As Associações Atléticas Acadêmicas (AAAs) surgiram no Brasil no final do século 19 e as cidades precursoras foram São Paulo e Rio de Janeiro. Este movimento tem como objetivo o fortalecimento e o incentivo dos estudantes no esporte, por meio da promoção e participação em diversas competições.
Há época as competições esportivas ficavam restritas ao âmbito estadual, e a partir de 1916 que as primeiras disputas interestaduais começaram a ser realizadas. Em 1934 o primeiro campeonato de jogos universitários como evento nacional foi registado, e no ano seguinte foi a vez da primeira olimpíada universitária.
Uma pesquisa iniciada em 2019 na Faculdade de Educação, foi pensada para investigar a atuação das atléticas acadêmicas no desenvolvimento do lazer universitário, e também para analisar as estruturas administrativas e o perfil dos gestores. Sob coordenação do professor de educação física, Junior Pereira da Silva o estudo foi desenvolvido junto aos diretores das AAAs.
O pesquisador identificou os tipos de filiação em relação aos integrantes das AAAs; a relação entre número de estudantes matriculados e vinculados às associações; os critérios exigidos para associação e os supostos benefícios em ser associado e a composição da estrutura administrativa.
“Minha área de pesquisa é política pública de esporte e lazer, desde 2019 tenho me dedicado a compreender melhor o envolvimento de estudantes com o esporte e lazer, com estudos que resultaram em algumas publicações em periódicos nacionais e internacionais”, disse o professor.
A partir do desenvolvimento da pesquisa, os dados foram desdobrados em duas publicações: Esporte universitário e Associações Atléticas Acadêmicas: estrutura administrativa e perfil dos gestores na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Brasil, publicada em uma revista espanhola em 2022, e, Vida universitária e atuação do associativismo no lazer estudantil, publicada na Revista Brasileira de Ciências do Esporte em 2023.
“As pesquisas indicaram a importância que as AAAs têm para o desenvolvimento do esporte universitário e tem contribuído no delineamento de uma proposta de programa que estou elaborando para apresentar ao Ministério do Esporte, denominado de Programa de Massificação do Esporte Universitário”.
O estudo que analisou 22 atléticas acadêmicas, teve a participação do então estudante de educação física e agora egresso, Leonardo Ribeiro.
“Ao ingressar Programa de Educação Tutorial em 2020 existiu a oportunidade de escolher o subgrupo que iríamos integrar, com a temática de esporte universitário e atléticas, com isso, começamos as leituras e discussões para definir o que e como iríamos desenvolver a pesquisa. Auxiliava na estruturação da pesquisa, coleta de dados e escrita. Sempre acompanhados do orientador que nos ensinou os aspectos básicos para dar os primeiros passos nesse caminho da pesquisa dentro da Universidade”.
Para o egresso, a pesquisa trouxe experiências tanto para a vida profissional como para a pessoal. “Experimentar todos os processos de se fazer pesquisa deixou um gostinho de continuar investigando novas variáveis e até mesmo o ingresso no mestrado e doutorado futuramente. Sem contar os benefícios pessoais como melhora de leitura, escrita, estudo e colocar em prática os conhecimentos passados nas disciplinas da graduação”, conclui Leonardo.
Texto: Bianka Macário
Foto: arquivo da Agência de Comunicação Social e Científica