Recordistas, os acessos frenéticos à web em busca de informações sobre tudo o que envolve o coronavírus (Covid-19) poderiam dividir espaço também com a leitura digital de livros, uma das melhores maneiras de enfrentar o período de quarentena.
A falta de livros em casa, neste momento, pode ser revertida com a oferta de publicações disponíveis, pagas ou gratuitas, em uma série de plataformas digitais.
Desde janeiro de 2018, o técnico em Assuntos Educacionais da UFMS Eduardo Luís Figueiredo de Lima trabalha para influenciar leitores no acesso ao vasto mundo de publicações on-line por meio do website Leitura Digital disponível em https://leituradigital.net/.
“Já passamos uma grande parte do tempo diante de telas de diversos aparelhos e, de um jeito ou de outro, já estamos acostumados à leitura em meio digital. Para muitos, falta apenas o hábito de ler outros tipos de conteúdo, pois temos à disposição uma quantidade enorme de livros na internet. Em tempos de pandemia, mesmo o simples hábito da leitura pode ser um problema se a pessoa não tiver em sua casa o livro que deseja ler. Daí seria obrigado a procurar em uma biblioteca ou livraria, lugares contraindicados para se visitar nessas condições, que inclusive podem estar fechados durante a crise”, afirma.
Adquirir um livro digital é algo que não necessita de contato físico com outras pessoas, lembra Eduardo, que há mais de 20 anos trabalha com tecnologia digitais e educação.
“Grandes livrarias possuem estoques de milhares de livros de toda faixa de preço, inclusive muitos gratuitos. São conhecidos como livros digitais, publicações não impressas, publicadas virtualmente nos formatos e-pub, os conhecidos PDF e o formato MOBI, nativos para dispositivos Kindle, da Amazon. Esses documentos podem ser facilmente visualizados em tablets, celulares (plataformas Android ou IOS) e computadores”.
A forma preferencial de se ler e-books tem sido por meio dos dispositivos e-readers, segundo Eduardo. “O e-reader é uma espécie de tablet modificado produzido apenas para visualizar texto. Esses aparelhos são caracterizados pelo peso diminuto, ausência de som e incapacidade de reproduzir vídeos. Suas telas, feitas de um tipo de “tinta eletrônica” (e-ink), quase não consomem energia, o que faz com que esses dispositivos possam ficar muitos dias sem recarga, mesmo sob uso intenso”, explica.
Com quatro e-books readers de uso pessoal, lendo em média um livro por semana, Eduardo assumiu quase que por completo a leitura digital, em vista da iluminação adequada que oferecem, do dicionário, da marcação do ponto de leitura, entre outras possibilidade. “Livro de papel agora só mesmo os de arte, com diagramação rica. Ou obras muito antigas. No geral, fico com meus e-readers e a obra da vez é “A Peste”, de Albert Camus”.
Para o doutor em Educação, o hábito de ler vem de casa, por isso é tão importante as crianças visualizarem a leitura em seus pais. “A leitura, para ser percebida como diversão e prazer, precisa refletir o espírito do leitor. Então, cada pessoa precisa ter acesso a livros que consigam dialogar com ela própria”, avalia.
O website Leitura Digital apresenta diversos tipos de dispositivos de leitura, resenhas de livros, impressões sobre o mundo digital e, no período de crise da Covid-19, o autor busca inserir mais posts sobre livros e recomendações.
“Também estamos abertos a contribuições de quem se dispuser a resenhar sobre o que está lendo ou algum informe sobre o universo dos diferentes dispositivos de leitura”, expõe.
Eduardo promove ainda um grupo de leitura que, atualmente, tem como integrantes parte de seus alunos que participam por meio das leituras feitas em e-reader. Os membros compartilham livros e depois discutem as obras. Os interessados em participar podem enviar e-mail.
Veja aqui indicações de Eduardo para acervos gratuitos.
Texto: Paula Pimenta