Garantir a acessibilidade universal dos espaços físicos e dos serviços oferecidos para todos os usuários, contemplando formas de deslocamento, plataformas e modelos educacionais, informacionais e de comunicação é o objetivo do Plano de Acessibilidade da UFMS 2020-2024. O Plano foi aprovado pelo Conselho Diretor e já está em vigor.
Para o reitor Marcelo Turine, o planejamento em diversas áreas tem sido o foco da atual administração, para gerir com transparência os recursos e ter diretrizes claras de crescimento e melhorias. “Nós já estamos investindo em acessibilidade desde a gestão anterior, mas o planejamento é importante para traçar metas e propor etapas de realização. O nosso propósito é tornar a Universidade cada vez mais acessível e inclusiva”, afirma o reitor.
O Plano foi construído tendo como base o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) para o período de 2020-2024 e os trabalhos foram liderados pelo Comitê de Gestão dos Espaços Físicos e Acessibilidade, vinculado ao Comitê de Governança Institucional. “Todas as áreas da administração estão envolvidas com a Governança, Inovação e Sustentabilidade, que de forma transversal permeiam todos os nossos planos e ações. Com o Plano de Acessibilidade não foi diferente, com as contribuições de todos estão transformando a nossa Universidade”, disse a vice-reitora Camila Ítavo.
As pró-reitorias de Assistência Estudantil (Proaes) e Gestão de Pessoas (Progep) atuam diretamente com os universitários e servidores para garantir que este propósito entre em prática da melhor forma possível. “A Proaes conta com a Diretoria de Inclusão e Integração Estudantil e, dentro dela, nós temos a Secretaria de Acessibilidade e Ações Afirmativas (Seaaf). Essa secretaria nos ajuda em termos de ações para realizar atendimentos psicoeducacionais aos nossos acadêmicos que têm necessidade e, além disso, realiza avaliação e acompanha acadêmicos com necessidades educacionais especiais. Ela também promove o acesso à comunicação e informação, mediante alguns materiais e equipamentos de tecnologia. Vamos dar um exemplo aqui: uma máquina de escrever em Braille ou outros equipamentos, bens materiais. Essa secretaria da Proaes ainda acolhe, atende e acompanha, e garante acessibilidade desde o início do curso de graduação até o final – da graduação ou da pós-graduação – para alunos com reservas de vagas”, explica o pró-reitor Albert Schiaveto de Souza.
A Progep atua juntamente com a Proaes, no desenvolvimento das ações afirmativas e de inclusão. “Nós oferecemos cursos de capacitação, dispomos de psicóloga, assistentes sociais, médicos e enfermeira para atender quem necessitar, acompanhamos os servidores com deficiência e temos a Secretaria de Qualidade de Vida no Trabalho, unidade responsável pela coordenação, organização e acompanhamento do Programa de Assistência à Saúde e das ações de assistência aos servidores da UFMS quanto a prevenção de doenças, acessibilidade e ações afirmativas”, complementa a pró-reitora Lívia Gaigher.
“Partimos das condições atuais relacionadas à acessibilidade e inclusão na UFMS e elaboramos metas e ações, para o período 2020-2024, mesmo espaço de tempo do PDI. Estas metas e ações foram pensadas para consolidar, melhorar e ampliar a igualdade de oportunidades e condições de ingresso e permanência na Universidade, seja do estudante ou do servidor”, explica o diretor da Diretoria de Desenvolvimento Sustentável (Dides/Reitoria), Leonardo Chaves.
O diretor da Dides destaca a estrutura do documento pensada em cinco eixos estratégicos de metas e ações: Eixo 1 – Inclusão e permanência dos estudantes; Eixo 2 – Infraestrutura Acessível; Eixo 3 – Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação em Acessibilidade; Eixo 4 – Acessibilidade Comunicacional e Informacional; e Eixo 5 – Gestão de Pessoas. “Em todos os eixos é exposto o cenário atual e o que se espera até 2024”, fala.
