Saem primeiros resultados de vigilância virológica e epidemiológica em profissionais da saúde

Iniciado há três meses, o projeto “Avaliação sistêmica integrada da Covid-19 em Mato Grosso do Sul: aspectos moleculares, epidemiológicos, clínicos, imunológicos e de vigilância” já apresenta resultados parciais do eixo de vigilância virológica e epidemiológica em profissionais da saúde.

São 257 profissionais da saúde -72% mulheres e 28% homens – participando do projeto que pretende atingir 700 pessoas. Estão previstas 12 visitas quinzenais e, até o momento, 80% dos participantes já realizaram a terceira coleta, que está sendo feita na Faculdade de Medicina da UFMS e no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS).

Esse eixo do projeto tem equipe coordenada pela professora do Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitarias Sandra Leone e os exames têm sido realizados no Laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (LabDIP) da Famed e Laboratório de Biologia Molecular do Inbio.

Dentre os profissionais acompanhados, 2% tiveram positividade no teste rápido e 3,5% no RT-PCR. Os percentuais baixos podem ser considerados bons. “Eles refletem a transmissão comunitárias e não intra-hospitalar”, analisa o professor James Venturini, da Famed, um dos coordenadores gerais do projeto.

Os testes diferem de acordo com o tempo de ocorrência dos sintomas. Os profissionais sintomáticos por até sete dias, tem material coletado via swab do nariz e boca para detecção de vírus por biologia molecular. Os que apresentam sintomas por mais de sete dias, fazem testes rápidos para detecção de anticorpos do coronavírus.

“Em linhas gerais, pretendemos conhecer mais sobre a dinâmica da doença em Mato Grosso do Sul avaliando todos esses aspectos e, assim, responder questões que não foram esclarecidas. Também, pretendemos evitar surtos virológicos nos hospitais, prejudicando ainda mais o sistema de saúde”, afirma James.

Com uma equipe de 26 colaboradores, além de servidores da UFMS participam pesquisadores e profissionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dos hospitais Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) e HRMS, Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Eixos

Outros eixos de pesquisa aguardam aprovação. Além de profissionais de saúde, o projeto deve incluir pacientes dos dois hospitais e das unidades de referência para Covid-19 em Campo Grande. “Após aprovação pela Comissão Nacional de Ética, também pretendemos submeter o projeto junto às principais agências de fomento estadual e federal”, diz o coordenador.

O grupo espera obter como resultados a melhoria no atendimento clínico dos pacientes; implantar estrutura laboratorial para liberação rápida de resultados e possibilitando o isolamento dos casos positivos e consequentemente a interrupção da cadeia de transmissão do vírus; melhoria da qualidade de trabalho e mais proteção aos profissionais de saúde; fortalecer as parcerias institucionais, produção e publicação de artigos sobre a Covid-19; criar estratégias para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com sequelas da doença; além de auxiliar na formação e qualificação de recursos humanos; incentivar a participação de acadêmicos de graduação e pós-graduação, além da implantação de novos serviços de biologia molecular na UFMS.

Texto: Paula Pimenta / Vanessa Amin

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