Os projetos de extensão Memoridade: oficina de memória para idosos e Rir é o melhor remédio, vinculados a Faculdade de Medicina (Famed), em parceria com o programa Universidade Aberta à Pessoa Idosa (Unapi), realizaram na tarde desta quinta-feira, 5, o evento de encerramento das atividades do ano. A programação do encontro teve como objetivo estimular a associação da memória com as emoções dos integrantes da Unapi e os estudantes.
“Sempre no nosso encerramento a gente pensa em fazer alguma atividade diferente, mas a gente nunca deixa de ter atividades que vão estimular a memória dos idosos. Então, até nas propostas das atividades que nós fizemos tem isso como pano de fundo. A gente estava a todo momento tendo algum tipo de estimulação cognitiva, seja da imaginação, seja da memória de curto prazo. Parece uma coisa que é uma brincadeira, mas, por trás, a gente sempre está procurando estimular a cognição deles”, explicou a professora da Famed e coordenadora do projeto Memoridade, Rosimeire Seixas.
A primeira atividade da tarde consistiu em jogo de telefone sem fio, em que os estudantes do projeto Rir instigaram os idosos a nomearem instrumentos médicos com nomes fictícios, para depois averiguar se eles acertariam o objeto de cada palhaço trouxe para a brincadeira, de forma a mobilizar a memória de curto prazo dos participantes. Em um segundo momento, os integrantes da Unapi e os doutores palhaços se dividiram em grupos para imaginar e desenvolver cenas de teatro que representassem alguma emoção específica, para que os membros dos outros grupos adivinhassem quais seriam elas, provocando muitas risadas entre os envolvidos.
A professora Rosimeire Seixas enfatizou a relevância do projeto Memoridade para o desenvolvimento das habilidades dos estudantes extensionistas do Curso de Medicina. “A nossa ideia é aproximar esse aluno da população idosa, no sentido de eles exercerem, desenvolverem essa escuta que é tão importante para a atuação deles futuramente, como a gente promover essa vivência de diferentes gerações, no sentido de a gente tentar fortalecer o respeito para com essas pessoas, eles se sentirem integrantes e pertencentes à sociedade. Hoje, a gente está em uma sociedade que é muito rápida, então, a gente tem que entender as necessidades desses idosos, que são diferentes das nossas, e como que a gente convive com essas diferenças”, pontuou.
A estudante do segundo semestre do Curso de Medicina, participante da comissão do Memoridade e atual coordenadora acadêmica do Rir é o Melhor Remédio, Isabela Schmidt, contou que os projetos são uma oportunidade de trabalhar com idosos, conversar e trocar experiências com eles. “A gente trabalha a relação da memória com várias coisas, memória e sensorial, memória e música, e a gente quis trabalhar hoje a memória e a emoção. A gente lembrou do projeto Rir, que é justamente uma emoção, da alegria, e a gente pensou que seria a oportunidade perfeita para juntarmos esses dois grandes projetos aqui na Famed”, explicou a estudante sobre a integração das atividades dos dois projetos durante o evento.
“Eu adoro o projeto Memoridade, eu participei no outro semestre como encontro intergeracional, e é incrível, porque os idosos têm muito o que ensinar pra gente, tem muito esse afeto e eles gostam muito de ver o seu potencial. É muito legal essa ligação que a gente faz com eles, eles são muito queridos. Eu gosto muito dessa parte de interação social, de você ter uma ligação com alguém e eu tenho certeza que falar com os idosos faz aumentar mais essa minha parte humana de ouvir a pessoa, de a gente lembrar que ela não é só uma doença. Ela tem os seus problemas, ela é uma pessoa como um todo, ela tem uma história, uma bagagem, é um ser humano complexo“, evidenciou a estudante do segundo semestre do Curso de Medicina e integrante do projeto Rir é o Melhor Remédio, Caroline Sena.
Aprovada em 2018 pela Universidade, a Unapi é um programa que tem por objetivo promover ações integradas de ensino, pesquisa e extensão que tenham como foco a valorização da pessoa idosa na sociedade e a qualificação de políticas sociais públicas voltadas a essa parcela da população, e oferece todo semestre uma grade de atividades na Universidade para pessoas com 60 anos ou mais. “Eu gostei bastante, aprendi bastante no primeiro e segundo semestre, até então não repetiu nenhuma atividade que foi feita. Toda oficina proposta foi, para mim, de bastante aprendizado para a vida. É maravilhoso esse projeto para a gente, que está aí exercitando a memória”, relatou a aposentada e participante da atividade, Ramona Souza.
Texto: Giulia Fonseca, bolsista da Agência de Comunicação Social e Científica
Fotos: Álvaro Herculano