UFMS 45 anos: egressos que seguem construindo histórias junto a Universidade

Em 45 anos de Federal, mais de 70 mil pessoas encontraram aqui não só uma formação completa de conhecimento, mas também experiências que moldaram toda sua jornada enquanto profissionais. São egressos que frente à pergunta “Como a UFMS faz parte de sua vida?” rememoram um tempo de muitos estudos e início de grandes amizades. 

Além de evocar lembranças que ficaram marcadas na vida de cada um, vários deles ainda seguem construindo memórias junto a UFMS. Isso porque, após se formarem e percorrerem caminhos diversos no mercado profissional e acadêmico, retornaram como professores da Instituição e enviaram relatos para a campanha dos 45 anos de Federal. E para celebrar as quatro décadas e meia da Universidade, nesta terceira reportagem especial, trazemos suas histórias de gratidão e retribuição à vivência transformadora que aqui tiveram.

A docente do Instituto Integrado de Saúde (Inisa) Caroline Neris Ferreira Sarat ingressou no Curso de Enfermagem em 1997. “Foram quatro anos que transformaram a minha vida. Me tornei adulta e uma profissional. Aproveitei tudo que consegui, pois a UFMS me ofereceu várias oportunidades. Três delas foram impactantes”, conta. 

A primeira foi no coral da Universidade, entre 1999 e 2000. “Participamos da comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. Foram várias apresentações em Campo Grande e em Corumbá, sob comando do maestro Manoel Rasslan”, rememora. A segunda foi no Centro Integrado de Vigilância Toxicológica, antiga unidade do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, por meio de um projeto com estudantes de Enfermagem, Farmácia e Medicina. “Lá nos capacitamos e fazíamos plantões noturnos e aos finais de semana para orientações toxicológicas e dispensação de soros anti-ofídicos”. A terceira foi a participação no projeto Universidade Solidária, por meio do qual 11 estudantes da UFMS acompanhados da coordenadora Isaura Regina Castello Branco foram à cidade de Caturama, no interior da Bahia, prestar serviços diversos, principalmente voltados à educação e saúde. “O processo seletivo foi criterioso, por isso foi uma grande alegria ser selecionada e participar, uma experiência incrível”, destaca. 

Quando graduou-se em 2001, Caroline já tinha o objetivo de retornar como docente. Foram anos de preparo. O sentimento de gratidão pelo ensino e vivências a fortaleceram para os estudos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em 2008, prestou o concurso e, em 2010, no dia 28 de outubro, quando é celebrado o Dia do Servidor Público, recebeu a comunicação de que era hora de voltar. “Tive a oportunidade de trabalhar com a maioria dos meus professores e minha motivação é renovada a cada semestre, pois posso ajudar pessoas na formação profissional, tanto na graduação como na especialização. Trabalho todos os dias para motivar os jovens no compromisso com a educação pública de qualidade e o ensino baseado na ciência”, finaliza.

“Ao relembrar minha jornada na UFMS, meu coração transborda de emoção, pois cada momento vivido nesses corredores deixou marcas indeléveis em minha trajetória profissional e pessoal”, lembra a docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição (Facfan) Luciana Miyagusku. O ingresso no Curso de Farmácia e Bioquímica foi em 1989 e a conclusão em 1994. “Durante esses anos, não apenas absorvi conhecimento nas aulas teóricas e práticas, mas também desenvolvi laços sólidos com professores e colegas que perduram até hoje. Esses laços se tornaram verdadeiros pilares que sustentaram minha carreira profissional, inclusive durante os anos em que atuei como pesquisadora no Instituto de Tecnologia de Alimentos, em Campinas, São Paulo”.

O retorno como professora após 18 anos foi para Luciana um presente inesperado, uma honra e um tributo aos mestres que um dia a inspiraram. Ela conta que, como docente, assume a responsabilidade de formar novas gerações com alegria e dedicação e segue inspirada na possibilidade de moldar destinos e despertar potenciais adormecidos. “Cada dia na sala de aula é uma jornada única, onde testemunho o brilho nos olhos dos estudantes ao descobrirem seu próprio valor e potencial. Minha missão vai além da simples transmissão de conhecimento; é sobre inspirar, encorajar e cultivar valores que transformam vidas. Sou apenas uma facilitadora nesse processo de transformação, mas testemunhar o crescimento e a realização é uma das maiores recompensas que um educador pode ter”, evidencia.

Os novos amigos que conquistou e as homenagens dos estudantes durante as formaturas são tesouros que a professora guarda com carinho no coração. “A UFMS para mim é mais que uma instituição de ensino superior, é um lugar onde o conhecimento floresce, as amizades se fortalecem e as conquistas são celebradas em conjunto. Espero poder continuar contribuindo para o crescimento e sucesso desta Universidade, honrando seu legado e inspirando futuras gerações”, conclui. 

A mesma gratidão é refletida na carreira do docente do Câmpus de Aquidauana (CPAq) Ricardo Henrique Gentil Pereira. Ele  iniciou sua jornada na UFMS neste mesmo câmpus em 1990, no curso de Ciências – habilitação em Biologia. Em 1993, foi aprovado em concurso para o cargo de técnico de laboratório para atuar no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária, no Núcleo de Ciências Veterinárias (NCV) na Cidade Universitária. Com algumas disciplinas pendentes e ajustes feitos para que continuasse cursando a graduação, Ricardo solicitou a transferência para o câmpus, inicialmente negada. “O professor Fernando Paiva, que era vice-reitor e professor do NCV, após uma visita que eu fiz em sua sala, compreendeu que seria justo me ajudar e no ano de 1994, a partir do segundo semestre, eu estava trabalhando no CPAq e em condições de concluir o curso, o que ocorreu no final daquele ano, com a colação de grau em 1995”, recorda. 

Em 1996, o CPAq recebeu a visita do professor do câmpus de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) Evaldo Espíndola. Ricardo o acompanhou em suas pesquisas pelo Pantanal para auxiliá-lo e também continuar colaborando com o laboratório. “Ao final daquele mês de março, o professor, que também era um egresso do Câmpus do Pantanal, me convidou para ser seu orientando no mestrado na USP, bastava que eu fosse aprovado na seleção que ocorreria em agosto”. 

Assim, o técnico de laboratório da UFMS iniciou a formação que o levaria à docência: ingressou no mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental com bolsa do então Programa Institucional de Capacitação Docente e Técnica da Capes; defendeu a dissertação em 1998; retornou ao CPAq para continuar o trabalho no laboratório; voltou a São Carlos em 2000 para o doutorado; e defendeu sua tese em 2002. “Retornei ao câmpus com o título de doutor, muitas ideias e vontade de trabalhar. Em seguida, passei a orientar estudantes, publicar artigos e livros, todos na área de Ciência Ambientais, principalmente com estudos em ambientes aquáticos. Em 2007, participei do concurso público para docente, fui aprovado em segundo lugar, mas, como surgiu uma segunda vaga, em 2008, ingressei no quadro efetivo do câmpus”, comemora. Atualmente, o professor é coordenador do curso de Ciências Biológicas e responsável pelo laboratório de Hidrologia Ambiental e Limnologia, onde continua suas pesquisas e orientações. “Sou grato à UFMS por tudo o que ela proporcionou na minha vida nestes 34 anos de convivência”, encerra.

UFMS 45 anos

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Texto: Ariane Comineti 

Fotos: Arquivo Pessoal