Projeto “A UFMS vai à escola” retoma suas ações em novo formato

A UFMS concentra suas atividades nos principais pilares institucionais da educação superior: ensino, pesquisa, extensão e também inovação. Todas as ações desenvolvidas pela Universidade são voltadas para o cumprimento de sua missão: desenvolver e socializar o conhecimento, a fim de promover a formação e o aperfeiçoamento do capital humano.  Seguindo esse propósito, desenvolveu-se o projeto de extensão “A UFMS vai à escola”, que depois de 14 anos, e uma reformulação significativa, retorna ao ambiente escolar de Campo Grande (MS).

Ação nas Escolas Pantaneiras

Em outubro, o projeto comemora 19 anos de uma trajetória marcada pela promoção da cidadania social nas comunidades e escolas de todo o estado, assim como o amadurecimento profissional entre os acadêmicos participantes, por meio da troca de experiências com os atendimentos, palestras educativas e rodas de conversa sobre geração de renda.

Estima-se que desde o início, até agora, 80 mil pessoas já foram atendidas com a colaboração de 1.500 voluntários, em 15 municípios de Mato Grosso do Sul. Entre as atividades realizadas, destaca-se a expedição ao rio Paraguai, à ida a algumas escolas pantaneiras, a expedição ao Amazonas e ao município de Santarém do Pará.

Em vista das proporções alcançadas, o projeto se fragmentou e deu origem a outros, como “A UFMS vai à Escola Pantaneira”, “A UFMS vai à Escola Rural” e a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. Durante 14 anos, o projeto original foi suspenso nas escolas urbanas, direcionando suas atividades apenas para comunidades carentes e afastadas, que não possuem nenhum apoio na saúde preventiva e curativa, fornecendo qualificação técnica e contribuindo para o desenvolvimento social daqueles locais.

O começo

Os atendimentos ofertados abrangem diversas especialidades médicas

Inicialmente, o “UFMS vai à escola” reunia apenas quatro graduandos do curso de medicina. De acordo com a coordenadora do projeto, Mirian Coura Aveiro, observou-se um interesse crescente de voluntários no decorrer das atividades. “O projeto foi finalizado, em 2004, com a participação de 250 acadêmicos. Foi a maior revolução solidária na época. Nunca se viu tanto entusiasmo entre os voluntários que, atuando aos fins de semana nas escolas públicas de Campo Grande, levavam além do atendimento necessário, muito carinho e atenção à população”, explica.

Reformulação

Desde o início, o projeto original desenvolveu atividades com as comunidades no formato de “mutirão”. Em apenas um dia eram oferecidos diversos serviços voltados à saúde, sem dar sequência ao tratamento, interrompendo o protocolo de diagnóstico e acompanhamento do caso.

Depois de 14 anos, o programa retorna ao ambiente escolar em um novo formato experimental, que objetiva a construção de um programa de saúde escolar, a partir de ações continuadas durante cinco anos, em uma única escola, atendendo não só as crianças como também seus familiares e dependentes.  “Estaremos atendendo na íntegra em todas as áreas. Iremos cuidar desde a saúde da criança com a pediatria, até do idoso, da mulher, da saúde mental de todos eles e até dos animais. Então, o projeto vem com uma cara nova, trazendo uma participação efetiva da UFMS para ajudar esses professores e essa comunidade, assim como para fortalecer e dar visibilidade à escola”, explica Mirian.

A reformulação propõe atividades a partir de uma metodologia participativa. Inicialmente, é realizado um diagnóstico “in loco” das demandas estruturais e sociais da escola. Em seguida, o projeto vai ao encontro dessa comunidade oferecendo mensalmente, por seis horas, assistência médico-odontológica, assessoria jurídica, orientação tecnológica de produção, geração de trabalho e renda e atividades culturais.

Crianças e adultos são atendidos

A Escola de Tempo Integral Ana Lucia de Oliveira Batista, localizada no bairro Paulo Coelho Machado, será a sede das ações experimentais do programa e marca a retomada do projeto na região urbana de Campo Grande. Participarão, em média, 130 acadêmicos de 11 cursos da UFMS: Medicina; Odontologia; Engenharias de Produção, Civil e Elétrica; Jornalismo; Direito; Administração; e Economia. Antes das ações, os voluntários passarão por um processo de capacitação, com duração de seis horas,  para aprender a lidar com as famílias e também a se especializar previamente em algumas áreas de atendimento.

Segundo Mirian Aveiro, o projeto também possui uma proposta aberta para o público externo, porque contempla voluntários de fora da Universidade. “Contamos com a participação de u ma turma de skate e da dança de rua. Há mães que querem cortar os cabelos das crianças? Nós também recebemos”.

A fase de diagnóstico será realizada no período de 20 de outubro a 24 de novembro. O projeto iniciará suas intervenções na Comunidade em 2019. Os interessados em participar, podem se inscrever pelo e-mail mirian.coura@ufms.br.

Texto: Geovanna Yokoyama (estagiária de Jornalismo)

Fotos: Valentim Manieri/Mirian Aveiro