Na próxima sexta-feira, 30, o paleontólogo e professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro Thiago da Silva Marinho, responsável por identificar o maior dinossauro brasileiro, participa do quadro Conversas Museológicas. Com a professora da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo da UFMS e geóloga Edna Facincani, os pesquisadores discutem sobre a paleontologia e arqueologia enquanto ciências complementares. O vídeo será exibido no canal do Museu de Arqueologia (Muarq) da Universidade no Youtube, às 12h. O quadro conta com a intermediação do professor da Faculdade de Ciências Humanas e integrante do comitê de Pesquisa do Muarq Carlos Campos e da coordenadora do Museu Lia Brambilla.
“Apesar da confusão e analogias que as pessoas fazem sobre Arqueologia e Paleontologia, é importante deixar claro enquanto o objetivo principal da Arqueologia é o estudo da humanidade, desde suas origens enquanto gênero Homo, a Paleontologia objetiva estudar as outras espécies, e destas a que mais chama a atenção do público são os dinossauros, assim como arqueologia funerária (múmias) na Arqueologia!”, comenta Lia Brambilla.
Lia explica que o vídeo foi gravado durante a visita do professor Tiago à UFMS, na semana passada. “Foi muito importante a visita do professor Tiago à nossa instituição, pois além de aclarar estas diferenças e divulgar os estudos paleontológicos de sua região (Minas Gerais) e Brasil, ele veio para conhecer e avaliar nosso potencial paleontológico, que não é pequeno. Esta parceria que ele está firmando com o grupo Nhandê Arandu, comandado pelo diretor da Diretoria de Popularização da Ciência da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Esporte, Ivo Leite, e as trocas de saberes e resultados de pesquisas com o MuArq, vem mostrar que apesar de distintas, Paleontologia e Arqueologia são complementares e o que as divide são os seres e o tempo”, conta Lia.
Além de conhecer o Muarq e a Cidade Universitária, onde foi recebido pela pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação Maria Ligia Macedo, Tiago realizou viagens aos municípios de Bandeirantes, Rio Negro, São Gabriel do Oeste, Rio Verde, Costa Rica e Chapadão do Sul, onde conheceu sítios arqueológicos. Na viagem, Tiago foi acompanhado pelo professor Ivo Leite, pelo historiador e acadêmico de Geografia da UFMS Rafael Simões e pelo biólogo e integrante do grupo Nhandê Arandy Diogo Careli. “Foi uma honra participar desta expedição e poder entrar em contato com tanto conhecimento, na qual vimos a teoria aplicada na prática. Em época de pandemia, participar de uma verdadeira aula de campo foi essencial para minha formação, pois pude ver tudo que aprendi sobre geologia, geomorfologia em Mato Grosso do Sul. Foi muito inspirador poder acompanhar o professor Tiago e me estimulou a buscar um programa de pós-graduação após a conclusão do curso de Geografia”, destacou Rafael que é estagiário no Muarq.
Ele também conta sobre a experiência de acompanhar as palestras a jovens e crianças das cidades promovidas pelo grupo Nhandê Arandú. “O grupo levou o ensino de Ciências ao interior que muitas vezes é carente dessas ações, ainda mais por um especialista da área, como o professor Tiago. Foi muito bonito de se ver e enfatiza a importância de levarmos a ciência para as escolas de educação básica”, comentou.
Em Chapadão do Sul, Tiago e Rafael falaram sobre o período Devoniano no auditório do Centro Estadual De Educação Profissional Arlindo Neckel. Tiago também visitou o Campus da UFMS na cidade e pode conhecer projeto da Universidade em andamento na região com a possível identificação de mais sítios arqueológicos que poderiam incrementar novas opções de turismo, cultura, esportes e a ciência. Em Chapadão do Sul, há vestígios de um mar com cerca de 400 milhões de anos. “Há um clima de expectativa no mundo acadêmico de Chapadão do Sul com a possibilidade do avanço das pesquisas. O município tem grande potencial arqueológico que nunca teve o devido incentivo e exploração”, contou Lia.
“Fiquei muito feliz pela recepção que tive na UFMS e equipe do MuArq. Mesmo em pandemia, ficou claro o comprometimento da universidade com suas atividades. Gostei muito da exposição e demais espaços do Museu, o que reflete o empenho da direção, docentes e estudantes envolvidos em projetos que visam compreender, preservar e divulgar a pré-história e história do MS”, comentou Tiago.
O quadro Conversas Museológicas conta com o apoio do grupo Atrivm da UFMS, do Grupo de Pesquisa em Arqueologia, Educação e Patrimônio Cultural do MuArq, do Iphan, da Fapec e integra as atividades da campanha Eu Respeito.
Texto: Vanessa Amin
Fotos: Rafael Simões e Miriam Valadares