Projeto científico sobre artesanato indígena recebe R$ 640 mil de investimento do Governo do Estado

Ontem, 20, foi realizada uma solenidade na Aldeia Alves de Barros, no município de Porto Murtinho, para inauguração da revitalização do Centro Cultural Kadiwéu, obra que um dos frutos do projeto científico “Pesquisa sobre cerâmica e o fomento da comunidade e cultura Kadiwéu no Mato Grosso do Sul”. No evento, também foi assinado um convênio de R$ 640 mil com o Governo do Estado, para a execução da segunda fase do projeto.

A solenidade foi realizada na Aldeia Alves de Barros, em Porto Murtinho

O projeto científico “Pesquisa sobre cerâmica e o fomento da comunidade e cultura Kadiwéu no Mato Grosso do Sul” é realizado em parceria entre a UFMS, a University of Manitoba, no Canadá; a Fundect e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul; sob coordenação do professor Antônio Hilário, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFMS, e da antropóloga Viviane Luiza, da University of Manitoba.

De acordo com a antropóloga, a primeira fase do projeto foi “piloto”, para orientar os pesquisadores envolvidos para a expansão da segunda fase, com foco no objetivo principal da iniciativa: sustentabilidade econômica e o empoderamento das mulheres indígenas por meio da cultura, “uma vez que as mulheres são as responsáveis pela conexão do passado com o presente e o futuro, já que são transmissoras da cultura através da arte”, afirma.

O Centro Cultural foi reestruturado e climatizado para maior conforto da população

O resultado foi a revitalização do Centro Cultural Kadiwéu, na Aldeia Alves de Barros, num investimento de R$ 295.450 mil. O espaço agora possui um ambiente climatizado e mais estruturado para atender a comunidade local. Segundo Viviane, a reforma irá contribuir também para atender aos estudantes, para que tenham uma conexão entre a sala digital, o centro cultural e a escola, numa atuação integrada entre os espaços da aldeia. Além da revitalização do Centro Cultural Kadiwéu, a primeira fase também cumpriu os objetivos de constituir uma associação com as artesãs, fazer a análise econômica, elaborar um site para a comercialização das artes para o mercado nacional e internacional, e elaborar um protótipo de exposição virtual. Após a implementação da segunda fase do projeto, o espaço será uma loja-museu.

Para realização da segunda fase, o Governo do Estado irá investir R$ 640 mil no projeto científico, em convênio assinado entre o governador Reinaldo Azambuja e o reitor Marcelo Turine. “Obrigado governador Reinaldo e secretário [Eduardo] Riedel por acreditarem na educação e na ciência, por apostarem em um sonho nosso de valorizar a arte kadiwéu e colocá-la para o mundo, para os museus, fomentando e divulgando a riqueza do seu artesanato”, disse o reitor na solenidade.

Com o investimento, a segunda fase do projeto irá atender mais aldeias e mais etnias

Viviane explica que, na segunda fase, o projeto irá atender mais uma aldeia Kadiwéu e será ampliado para atender também as etnias Terena e Kinikinau. “A fase dois será estendida para outras comunidades, visando assim compreender um maior número de mulheres para esse empoderamento. A fase dois visa a revitalização de espaço sede para as futuras associações que serão também contempladas”, explica.

A antropóloga conta que há também a intenção de oferecer cursos de formação para as artesãs. “Esse é um dos objetivos que a gente faz questão de frisar sempre, especialmente porque nós mostramos na capacitação que elas estão prontas para atuar como protagonistas da sua própria arte”, finaliza.

Texto: Leticia Bueno (com informações do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul)

Fotos: Leandro Benites