Encontro do projeto de extensão Monitor de Violência no Trânsito em Nova Andradina/MS reuniu agentes públicos com intuito de analisar e sugerir soluções para as problemáticas do trânsito na região do Vale do Ivinhema. A iniciativa é uma colaboração entre o Câmpus de Nova Andradina (CPNA) e diversas instituições, como o Terceiro Subgrupamento de Bombeiros Militar Independente (3º SGBM/Ind), o 8º Batalhão de Polícia Militar de Nova Andradina/MS, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Departamento Municipal de Trânsito (Demtran), a agência do município do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul, o Conselho Comunitário de Segurança de Nova Andradina e a Câmara Municipal. A ação foi realizada no dia 8 de maio, na Sala de Treinamento do 3º SGBM/Ind.
Durante o encontro, foram compartilhados os dados referentes aos atendimentos realizados no centro urbano de Nova Andradina ao longo de 2023 por entidades como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e o Samu. Esses atendimentos não são apenas classificados como acidentes, mas como intervenções que sobrecarregam as instituições envolvidas, acarretam em perdas humanas, incapacidades laborativas e oneram tanto o Estado quanto a sociedade.
Neste período, foram registrados 602 atendimentos, com uma média de 50,2 ocorrências por mês e 1,64 por dia. O Samu foi responsável por 124 atendimentos (20,60%), o Corpo de Bombeiros por 254 (42,19%) e a Polícia Militar por 224 (37,21%).
O projeto ainda destacou alguns indicadores alarmantes, como o aumento de 66,7% no número de óbitos em comparação com 2022. Além disso, foi identificado que o centro urbano de Nova Andradina contribuiu com 2,55% das mortes registradas em Mato Grosso do Sul. Entre os motivos, a embriaguez ao volante foi responsável por 26 casos (4%), o que representa uma diminuição de menos de 50% em relação ao ano anterior. Já as colisões foram a principal causa de acidentes, representando mais de 50% dos casos.
Segundo o professor do CPNA e coordenador do projeto, Fabiano Greter Moreira, essa ação é um marco para a gestão dos atendimentos das ocorrências de trânsito do município. “Os dados levantados fomentam informações essenciais para o desenvolvimento urbano, no que se refere à educação, conscientização e prevenção dos acidentes de trânsito. Este canal de ligação promove maior integração entre as instituições ligadas ao trânsito, sobretudo, o reconhecimento da violência e seus impactos para a sociedade de Nova Andradina. A missão do projeto é criar um ambiente de discussão permanente sobre as políticas de conscientização e prevenção das ocorrências de trânsito, detalhando seus efeitos e causas ”, afirma.
O supervisor de Fiscalização e Educação de Trânsito do Demtran, Rodinei Taveira ressalta a importância do encontro. “O Monitor da Violência tem um papel estratégico para a discussão de vários temas sensíveis na agenda da segurança pública viária de Nova Andradina, a exemplo dos dados sobre sinistros e esclarecimento dos locais e as medidas a serem tomadas. Assim, conseguimos entender quais as leis e regras de trânsito foram quebradas e os locais com mais incidência de colisões, para que o plano de mobilidade seja eficaz contra essa violência que está somando mais vítimas a cada dia em Nova Andradina. As principais causas apontadas para a violência no trânsito são os desrespeitos a sinalização, a infraestrutura deficiente, a falta de ciclovias. Outros fatores de risco seriam a falta de segurança de alguns carros, o fator humano, como a inabilidade dos motoristas no trânsito”, disse.
Desde março de 2021, o projeto tem coletado dados, principalmente do centro urbano da cidade, para embasar políticas públicas de mobilidade urbana e saúde coletiva. Neste período, foram realizados 1.649 atendimentos, com o registro de 11 mortes até o final de 2023. Os meses de setembro de 2021, agosto de 2022 e novembro de 2023 tiveram o maior número de ocorrências.
Para o ano de 2024, embora os dados sejam parciais, já se contabilizam 167 atendimentos até o momento, o que indica uma tendência de redução em comparação ao ano anterior.
Neste bate-papo, além dos parceiros do projeto, estiveram presentes representantes de instituições como o Hospital Regional de Nova Andradina, o Hospital Cassems, a 7ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul, a equipe da Polícia Científica de Nova Andradina, estudantes e professores do CPNA.
Texto: Elton Ricci