CCS/UFMS Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) - foto: CCS/UFMS

Projeto leva conhecimento por meio do teatro

A Universidade desenvolve em parceria com órgãos municipais e estaduais um projeto de extensão visando à promoção de ações educativas na área da saúde em escolas públicas. Intitulada “Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE): o teatro e a participação da universidade como ferramentas de implementação”, a iniciativa foi desenvolvida a partir do projeto de mesmo nome do Ministério da Educação.
Segundo a coordenadora na UFMS, professora Soraya Sólon, o projeto foi idealizado entre as secretarias municipais de Saúde Pública (SESAU – coordenadoria do SPE e do DST/Aids) e Educação (SEMED) e Secretaria Estadual de Educação (SED), com aplicação do recurso federal na criação de grupos de teatro nas escolas. A relativa dificuldade de trabalhar com este público por questões que envolvem a segurança, alimentação e transporte dos alunos fora do horário de aula, além da autorização dos pais, porém, fez com que a proposta fosse adaptada para os acadêmicos da UFMS. “Em 2012 iniciamos apenas com alunos da Federal, mas atualmente temos também colaboradores de outros locais. Qualquer pessoa acima de 16 anos pode participar”, explica Soraya que complementa que o objetivo das apresentações é trabalhar temas relacionados à saúde sexual e reprodutiva de forma lúdica e bem humorada.

Arte educação

Neste semestre o grupo realizou cinco apresentações. Foram contemplados 640 alunos de 23 escolas municipais diferentes. Até o final do ano passado as apresentações foram nas escolas, mas neste ano foram mudadas para o anfiteatro do Laboratório de Análises Clínicas da UFMS, uma vez que foi identificado um maior envolvimento dos alunos em um ambiente externo ao escolar. Para a ação o projeto contou com o apoio da própria Universidade, da ASSETUR, da SEMED, da SESAU e da Companhia Aplausos.
Segundo a professora Soraya o trabalho da arte educação não se restringe só ao entretenimento, ele promove o aprendizado de maneira lúdica. “Na minha experiência de quatro anos com o grupo percebo que a arte educação é uma das ferramentas mais poderosas que o SPE tem pra ensinar o adolescente” afirmou. Regiane Carvalho, do nono ano da escola Maestro João Correa Ribeiro, confirma que aprender com teatro é mais interessante.
“Achei muito legal explicarem como nos preservar, entendi bastante sobre o conteúdo e aprender com teatro é mais divertido e fácil”, disse a aluna que assistiu à peça “Tudo o que se conta vira história” no dia sete de outubro no LAC. A médica veterinária e residente na área de zoonoses e saúde pública Gabriela Barros, que participa do grupo desde 2014, também acredita que a arte tem o poder de levar informação de forma acessível a todos os públicos. “Além disso, muitos de nós do grupo somos também adolescentes ou jovens que acabaram de passar pela adolescência, assim conseguimos a empatia desse público e a mensagem é passada mesmo sendo um pouco complexa”, lembrou.

Outras atividades e perspectivas

Para além do teatro, os alunos extensionistas da UFMS recebem no início de cada ano capacitação em saúde e prevenção nas escolas (SPE), a mesma recebida da SESAU pelos profissionais da saúde e educação do estado. A assimilação é tanta que os acadêmicos passam a participar como monitores de capacitações feitas posteriormente e a partir daí também realizam oficinas e encontros nas escolas. A atividade ainda é aproveitada como estágio para os acadêmicos envolvidos.
Os alunos da Universidade atuam também em eventos montando um túnel de sensações para sensibilizar quanto à correta colocação do preservativo masculino e quanto às características e formas de prevenção/tratamento de doenças sexualmente transmissíveis. Em 2014 esta atividade resultou em
constatações interessantes sobre o conhecimento da população em relação à temática. Na recepção de calouros da UFMS, 74 pessoas, entre acadêmicos e servidores, passaram pelo túnel, 64 participantes apresentaram alguma deficiência ou desconhecimento em relação ao uso adequado do preservativo e apenas 10 participantes realizaram todo o procedimento de colocação e cuidado com o preservativo adequadamente. “O número de erros durante a colocação e ainda os relacionados às DSTs demonstra o risco ao qual a população pode estar exposta. Por isso ações como esta são tão importantes”, reafirmou Soraya. A previsão é de que em 2016 as atividades continuem com mais capacitações, oficinas e apresentações teatrais.