Projeto de extensão leva atendimento veterinário aos abrigos e lares temporários de animais

Em execução há quatro meses, o projeto de extensão “Atendimento Médico Veterinário em Abrigos de Cães de Campo Grande” une a aprendizagem pela prática acadêmica aos serviços gratuitos de medicina veterinária prestados em abrigos e lares temporários.

Com a participação de acadêmicos de Medicina Veterinária da UFMS, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e Anhanguera-Uniderp, o médico veterinário e professor de Imunologia da UFMS André Luis Soares da Fonseca comanda uma equipe de oito alunos e uma veterinária em atendimentos às quartas-feiras no período vespertino.

“O projeto visa atender prioritariamente pessoas e entidades que atuam na protedsc_0755ção de animais abandonados e de rua, principalmente as ONGs Abrigo dos Bichos, Fiel Amigo, protetores de animais independentes e pessoas que colaboram com as ONGs abrigando temporariamente cães resgatados até que os mesmos sejam doados, conhecidos como Lares Temporários (LT), assim como a população carente do entorno destes locais”, afirma o professor.

Pesagem, aferição de temperatura, ausculta, limpeza dos dentes (tártaro), corte de unha, vacinação – quando disponível, e pequenas intervenções cirúrgicas são alguns dos serviços prestados.

Além disso, a equipe cataloga todas as informações do animal, que deverão servir de base para pesquisas futuras.

Nas patologias são verificadas doenças relacionadas à locomoção, sistema nervoso, sistema ocular, sistema reprodutivo, aparelho auditivo e ectoparasitas (carrapato, pulgas, piolho).

Além disso, são relacionadas informações sobre vacinação, castração, teste LVC, teste FIV/Felv, uso de medicamentos, estado de hidratação, linfonodos, temperatura, mucosas, cavidade oral, estômago, intestino e sistema respiratório.

dsc_0719“A função do projeto de extensão é poder ajudar, levar o conhecimento técnico até essas pessoas que recolhem esses animais, cuidam e esperam pela adoção, mas que, na maioria das vezes, não têm condições financeiras de arcar com o atendimento médico para os animais”, diz o professor.

Na outra mão, os animais de abrigos oferecem rico material para o aprendizado, o exercício e a pesquisa em medicina veterinária, já que muitos são recolhidos nas ruas e geralmente apresentam diversos tipos de patologias.

“São muito frequentes coinfecções raramente vistas em clínicas veterinárias particulares que, geralmente, possuem clientes em melhor condição social e, por consequência, ocupam-se de animais mais sadios”, completa o médico veterinário, que pretende institucionalizar no próximo ano um projeto de extensão para a castração gratuita desses animais.

Em média, cada abrigo ou lar temporário recebe a visita da equipe por três a quatro semanas, até que todos os animais sejam catalogados e recebam o tratamento necessário.

Ao abrigar cerca de 30 animais, alguns destinados à adoção, Iomar Sandra vê no projeto uma ajuda importante para o bem estar dos animais, em grande parte, resgatados das ruas ou de situações de mau trato.

“É muito bom receber essa ajuda, porque não tenho dinheiro para pagar tudo, para pagar o veterinário”, diz.