Representante do MEC apresenta diretrizes estratégicas para a educação superior

Nesta terça-feira, 29, a diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação, Tânia Mara Francisco, falou sobre as diretrizes estratégicas para o ensino superior no país com os integrantes da nova gestão. A palestra foi uma das ações voltadas para o desenvolvimento do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) integrado ao Projeto Pedagógico Institucional (PPI) 2025-2030. Estiveram presentes a reitora Camila Ítavo, o vice-reitor Albert Schiaveto, pró-reitores, diretores de unidades e dos câmpus.

“É um prazer estarmos juntos neste primeiro dia da gestão e uma honra receber a Tânia na UFMS. Ela tem feito um trabalho maravilhoso no MEC e é muito bom termos colegas das universidades federais entre as lideranças no Ministério. Ela está aqui para nos ajudar a pensar como podemos ser melhores. Para assumir um cargo de direção precisamos estar dispostos a mais responsabilidade. Que possamos começar esse momento na UFMS com seriedade, serenidade, responsabilidade, muito amor, humanidade”, falou Camila. “Que possamos aproveitar o máximo possível desse dia que a Tânia tirou para estar conosco”, ressaltou.

O vice-reitor Albert Schiaveto destacou a união da equipe. “Nosso grupo está unido, com espírito de união muito forte, assim nada melhor do que começar o primeiro dia de gestão juntos para podermos planejar a UFMS para os próximos quatro anos. Muito obrigada, Tânia, por sua presença, por representar o Ministério nesse início de gestão, nos ajudando. Que possamos sair daqui com novas ideias, novos planos”, falou. Albert também agradeceu a presença da pró-reitora da Orçamento, Planejamento e Finanças (Proplan), Dulce Tristão.

Dulce apresentou aos novos gestores a página para a construção colaborativa do novo PDI e PPI 2025-2030 – ufms2030.ufms.br. “Que UFMS nós queremos. Mais humana, mais participativa, inovadora, sustentável, tecnológica. Todos podem participar apresentando uma nova proposta ou apoiando as propostas já existentes. Agradeço a Tânia por estar conosco nesse lançamento da página de construção do PDI, com a proposta de ampliação da participação para a comunidade. Queria também agradecer à Agência de Comunicação Social e Científica e a Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação que nos ajudou a concluir a página”, falou Dulce.

Tânia é servidora pública federal na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde já exerceu o cargo de pró-reitora de Administração, de assessora técnica de gabinete, de diretora do Escritório Técnico de Apoio à Gestão e Assuntos Estratégicos e de diretora administrativa do Câmpus de São José dos Campos da Unifesp. “Parabenizo mais uma vez a reitora Camila. A nomeação foi muito merecida. Estamos muito felizes em saber que teremos em Mato Grosso do Sul uma gestão próspera. Podem contar conosco no que precisarem”, disse a diretora do MEC.

“Agradeço muito pela oportunidade de estar na UFMS, conhecer melhor vocês e poder compartilhar um pouco sobre o que temos pensados a respeito da educação superior, em relação às diretrizes estratégicas para as universidades federais. No Brasil, temos uma estrutura híbrida, com instituições de ensino superior públicas e privadas. Olhando para o Censo vemos que cerca de 80% do ensino superior é privado. Em termos de quantidades de estudantes, na rede federal, temos mais de um milhão na graduação e quase o mesmo número na pós-graduação. Mais de 28 milhões pelo menos de pessoas da sociedade se beneficiam de programas de extensão desenvolvidos pelas instituições federais. A rede está em mais de 500 municípios do país. É uma abrangência grande”, iniciou Tânia.

A diretora trouxe estratégias que estão sendo trabalhadas a partir da elaboração do Plano Plurianual da União para 2024-2027. “Isso tem uma relação direta com o trabalho que vocês estão fazendo no PDI. Vou falar aqui como estamos pensando estratégias de implementação de algumas ações e também vou lançar questões importantes que precisamos pensar nas instituições e como vamos resolvê-las em nossa rede federal”, resumiu.

“No PPA da Educação Superior constam programas prioritários relacionados à pesquisa, extensão, sustentabilidade, internacionalização, novo PAC e inovação”, citou Tania. Ela falou um pouco sobre cada uma dessas prioridades. Com relação à sustentabilidade, Tânia elogiou a iniciativa da UFMS em criar a Pró-Reitoria de Cidadania e Sustentabilidade. “Isso está super alinhado com o que estamos pensando que é a integração de todos os conhecimentos, todos os saberes com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Quando olhamos para os ODS vemos que eles estão muito relacionados ao que as universidades desenvolvem”, explicou. Ela citou como exemplo a meta de garantir que todos os estudantes adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promoção do desenvolvimento sustentável, inclusive, por meio da educação para estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura.

