A UFMS e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), firmaram um termo de cooperação técnica para implantação da Farmácia Viv, que incentiva o uso de plantas medicinais como opção terapêutica, aliando práticas e saberes tradicionais à ciência farmacêutica. Além disso, a iniciativa pretende fortalecer o acesso de usuários do Sistema Único de Saúde a fitoterápicos com qualidade, segurança e eficácia. O acordo foi assinado nesta quinta-feira, 15, durante a abertura do 8º Meeting Nacional de Farmácia Clínica, realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo.
Para a vice-reitora Camila Ítavo, que esteve presente na abertura do evento, a farmácia viva é um exemplo claro de contribuição do conhecimento da Universidade para a melhoria da sociedade. “São parcerias e propostas como essas que nos enchem de orgulho e esperança para uma sociedade mais robusta, a partir da Ciência, da Educação, da Inovação”, disse.
“Essa iniciativa é algo que me deixa extremamente lisonjeado por saber que nós estamos vivendo um momento histórico. Imagine daqui a 20 anos, quando a Política Nacional estiver completando 40 anos e a nossa Farmácia Viva estiver completando 20 anos, alguém vai lembrar que nós estivemos aqui”, refletiu o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa.
Com a implantação, a expectativa é transformar Campo Grande em centro de referência para os municípios do Estado e outras unidades da federação implantarem suas farmácias vivas. Ao todo, serão investidos R$ 987.302,26, sendo R$648.769,26 para manutenção e R$ 338.533,00 de estruturação, oriundos de repasse federal. Serão produzidos os fitoterápicos Xarope de Guaco (100 ml), Gel de Erva Baleeira (100 g), Droga Rasurada de Capim Cidreira (100 g) e Droga Rasurada de Colônia (100g).
A professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição e coordenadora do projeto na UFMS, Soraya Solon, destaca que a iniciativa é resultado da união entre profissionais da Instituição, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul e da SES para elaboração e envio de uma proposta de criação do projeto para o Ministério da Saúde. “Na UFMS, [a Farmácia Viva] vem ao encontro com o projeto da Secretaria de Estado de Saúde. Em parceria com a SES, nós pleiteamos e conseguimos a autorização com outros cinco municípios do Brasil”, pontua. A autorização foi publicada na Portaria do Ministério da Saúde N° 4388, de 14 de junho de 2024.
O projeto estima o prazo de um ano para o início das atividades, que incluem a aquisição de equipamentos e insumos; o cultivo das plantas medicinais; o processamento sem que o material perca os princípios ativos (pré-seleção, limpeza, secagem e fragmentação); a preparação dos fitoterápicos em um setor de manipulação da Farmácia Escola da UFMS; o controle de qualidade no Laboratório de Tecnologias Farmacêuticas, localizado na Cidade Universitária, por meio de ensaios físico-químicos e biológicos; a dispensação dos medicamentos; e ações de capacitação de colaboradores da Farmácia Viva.
Soraya ainda destaca que a UFMS já possui um projeto de Farmácia Viva sendo desenvolvido desde o início do ano, por meio do cultivo de 400 mudas doadas pelo Horto Medicinal da UFGD em uma área de um hectare junto a Horta Agroecológica do Programa Institucional da Universidade Aberta à Pessoa Idosa, localizada no setor 3 da Cidade Universitária.
Inicialmente, o programa Farmácia Viva atenderá residentes de Campo Grande na Farmácia Escola da UFMS e pacientes ambulatoriais atendidos no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh). Segundo a coordenadora-geral do projeto e farmacêutica da SES, Márcia Saldanha, a expectativa com o início das atividades é futuramente ampliar a produção do número de espécies cultivadas.
Também estiveram presentes para a assinatura do convênio o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Marco Aurélio Pereira; o assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde Heber Dobis Bernarde; a presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica, Silvia Storpirtis; a presidente do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Daniely Proença; e a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul, Josiane de Oliveira Silva Corrêa.
Texto: Thalia Zortéa, com informações do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul
Fotos: Álvaro Herculano
