Primeira Semana da Consciência Negra apresenta exposição de bonecas

Entre as atividades desenvolvidas na primeira Semana da Consciência Negra da UFMS, está sendo apresentada a exposição de bonecas negras, localizada na Secretaria Especial de Educação a Distância. Cerca de 105 bonecas fazem parte da amostra, que tem o objetivo de discutir a representatividade. O evento é desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas e integra atividades da 11ª Semana África-Brasil e o 6º Seminário Regional Diálogos Interculturais, Currículo e Educação de Fronteira Étnico-Racial: por uma educação intercultural, critica e decolonial.

De acordo com a coordenadora da exposição, Eugênia Portela, a ação visa debater sobre a estética que é imposta pela sociedade quebrar preconceitos. “A primeira exposição de bonecas negras é uma coleção que eu possuo desde 2011. A intenção é discutirmos essa imposição da estética eurocentrada, a valorização do europeu, a estética brasileira, apesar de mais de 50% da população ser composta por pretos e pardos”, ressalta.

Para a diretora da Faculdade de Educação, Milene Bartolomei, promover a conscientização é a alternativa mais viável para a quebra de uma cultura racista enraizada na sociedade.  “Durante toda a semana estão tendo atividades, palestras, mesas redondas e nós estamos com essa exposição de bonecas, sob a coordenação da professora Eugênia Portela, que traz alertar sobre a importância da consciência negra, da identidade negra e fazendo com que as crianças se identifiquem”, explica.

A Semana da Consciência Negra também discute temáticas étnico-raciais e formas de combater o racismo, conforme afirma a vice-reitora Camila Ítavo. “O evento envolve palestras, atividades e essa exposição em especial, colocando a boneca negra em um contexto lúdico. Quando a gente trabalha com crianças e a presença da boneca negra no brincar, faz com que haja um amadurecimento, conscientização e integração que nós todos temos que caminhar juntos, sem nenhum preconceito e tipo de discriminação”.

Para a acadêmica do quinto semestre de pedagogia, Olga Giovanna Bizerra, as crianças negras se sentem representadas quando observam a amostra. “A exposição tem o intuito de valorizar a identidade da criança negra. Por meio da exposição, a criança se sente representada, esse é o intuito das bonecas”.

Além da exposição, fazem parte da programação, lançamento de livros, workshop de maquiagem para pele negra, palestras, exposições, mesas-redondas e reuniões de grupos de trabalho. A exposição é até hoje às 17 horas, mas o evento dura até sexta-feira, dia 22, com encerramento e apresentação do Samba Enredo 2020: “Carvalho com Consciência Negra”, da Escola de Samba da Vila Carvalho.

 

Texto e fotos: Mara Machado (estagiária de Jornalismo)