Projetos pesquisam Bolsa Permanência

Ao identificar que poucas pesquisas teóricas e empíricas foram produzidas discutindo o impacto da Bolsa Permanência na vida dos egressos que participaram do programa do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), a professora Telma Romilda Duarte Vaz, do Câmpus de Naviraí (CPNV), propôs o tema em um edital de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (PIBIC-AF). O assunto foi contemplado em dois projetos trabalhados paralelamente: um que analisa as relações de professores e alunos que recebem Bolsa Permanência, contemplado com bolsa do CNPq/UFMS e sob a responsabilidade da acadêmica Thais Maiara Teixeira Jota, do CPNV; e outro que visa a investigar “O impacto da Bolsa Permanência na Formação de Egressos”, desenvolvido na categoria voluntária pelo acadêmico Luiz Henrique Boltelho, que é bolsista permanência do Câmpus de Paranaíba (CPAR). Além dos alunos e da coordenadora, outros professores envolvidos nas pesquisas são Marco Antonio Costa da Silva, também do CPNV e Geraldino Carneiro Araújo, do CPAR.

Falando mais especificamente sobre o segundo projeto, que teve início em agosto de 2015 e previsão de término para julho de 2017, o objetivo é saber, de forma mais profunda, o impacto que a Bolsa Permanência trouxe para egressos. “Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, exploratória e descritiva, cuja estratégia utilizada é o estudo de casos múltiplos, respectivamente nos câmpus de Naviraí e Paranaíba”, explica a coordenadora. Para o acadêmico do sétimo semestre de Administração do CPAR, Luiz Henrique Boltelho, a importância em estudar os impactos das bolsas para os profissionais formados pela UFMS é uma melhor compreensão das políticas voltadas à educação, destacando as características, contribuições e mudanças promovidas na vida daqueles que se beneficiam.

Para a coleta de dados, aluno e professora utilizarão duas ferramentas: entrevistas em profundidade com egressos e professores tutores dos dois câmpus e a análise de documentos. “A escolha dos egressos como informantes se justifica por esses serem objeto direto da pesquisa e terem as informações sobre a realidade das características da Bolsa Permanência, bem como sobre o impacto na vida universitária e na formação profissional. Os professores foram escolhidos por terem contato direto com os egressos na condição de tutor, podendo trazer informações importantes sobre essa relação”, elucida Telma.

A professora defende que não só o Bolsa Permanência, mas todos os programas de qualquer natureza, por concepção, devem ser avaliados em todas as suas dimensões. “As políticas do PNAES são extremamente relevantes para a inclusão e permanência de estudantes com vulnerabilidade socioeconômica e a UFMS tem desenvolvido ações importantes nessa área. Na minha opinião, porém, ainda faltam estudos que tragam mais luz à realização desses programas e justamente a percepção dos egressos é uma das avaliações em que o programa precisa avançar. As pesquisas acadêmicas podem contribuir, uma vez que as práticas podem ser submetidas à avaliação da academia e de pesquisadores e assim podem ser melhoradas”, avalia.

A pesquisa atualmente está em fase de elaboração da revisão da literatura e do roteiro de entrevista, mas a coleta de dados quantitativos sobre o PNAES e ação Bolsa Permanência já estão em andamento. Um produto já finalizado da pesquisa em relação a essa primeira parte, foi um resumo expandido apresentado no “V Colóquio Nacional de Ciências Sociais UFMS/CPNV e VII Jornada Nacional de Educação da UFMS/CPNV, e no IV Seminário de Educação Inclusiva da Rede Municipal de Educação de Naviraí”, realizado de 2 a 5 de dezembro de 2015.