No primeiro eixo, por exemplo, busca-se consolidar e ampliar as ações afirmativas e de inclusão. Atualmente, os estudantes com deficiência têm atenção especial da Seaaf, contando com atendimento psicoeducacional, materiais acessíveis e equipamentos de tecnologia assistiva, serviços de intérprete e tradutores de Libras.
Em relação ao segundo eixo – infraestrutura acessível – a Universidade tem observado as normas de acessibilidade vigentes obrigatórias em todas as novas construções, feito melhorias dos prédios já existentes e instalado rotas acessíveis em todos os câmpus. No último ano, por exemplo, a UFMS investiu na aquisição de elevadores para os prédios da Agência de Internacionalização e de Inovação (Aginova) e da Progep; construção de rampa de acesso aos prédios da Aginova e da Faculdade de Ciência dos Alimentos, Farmácia e Nutrição (Facfan); obras no ginásio de Esportes Moreninho e construção de muro de contenção, escada de acesso e colocação de guarda-corpo e corrimão no Instituto de Matemática (Inma) e no Campus do Pantanal (Cpan); a revitalização da Esplanada no Estádio Morenão; a revitalização das rotas acessíveis em Campo Grande contemplando a modernização e a sinalização das vias e estacionamentos, a instalação de bebedouros adaptados, faixas elevadas para pedestres, bicicletários e pontos de ônibus com espaço adequado para PcD; e a cobertura do acesso principal ao Complexo de EaD e Escola de Extensão proporcionando a criação de um novo espaço de convivência para os estudantes.
No terceiro eixo, além das ações afirmativas e de inclusão realizadas pela Proaes, há a inclusão de disciplinas nos cursos de graduação voltadas aos temas da acessibilidade, educação especial e questões étnico-raciais, como Estudo de Libras, Educação Especial, Direito e Inclusão, Educação étnico-racial, gênero e diversidade, entre outras. A Universidade também possui projetos de pesquisa e extensão que abordam a temática, entre eles, o curso de especialização em Educação Inclusiva com ênfase em Libras, e pretende investir em projetos estratégicos de inovação e pesquisa, por meio de edital específico de fomento.
O acesso à informação e o direito à comunicação dos estudantes com deficiência estão contemplados no quarto eixo. Neste sentido, a Universidade segue o novo modelo de identidade digital padrão do governo federal, que atende às principais recomendações de acessibilidade indicadas para web. Em todos os portais da UFMS, por exemplo, são utilizados os padrões de atalhos do governo federal, além de dois plug-ins: VLibras, que traduz conteúdos digitais para Libras, tornando computadores, celulares e plataformas web acessíveis para pessoas surdas; e UserWay, uma solução tecnológica de conformidade de acessibilidade alimentada por Inteligência Artificial mais avançada e popular do mundo. Além da instalação de totens digitais nos prédios da Cidade Universitária, tradução de editais em Libras, atualização e modernização de toda sinalização vertical e horizontal e sinalização multilíngue.
No quinto eixo, as ações visam continuar e ampliar ações integrativas e afirmativas aos servidores que possuem algum tipo de deficiência, além de promover capacitações relacionadas à acessibilidade e inclusão para que o serviço público seja prestado com qualidade para toda a sociedade. A Universidade dispõe, por exemplo, de uma rede de assistência composta por psicólogos, médicos, assistentes sociais, além de tradutores e intérpretes em Libras. Dentre as atividades desenvolvidas pela equipe do serviço psicossocial da Progep, no tocante à acessibilidade, como mencionado pela pró-reitora, há o acompanhamento ao servidor com deficiência, com objetivo de identificar as dificuldades que possam existir nos setores com lotação de servidores com deficiência, buscando em conjunto alternativas para que o desempenho das atividades laborais ocorra de maneira satisfatória, promovendo assim a qualidade de vida no trabalho e contribuindo para a melhoria dos serviços prestados à comunidade universitária.
A íntegra do Plano de Acessibilidade pode ser conferida abaixo.
Texto: Vanessa Amin e Leticia Bueno
Fotografias: reprodução do Plano de Acessibilidade