Pesquisa sobre agricultura inteligente conquistou Prêmio Agrociência Famasul 2020

Um projeto de iniciação científica desenvolvido no Campus de Naviraí, obteve a primeira colocação na categoria Graduação do Prêmio Agrociência Famasul 2020. A pesquisa “Agricultura 4.0: as principais barreiras para adoção em massa de práticas inovadoras de agricultura inteligente” foi realizada pela estudante Sara Cristiane Machado Vaz, com a orientação do professor Victor Fraile Sordi.

O estudo foi divulgado nesta edição da Revista Candil e tem como objetivo apontar os desafios na disseminação das tecnologias de smart farming, identificáveis em publicações nacionais e internacionais. “Agricultura 4.0 ou Agricultura Inteligente é uma nova modalidade de agricultura que, aliada à produção convencional, intensifica o uso de tecnologias de informação e comunicação, como o uso de sensores e atuadores, máquinas georreferenciadas, drones, inteligência artificial, tudo conectado para melhorar o processo decisório nas fazendas”, explicou o professor Victor.

Sara contou que para o estudo premiado foram feitas várias pesquisas e revisões sistemáticas integrativas de publicações disponíveis nas bases de dados Scopus, Web of Science, Science Direct, Spell e Scielo. “Chegamos à conclusão de que as principais barreiras para a adoção em massa das práticas de agricultura inteligente são: Infraestrutura Digital; Qualificação; Insegurança e Desconfiança; Integração e Customização e Capital e Crédito”, informou.

Para a estudante, a adoção das práticas inteligentes é importante por conta das vantagens oferecidas pela tecnologia, como a produção de mais alimentos utilizando menos recursos, além da adequação a novos e exigentes padrões de consumo sustentável. “E pesquisas que se aprofundem em cada uma dessas questões identificadas no nosso projeto são necessárias, para que os benefícios potenciais desse novo modelo de fazenda inteligente sejam capturados por todas as cadeias produtivas, deixando o agronegócio cada vez mais produtivo, eficiente, intensivo em dados e conhecimentos, e, principalmente, sustentável”, comentou.

 

Premiação

Em destaque o superintendente do Senar/MS Lucas Galvan. À direita da imagem: Victor (camisa azul claro, terceira tela da coluna da esquerda) e Sara (blusa preta, quarta tela da coluna da direita) – Imagem: Reprodução/Sistema Famasul

O objetivo do Prêmio Agrociência Sistema Famasul é estimular a comunidade acadêmica na elaboração de projetos científicos que contribuam com o setor agropecuário sul-mato-grossense e do Brasil. Participam da premiação estudantes de graduação e pós-graduação de seis instituições de ensino e pesquisa de MS: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), Universidade Anhanguera-Uniderp (UNIDERP) e Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

A sessão técnica e a divulgação dos contemplados em 2020 foi realizada na última quinta-feira, 22 de outubro, no formato virtual. Ao todo, cinco finalistas da categoria graduação e quatro da pós-graduação, acompanhados dos respectivos orientadores, tiveram cerca de 10 minutos para fazer a defesa do projeto. Os estudantes tiveram também a oportunidade de tirar dúvidas sobre os outros estudos apresentados.

Além de troféus, os vencedores receberam mil reais que deverão ser utilizados em inscrição de eventos científicos. “Participar do prêmio foi muito gratificante, não só pela conquista, mas também pela troca de conhecimento com os estudantes de outras universidades e outros cursos, com outras problemáticas. Ao final das apresentações houve um momento de perguntas e respostas que acredito contribuiu muito com todos que ali estavam”, afirmou Sara Cristiane Machado Vaz.

“O prêmio vem reconhecer e coroar o trabalho que vem sendo feito há dois anos em Naviraí, por um grupo de pesquisadores do qual a Sara faz parte. A ideia é que a produção científica da Universidade chegue à sociedade e a premiação auxilia nesse processo, à medida que mais pessoas irão ler a pesquisa, descobrir os resultados, se inteirar sobre o assunto, fazendo com que ela chegue mais facilmente aos produtores rurais e startups do agronegócio que oferecem essas soluções de agricultura inteligente. Nosso objetivo é pesquisar para oferecer as melhores evidencias científicas para o agronegócio”, afirmou o orientador Victor Fraile Sordi.

 

Pesquisa e iniciação científica

O trabalho citado pelo professor é o projeto de pesquisa “Gestão Inteligente de Propriedades Agropecuárias: Smart Farming no estado do Mato Grosso do Sul”; coordenado pelo docente, que faz parte do Núcleo de Pesquisa em Gestão, Desenvolvimento e Inovação (NGDI) do Campus de Naviraí. Além de Sara, o projeto também tem a participação dos estudantes Rogério da Silva Santa Ana, Daniele Almeida do Império e Pedro Eduardo Volpato Jr.

“Além das revisões sobre os estudos desenvolvidos pelo mundo, os pesquisadores estão entrevistando uma série de produtores de todo o estado e pretendem visitá-los para entender as diferentes realidades e problemas envolvidos para a adoção dessas práticas, que são defendidas pela comunidade internacional como saída para a alta demanda por alimentos que teremos nas próximas décadas”, explicou Victor.

Sara participa do Programa de Iniciação Científica Voluntária (Pivic) desde março de 2019 e para ela a atividade agregou muito valor à sua formação. “Acrescentou muito ao meu conhecimento e aprendizagem, abriu minha mente para novos horizontes, quebrou o paradigma de que o curso de Administração somente fala sobre empresas. O programa me inspira em cogitar uma pós-graduação na área pesquisada”, finalizou a estudante.

 

 

Texto: Ariane Comineti – Imagem do drone: banco de imagens