Em relação à internacionalização, Tânia citou a meta de reforçar a parceria global para o desenvolvimento sustentável, complementada por parcerias multissetoriais que mobilizem e compartilhem conhecimento, expertise, tecnologia e recursos financeiros para apoiar a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em todos os países, particularmente nos países em desenvolvimento. Ela lembrou a vinda do primeiro ministro da França ao Brasil, Emmanuel Macron, quando ele se comprometeu a trazer bilhões de reais em investimento na bioeconomia. “A bioeconomia articula ações com as universidades a partir do Acordo de Cooperação Técnica que vai trazer questões de inovação, empreendedorismo, entre as instituições, o governo e ligações com órgãos internacionais”, relatou.

Sobre pesquisa e inovação, a diretora citou a meta de alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida, e reduzir a liberação desses materiais para o ar, água e solo, com o intuito de minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente. “Claramente um espaço de interação com as instituições no que se refere a pesquisa e inovação”, complementou.

Em extensão, ela apresentou duas metas até 2030: “empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra” e “empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, de forma a reduzir as desigualdades, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, nacionalidade, religião, condição econômica ou outra”.

Tânia também apresentou os números do novo PAC da Educação, que contempla investimentos totais de R$ 5,5 bilhões, sendo R$ 3,2 bilhões para 361 obras de consolidação dos câmpus atuais – salas de aula, laboratórios, refeitórios, bibliotecas, moradias e equipamentos, e R$ 1,75 bilhões para hospitais universitários, além de R$ 600 milhões para expansão das instituições de ensino superior. Clique aqui e saiba como o recurso será investido na UFMS.

Em relação à consolidação das universidades, Tânia citou alguns objetivos: ampliação do número de vagas e matrículas, diminuição da evasão e retenção, adequação e melhoria da qualidade de infraestrutura e permanência e qualidade para o estudante. A diretora comentou cada um desses objetivos e contou com a participação dos gestores que apontaram inúmeros fatores que contribuem para evasão e retenção de estudantes.

Como prioridade em inovação, o foco está em criar um portal pioneiro que vai atuar como uma ponte entre as universidades e o mercado, disseminando o capital intelectual e as tecnologias – Vitrine MEC de Tecnologias. Em relação à internacionalização, Tânia citou os Programas de Estudantes-Convênio, uma ferramenta de política externa e apoio à internacionalização da educação que visa ampliar o horizonte cultural dos brasileiros e impulsionar as relações bilaterais com países com os quais o Brasil tenha firmado acordo de cooperação.

Tânia falou também sobre o Acordo de Cooperação Técnica – Inovação para Sustentabilidade, que reúne os Ministérios de Educação; Ciência, Tecnologia e Inovação; Meio Ambiente e Mudança do Clima; da Fazenda, e de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; além da Advocacia-Geral da União, fundações de apoio e diversas outras instituições como Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, Sebrae, BNDES, Andifes, Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores, entre outras. O acordo tem como objetivo articular as demandas de governo e de país com as capacidades das universidades e instituições federais para desenvolvimento econômico e social sustentável.

Ao final, a diretora colocou algumas questões para discussão e reflexão com o grupo de gestores: diminuição da evasão e vagas ociosas, indicadores de gestão, Política Nacional de Assistência Estudantil, Pé-de-Meia Universitário, dimensionamento do quadro, modelo de partição orçamentária e recuperação da imagem das instituições. “Espero ter ajudado a vocês em relação a definição de quais estratégias vocês vão definir para tratar essas questões internamente e como vocês vão aproveitar as oportunidades que surgirão. Vocês têm uma excelente capacidade, primeiramente, em relação às pessoas, e depois em relação à estrutura. Espero que vocês possam dar exemplos de boas práticas, assim como já deram. Há modelos muito bons que vocês já utilizam por aqui. Tenho certeza que muitas práticas acadêmicas instituídas e criadas aqui possam ser levadas para outras instituições. Estou à disposição de vocês para o que precisarem”, finalizou.

Ao final, Tânia recebeu da reitora Camila Ítavo o título de Amiga da UFMS.

Texto: Vanessa Amin

Fotos: Álvaro Herculano