relações Internacionais (DIRIN).

Divisão de Relações Internacionais (DIRIN)

De acordo com a Chefe da Divisão, Carolina Nantes, as relações internacionais ocorrem de maneira diferente em cada instituição e, na UFMS, o estabelecimento da Divisão dentro de uma Agência, faz com que seja possível a atuação em diversas frentes. “Nós buscamos promover o intercâmbio científico, tecnológico, cultural, artístico e filosófico entre a UFMS e outros órgãos internacionais; dar apoio a docentes, discentes, pesquisadores e técnicos-administrativos da Universidade, bem como de instituições do exterior, que busquem estudar ou que já estejam estudando em instituição diferente da sua de origem, seja aqui ou fora do Brasil; e estabelecer os convênios, parcerias, acordos de cooperação e intercâmbio com as instituições de ensino, pesquisa, extensão e fomento dos mais diversos países”, lista.

Atualmente os esforços têm se concentrado em mapear passo a passo os procedimentos internos na Universidade para a participação em graduações e pós-graduações sanduíche e a disponibilização dessas informações online. “Queremos estabelecer esse fluxo por meio da DIRIN para que os interessados encontrem mais rapidamente as informações e consigam participar dos editais da melhor forma possível; editais esses que hoje já buscamos e divulgamos na página da AGINOVA”, comenta.

No auxílio às atividades da DIRIN e dos cursos de Letras, com especial atenção a materiais da língua francesa, a Universidade já conta com um leitor específico desde o ano passado. A vinda de Quentin Branco Nunes para a UFMS se deu por meio de uma parceria entre a Embaixada Francesa e as instituições de ensino superior que tiveram seus projetos aprovados. A estadia do leitor francês na Universidade ocorreria até maio deste ano, mas foi estendida até dezembro.  “É muito interessante porque com ele podemos tirar dúvidas pontuais, porque querendo ou não por mais que falemos a língua estrangeira ainda existem barreiras culturais que muitas vezes nos impedem de uma tradução correta. Às vezes só quem tem o domínio da língua compreende”, lembra a chefe da divisão que aponta ainda outra ação em desenvolvimento, o estabelecimento de atividades especiais para quem volta de algum tipo de intercâmbio/curso/graduação/especialização do exterior. O intuito é consolidar o acompanhamento do resultado da troca de experiências e conhecimentos feita com as instituições de fora.

Além de todas as atividades já listadas a DIRIN ainda tem como missão a intermediação de visitas de embaixadores e representantes internacionais à Universidade para o estabelecimento de parcerias, como a realizada com a embaixada da Suíça no início de junho; e a interação com as demais unidades da UFMS na condução e execução dos diversos programas internacionais, monitorando o seu desenvolvimento e divulgando os resultados obtidos.

Outras iniciativas

Para além da DIRIN, na UFMS outros projetos contribuem para a internacionalização como o Programa Idiomas Sem Fronteiras (ISF), do Ministério da Educação (MEC) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); e o Projeto de Extensão “Cursos de Línguas Estrangeiras – PROJELE”.

O ISF funciona como propulsor para o processo de internacionalização da Universidade, preparando a comunidade acadêmica em relação à língua estrangeira. O Programa atende a discentes, docentes e técnicos-administrativos com cursos online e também presenciais. São ofertados cursos de longa duração em língua estrangeira e cursos rápidos específicos como para leitura, apresentação de trabalhos e criação de abstract em língua estrangeira, entre outros.

Já o projeto de extensão PROJELE existe na UFMS desde 1996 ofertando a toda a comunidade cursos de qualidade a um preço acessível. Além de colaborar com a formação de jovens e adultos em línguas estrangeiras o projeto serve de laboratório para os acadêmicos da UFMS que atuam como professores-instrutores, na condição de bolsistas.

Ainda na implementação da internacionalização os programas de pós-graduação da UFMS realizam eventos/cursos/disciplinas com discentes estrangeiros propiciadas por intercâmbios realizados por professores e pós-graduandos.

Tecnologias Ambientais

Um exemplo é o Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais (PGTA) que ofereceu no primeiro semestre de 2017 três disciplinas ministradas em inglês: Biologia para Engenharia Ambiental, Análise de Ciclo de Vida para Tecnologias Ambientais e Seminários. O objetivo é internacionalizar o programa, facilitando a adaptação de intercambistas estrangeiros, e também aprimorar as habilidades dos alunos do PGTA na língua inglesa.

Segundo Johannes Gérson Janzen, coordenador do PGTA, “o oferecimento de disciplinas na língua inglesa é somente o início para a atuação cada vez mais forte dos membros do PGTA na resolução de problemas globais com instituições internacionais, do aumento do intercâmbio internacional e para o estabelecimento de convênios de co-tutela”. Outra vantagem citada por Johannes é o fato de que a internacionalização fará com que o PGTA se atualize constantemente nas linhas de pesquisa e disciplinas oferecidas.

O PGTA exige na inscrição um certificado que comprove a proficiência na língua inglesa e utiliza como guia o “Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas”, aceitando os mais variados exames de língua inglesa, desde TOEFL até Duolingo. “Apesar dos requisitos para participação no PGTA estarem ficando mais elevados, essa elevação está fornecendo oportunidades ímpares para os membros do PGTA. Só neste ano dez alunos foram ou estarão indo realizar intercâmbio em instituições da Alemanha, Espanha, Canadá e Estados Unidos”, comenta Johannes.

Manoel Lucas Machado Xavier, aluno de Doutorado do PGTA, retornou do Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos. Segundo ele, “a língua inglesa não deveria ser vista como uma barreira, mas sim como uma ponte que permita que nós cheguemos a cientistas de qualquer parte do mundo”.