Sonhos são o que movem as pessoas na busca por realizações pessoais e profissionais e, ao longo das últimas quatro décadas e meia, a UFMS tem sido escolhida para estas conquistas. Nesta sexta reportagem especial em celebração aos 45 anos de Federal trazemos algumas histórias de pessoas que responderam à pergunta “Como a UFMS faz parte da sua vida?”, com relatos de como sonharam em dizer com orgulho: sou UFMS.
Sempre que Dênis Moreli Soares passava pela Cidade Universitária, a olhava com suspiros e mentalizava que um dia estudaria ali. Terminou o Ensino Médio em 2010, mas suas escolhas o levaram a um caminho mais longo até o ingresso na Universidade. “Tive que priorizar outras áreas de minha vida e o sonho foi postergado. Após dez anos, um ‘tornado’ passou por mim. Percebi que não poderia mais deixar meus sonhos para amanhã”, explica.
O agora estudante de Letras-Espanhol da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação descreve como foi receber a notícia da aprovação. “Em uma certa manhã, como naqueles dias em que não se espera que a chuva cesse e venha a luz do sol, recebi uma ligação da coordenadora do curso dizendo que eu havia me classificado no processo seletivo. Era uma oportunidade única, que não poderia recusar, foi o momento em que os céus se abriram e pude sentir os raios de sol novamente”, relembra. Para o estudante, os dois semestres de 2023 foram desafiadores. “Mas também tive acesso à professores incríveis como Luciene Machado. Em suas aulas pude desenvolver melhor minha capacidade de escrita no mundo das Letras. Meu desejo é transformar o mundo da Literatura, assim como grandes escritores fizeram em sua época”, declara.
Quem também relata sua história com a Universidade é Evelin Lopes Ador. “Infelizmente, não consegui entrar quando jovem, então me formei em outra instituição. Mantive a vontade de fazer parte da UFMS e, já após os meus 30 anos, fui atrás do sonho, escolhi um curso, fiz a inscrição e, para minha surpresa, consegui, conquistei a vaga que desejava!”, lembra.
Em 2023, uma reviravolta fez com que tivesse de deixar a graduação presencial e buscar uma opção para continuar na Universidade. Evelin fez novamente o Enem, se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e conseguiu ingressar em Tecnologia em Processos Gerenciais, curso no qual se diz muito feliz. “Continuo fazendo parte da UFMS, com um ensino de excelência, com tutores e professores de valor. Tenho muito orgulho em ser estudante aqui, meu curso é dez e eu aprendo muito. Irei me formar neste ano e estou encantada com como uma Universidade Federal é capaz de dar continuidade a sonhos, principalmente de quem trabalha e não pode estar presencialmente na Instituição”, avalia a estudante.
Para Fernanda Santos Gonçalves, a Universidade sempre foi um sonho distante. “Eu não acreditava que uma aluna da rede pública como eu iria conseguir uma vaga em uma universidade tão disputada como a UFMS. Em 2019, teve uma feira de ciências na Cidade Universitária e, por incentivo dos professores e diretores da escola estadual onde estudava, a turma do segundo ano combinou e fomos todos juntos, de transporte público”, lembra. Naquele momento Fernanda não tinha esperança de ingressar no ensino superior, mas o sonho despertou quando chegou à Universidade. “Fiquei encantada com a estrutura, o tamanho e com a feira de ciências apresentada. Tive uma vontade imensa de fazer parte deste mundo e a partir dali não queria nem mesmo outras instituições, só queria a UFMS”, ressalta.
Fez o Vestibular em 2021, mas não conseguiu aprovação. Em 2022, a estudante conheceu o Cursinho UFMS e se matriculou com isenção da taxa. “Não perdia uma aula on-line e nem as presenciais. Os professores sempre foram prestativos e nos despertavam esperança, nos passando confiança de que todos conseguiriam. Então fiz o Vestibular em 2023 e mesmo muito doente no dia da prova, não desisti”, conta. Fernanda escolheu Ciências Biológicas por influência de um professor do Cursinho e viu o resultado de seu esforço. “Hoje posso dizer que sou UFMS e muito grata e muito orgulhosa de estar onde estou. Obrigada UFMS por mudar a minha história, por me fazer a primeira da minha família a fazer parte de uma universidade pública e, se Deus quiser, a se formar em uma”, finaliza.
A história de Gisela Hidalgo Martins também foi de muita persistência. Em 2005, ela teve que adiar o sonho da graduação em Letras após a descoberta da gravidez da primeira filha, Loreny. Em 2008, descobriu seu amor pelos números ao se matricular no Curso de Ciências Contábeis, em uma outra instituição. “Em 2009, dei à luz a outra menina e dei o nome de Bianca. Mas como não somos nós que traçamos nosso caminho, tive depressão pós-parto e tive de trancar o curso”, conta.
Foi em 2021 que, em suas palavras, uma chave virou na vida de Gisela. Ela estipulou metas e decidiu que o sonho de sua filha Loreny de ser biomédica não poderia ficar parado como o seu sonho profissional ficou, então bolou um plano para poder apoiá-la que, no fim, trará realização para ambas.
Residente em Ivinhema, Loreny se desloca diariamente até Dourados, onde seu curso é ofertado em uma outra instituição. Com receio de perder o horário de buscá-la no ponto de ônibus na volta das aulas noturnas e também para ocupar o tempo em que estaria em casa aguardando, Gisela decidiu fazer o Enem, se inscrever no Sisu e foi aprovada para Ciências Contábeis na UFMS, no Câmpus de Nova Andradina. “Demorou, mas aqui estou eu. […] Consegui dispensa de várias disciplinas que já cursei, então nos horários em que não tenho aulas fico no Câmpus, aguardando o horário de ir buscar minha filha. O bom de tudo isso é que conheço várias pessoas. […] A saudade ainda machuca, mas a UFMS me fez despertar, me deu a luz que não existia na minha vida. Essa oportunidade que tive será realmente um sonho destrancado, com a chave jogada fora, para que esse cadeado vire um lindo certificado”, salienta. “Finalizo deixando dois conselhos, que talvez sejam muito valiosos: primeiro, nunca é tarde, sempre há tempo para recomeçar e, segundo, nunca desistam dos seus sonhos, sejam persistentes e determinados”, encerra.
A UFMS também é a Instituição dos sonhos de Yasmim Fernanda de Farias Florão desde que era criança. Ela conta que a bisavó também sonhava em vê-la na Universidade e que, com este apoio, cresceu dizendo a todos que se não fosse para cursar a UFMS, nem faria faculdade. “Graças a Deus, ao meu esforço e aos meus queridos professores da escola pública onde estudei a vida inteira, consegui passar. Infelizmente minha bisavó faleceu antes que isso acontecesse, no entanto, sei que ela estaria orgulhosa de mim”, declara.
Para a estudante, a alegria de ser UFMS é indescritível, e cada vez que lhe perguntam onde estuda, ela conta que enche a boca de orgulho ao dizer: “Faço Sistemas de Informação na UFMS, é claro! Meu coração transborda gratidão e felicidade por ser parte desta Universidade. Estou indo para o terceiro semestre e espero aproveitar ao máximo os próximos que virão”, conclui.
UFMS 45 anos
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Texto: Ariane Comineti
Fotos: Arquivo pessoal das estudantes
