Startup incubada pela UFMS é a única do Centro-Oeste selecionada no Smart Factory

A Damine, startup incubada pela UFMS, se destacou como a única empresa do estado selecionada no Smart Factory. O programa, que faz parte da Plataforma Inovação para a Indústria, é uma aposta no desenvolvimento de soluções industriais pioneiras, implementando fábricas altamente digitalizadas e inteligentes. Ao todo, a iniciativa dispõe de recursos no valor de R$ 28 milhões, divididos em quatro etapas de financiamento de R$ 7 milhões cada. 

A startup de Mato Grosso do Sul selecionada no programa, incubada na Pantanal Incubadora Mista de Empresas (Pime), teve destaque pelo trabalho na área de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, visão computacional e conceitos da indústria 4.0. 

O diretor da Agência de Internacionalização e Inovação, Saulo Gomes Moreira, salienta a importância dessa conquista para a Universidade, com a possibilidade de novas empresas e produtos revolucionários surgirem a partir dessa aprovação. “Acreditamos no potencial dos nossos ambientes de inovação, principalmente porque neles podemos impulsionar o surgimento de empreendimentos inovadores, com a participação significativa de pesquisadores da UFMS. Dessa forma, as soluções científicas desenvolvidas por meio de pesquisas podem ser aplicadas na sociedade, oferecendo soluções significativas para os grandes desafios que enfrentamos”, analisa.

A startup desenvolveu uma solução focada na qualificação do marmoreio da carne, isto é, a distribuição de gordura entremeada na carne, medindo não apenas a quantidade de massa útil, mas também critérios relacionados ao sabor e à maciez da carne. Utilizando a visão computacional, a partir da análise, interpretação e extração de informações, o sistema segmenta os pontos cruciais da carne para que a inteligência artificial possa quantificar esses padrões de acordo com padrões internacionais. 

Segundo Jader Lucas Perez, engenheiro eletricista e cofundador da Damine, a ideia para o desenvolvimento do Marmos, ambiente que conecta todos os agentes do universo da carne, com um aplicativo classificador de marmoreios, surgiu a partir de uma parceria estratégica entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a UFMS e a sua própria empresa. 

A colaboração permitiu um trabalho unificado para identificar demandas e oportunidades no mercado, o que levou à criação de linhas de pesquisa para prototipar um produto tecnológico sob medida. “Estamos felizes com esta aprovação, podemos contribuir com a evolução da tecnologia no nosso estado, aplicando recurso de fato em soluções aplicáveis à indústria”, enfatiza.

A UFMS desempenhou um papel fundamental nessa trajetória, por meio de um ecossistema de empreendedorismo, que permite a aplicação de tecnologias desenvolvidas pelos pesquisadores no mercado. As startups incubadas na Pime, assim como a Damine, têm se destacado como agentes de inovação. O coordenador do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da UFMS e cofundador da Damine, Edson Antonio Batista, relata a importância dessa seleção no Smart Factory para o desenvolvimento do produto e sua aceleração no mercado.

“Ser selecionado em um hub tecnológico do alcance do Smart Factory, demonstra que o produto tem potencial atrativo para otimizar o processo de produção do setor.  Outro ponto importante do Smart Factory é na divulgação positiva das startups, destacando o grau de ineditismo e maturidade do produto, características atrativas para que empresas selecionadas possam atrair investidores anjo e/ou Smart Money. No caso da Damine, ser a única startup do centro-oeste a ser selecionada no Smart Factory com um produto voltado para qualificação de carne, demonstra também a vocação tecnológica do nosso Estado de Mato Grosso do Sul”, conclui. 

Texto: Elton Ricci