O combate ao novo coronavírus (Covid-19) está estimulando diversas ações entre instituições públicas e privadas. A UFMS vai participar de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para avaliar medicações que serão utilizadas no tratamento de pacientes com Covid-19.
Em Campo Grande, os testes dos estudos serão feitos no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap/UFMS) e o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), e serão liderados pelo pesquisador e professor da Faculdade de Medicina da UFMS (Famed), Júlio Henrique Croda.
Com o crescente número de pessoas infectadas pelo coronavírus (Covid-19), pesquisadores intensificam a procura por estratégias de tratamento. Nesse contexto, dois ensaios clínicos serão feitos e avaliarão as medicações que podem ajudar no tratamento da doença. Dentre elas, está a hidroxicloroquina, remédio utilizado contra malária e doenças autoimunes.
“O primeiro ensaio clínico, liderado pela Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, visa avaliar quatro drogas diferentes para o tratamento da Covid-19. Uma dessas drogas é a hidroxicloroquina, que é usada para o tratamento de malária. Esse estudo será realizado tanto no Hospital Universitário, quanto no Regional, em Campo Grande. O outro ensaio é um estudo específico de avaliação da hidroxicloroquina, que está sendo liderado pelo pesquisador Marcos Lacerda, da Fiocruz Amazônia. E esse é um estudo menor, que visa avaliar também o uso da hidroxicloroquina, para o tratamento dos pacientes com Covid-19”, explica professor Júlio Henrique Croda.
“Com o apoio do Ministério da Saúde, o objetivo de todos os projetos é fornecer aos pacientes as medicações que estão em fase de teste e avaliarmos cientificamente qual é a efetividade dessas medicações, antes de estar disponibilizando a todo o sistema de saúde”, complementa o pesquisador Júlio Croda.
A UFMS também contribui com o projeto que vai organizar os laboratórios da universidade para aumentar a capacidade do estado na testagem rápida da Covid-19.
“Nós temos um cenário que é um projeto de extensão, que visa mapear e qualificar os laboratórios da UFMS e dos diversos parceiros do estado, no sentido de prover capacidade desses laboratórios realizarem o teste específico para a Covid-19. Dessa forma, aumentar a capacidade de testagem de Mato Grosso do Sul, para aproximadamente mil testes por dia. Esse é o objetivo final, para garantir que a população tenha acesso à testagem”, explica Croda.
Para o pesquisador Júlio Henrique Croda, o projeto gera uma resposta para a sociedade. “A parceria conta com o Ministério da Saúde, mas cabe ao estado e às universidades tentar organizar essa rede no sentido de identificar os laboratórios de pesquisa e serviço, que têm capacidade de realizar esse exame, que têm estrutura física e pessoal dedicado para fazer”, finaliza.
Texto: Bárbara Menezes