Com o objetivo de fortalecer as atividades pedagógicas no Campus de Aquiaduana (CPAQ), a UFMS firmou acordo de cooperação para oferecer apoio ao curso de graduação Licenciatura Intercultural Indígena. Assinado pelo reitor Marcelo Turine e pelo prefeito do município, Odilon Ferraz Alves Ribeiro, o acordo visa a conjunção de esforços para contribuir na formação específica de professores indígenas na modalidade da Pedagogia da Alternância.
A Prefeitura Municipal de Aquidauana fará a cedência do professor e mestre em Antropologia Paulo Baltazar para auxiliar nas atividades do curso. O educador, que também é indígena, contribuirá como formador de seus pares para atuarem em suas comunidades. O curso também prevê a presença de especialistas pesquisadores para o trabalho de formação docente nas disciplinas pedagógicas e específicas, em especial na áreas da Linguística, Letras, História, Antropologia e Artes.
Segundo a coordenadora e professora do curso Onilda Sanches Nincão, a presença do educador será importante para os acadêmicos. “O novo acordo vai facilitar ainda mais a nossa relação e interação com os estudantes. Nós agradecemos a prefeitura de Aquidauana e estamos felizes com a contribuição e atuação do professor Paulo Baltazar no curso”, ressalta.
De acordo com o diretor da Agência de Internacionalização e de Inovação (Aginova), Saulo Gomes Moreira, os acordos e parcerias com instituições públicas, privadas ou organizações é uma estratégia importante da Universidade. “A assinatura do acordo soma esforços e fortalece ainda mais o curso Intercultural Indígena”, complementa.
O curso do Câmpus de Aquidauana teve início em 2019 e possui, atualmente, 75 estudantes. A implementação da Licenciatura faz parte do comprometimento da Instituição com a formação superior de professores indígenas em Mato Grosso do Sul, com especificidade para as povos Atikum, Guató, Kadiwéu, Kamba, Kinikinau, Ofaié e Terena do Território Etnoeducacional Povos do Pantanal.
A Universidade irá supervisionar a execução das atividades didáticas desenvolvidas, coordenar e conduzir todos os trabalhos referentes ao cumprimento das etapas do projeto. A Instituição também fornecerá sala de aula e todos os equipamentos disponíveis como projetor, notebook, caixa de som, microfone, impressora, giz, apagador e demais materiais de consumo, e transporte para deslocamento entre as comunidades indígenas de diversos municípios do estado de Mato Grosso do Sul para o atendimento ao projeto Tempo Comunidade, na orientação da realização das atividades acadêmicas dos discentes do curso.
O Acordo de Cooperação garante a Resolução n. 1, de 7 de janeiro de 2015 que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores Indígenas e da Lei 9.394/96 em seus artigos 78 e 79, e a Resolução da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CEB/CNE), de 03/1999, que instituiu a categoria de Escola Indígena no Brasil, e determina a formação específica de professores nas instituições de ensino superior.
Texto: Bárbara Menezes