Repórter Júnior 2024 inicia atividades com manhã de recepção para alunos e professores

O projeto de extensão Prática Educomunicativa – Repórter Júnior 2024 iniciou as atividades neste sábado, 21, com a recepção aos alunos e professores de escolas de Campo Grande. Os participantes do projeto irão realizar a cobertura jornalística educomunicativa do Integra UFMS, o maior evento científico de Mato Grosso do Sul.

Em sua sétima edição, a iniciativa bateu recordes de inscritos, com a participação de 53 repórteres juniores de 13 escolas públicas e particulares, com idades entre 11 e 18 anos, e cinco tutores. 

A coordenadora do projeto e diretora da Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom), Rose Mara Pinheiro explica que a proposta é baseada na educomunicação, entendida como a interação entre educação e comunicação. “Isso é importante para que a gente consiga entender o papel da comunicação como estratégica para levar informação de qualidade e, ao mesmo tempo, a gente se apropria dos meios de comunicação, consegue combater a desinformação, esse uso da tecnologia de maneira prejudicial à sociedade. A educomunicação propõe uma nova relação com os meios de comunicação, resgatar valores da convivência, da relação com o outro, o que é super importante para a Universidade”.

A diretora da Agecom destaca ainda o recorde de inscritos desta edição. “Isso alimenta a nossa espera em um projeto que faça sentido, que está formando sementinha dessa prática educomunicativa, que possa colocar nesses participantes a experiência da Universidade, vir é transformador. A gente não está formando jornalista, mas incentivando a prática social com a comunicação de maneira diferenciada”. 

Além da recepção, o grupo também conheceu alguns monumentos e prédios da Cidade Universitária. “É uma oportunidade para eles conhecerem esse espaço, que pode ser também o local de estudo, a casa deles. Conhecendo esses espaços vão se sentir mais parte da UFMS, auxiliando tanto no trabalho deles durante a semana do Integra, quanto no futuro, porque eles também podem se sentir mais estimulados a estudar aqui na nossa Instituição”, explica a arquivista Débora Resstel, que conduziu a visita. 

A jornalista e mestre em comunicação Thayná Oliveira acompanha o projeto desde o começo e enfatiza as mudanças e aprendizados que o projeto promove em quem participa. “A gente vê que ao longo desses sete anos, as pessoas que passaram pelo Repórter Júnior saem transformadas porque a prática da educomunicação promove interação e diálogo. Os alunos e estudantes de Jornalismo aprendem uns com os outros, assim como os professores tutores também saem com novos aprendizados”.

Ao longo das próximas semanas, serão realizadas oficinas de vídeo, rádio, texto e fotografia, e mídias sociais, nos dias 28 de setembro, e 5 e 19 de outubro. As atividades para preparar os repórteres juniores para o maior evento científico de Mato Grosso do Sul serão promovidas pela equipe da Empresa Júnior (EJ) Brava, do Curso de Jornalismo, da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação. “O Repórter Júnior casa muito com o que a Brava acredita, que é tornar a comunicação mais acessível, fazer com que grupos diversos consigam entender de fato o que é comunicar. Esse encontro ajuda a gente entender e ver na prática valores da Brava, entender nossa missão. Quando um de nós participa como instrutor de oficina, nos dá um brilho no olho e nos faz relembrar porque estamos fazendo jornalismo”, explica a estudante e presidente da EJ, Maria Luiza Massulo.  

Experiência

O estudante de Jornalismo e integrante da EJ Brava, Kauã dos Santos, participou do projeto em 2019 e 2020 e conta que a iniciativa foi decisiva para a sua escolha profissional. “Uma professora me chamou para participar de um evento da Universidade, eu não estava com muita expectativa, mas foi algo que me marcou muito. Foi dentro do Repórter Júnior que entendi que eu queria fazer Jornalismo e estar aqui hoje. Eu já gostava de gravar vídeos, de falar e me comunicar. E o projeto foi a oportunidade de descobrir que tem um curso que proporciona esse tipo de ensinamento para a gente”, conta. 

A professora Mariana Gomes da Escola Estadual Teotônio Vilela participa da edição deste ano como tutora. “Já participei antes, foi uma experiência muito importante na minha vida. Quando vi as inscrições abertas pensei em divulgar, queria mesmo que eles participassem e tivessem esse contato com a Universidade, para alguns alunos de escolas públicas é muito difícil conhecer o espaço acadêmico. É muito importante para eles conhecerem esse ambiente acadêmico, saber como funciona, quem sabe incentivar a um dia eles também estudarem aqui”. 

“Decidimos trazer nossos alunos para que eles possam aprender a se expressar, a se comunicar, a fazer e editar vídeos. Como tutora, espero também sair daqui com aprendizados, aprender a redigir melhor textos, a expressar toda a importância da ciência feita aqui dentro e, quem sabe, incentivar novos projetos jornalísticos dentro da própria escola”, conta a professora da Maple Bear – Escola Canadense, Mayara Santana Zanella.

A aluna Sara Santana da Escola Estadual Professora Élia França Cardoso decidiu participar da oficina de mídias sociais. “Sempre fui muito comunicativa, sempre gostei de aparecer com as câmeras, e o Repórter Júnior é uma oportunidade para mim. Alguns colegas meus participaram ano passado e apresentaram para a gente, eles falaram que é uma experiência incrível e por isso eu quis participar também”. 

“Decidi participar porque eu quis tentar uma coisa nova, queria aprender a ter uma escrita melhor, a falar mais claramente tenho certeza que vai me ajudar. Minhas expectativas estão lá em cima, e eu tenho certeza que vocês vão conseguir atingir elas. Eu nunca tinha visto pessoalmente o que fica por trás do jornalismo, gostei de visitar as salas da Agecom e já consegui aprender a fazer coisas novas”, conta a aluna da Maple Bear – Escola Canadense, Sophia Costa Moura.

Para a aluna Yasmin Zshornak da Escola Estadual Teotônio Vilela, a experiência deve permitir novos aprendizados. “Esse é um momento de experiência, de aprender e conhecer mais a área do jornalismo, da comunicação. Participar do Integra UFMS também vai trazer conhecimento, vamos poder conhecer coisas e pessoas novas. Poder estar aqui dentro, estar com [estudantes] universitários, não é uma coisa que a gente costuma fazer todos os dias, então espero poder aproveitar bastante”.

 

Texto: Alíria Aristides 

Fotos: Giulia Fonseca, bolsista da Agência de Comunicação Social e Científica