Espécie mais usada em reflorestamento no Brasil, o eucalipto já ultrapassou a marca de um milhão de hectares em Mato Grosso do Sul, estado que se destaca no plantio dessa árvore que tem cultivo principalmente destinado a chapas de madeira e produção de celulose, assim como ganha cada vez mais espaço no sistema silvo-pastoril, possibilitando rendimento com o gado e a floresta.
O interesse no plantio dessas árvores levou pesquisadores do Campus de Chapadão do Sul (Cpcs) a realizar pesquisa sobre o crescimento de espécies de eucalipto no município. O experimento foi idealizado e implantado pelo então professor da UFMS Nerison Luis Poersch, atualmente lotado na Universidade Federal da Fronteira do Sul.
O projeto tem agora a coordenação do professor Paulo Eduardo Teodoro. “MS possui um enorme potencial para crescimento na área de eucalipto, sendo um dos maiores produtores do Brasil”, afirma.
Análises
Os pesquisadores avaliam o crescimento de seis espécies de eucalipto: Eucalyptus camaldulensis, E. uroplylla, E. saligna, E. grandis e E. urograndis e Corymbria citriodora. As árvores foram plantadas em área experimental no Cpcs.
“Fazemos avaliações mensais de diâmetro à altura do peito e altura total destas espécies. Duas vezes no ano fazemos avaliações com Veículo Aéreo Não Tripulado (Vants) para correlacionar as informações obtidas com o crescimento destas espécies. Esse ano está previsto realizarmos o corte destas árvores para quantificar o volume de madeira com precisão de cada uma dessas espécies”, explica o coordenador da pesquisa.
O volume de madeira já foi quantificado em outras oportunidades, porém com avaliação de poucas árvores.
Segundo o professor, os resultados desse experimento possibilitarão recomendar com precisão quais espécies que se adaptaram melhor a região de Chapadão do Sul e assim poderão ser recomendadas aos produtores da região.
Também há expectativa de que com a identificação das melhores espécies possam ser feitas hibridações intra e inter-específicas, que poderão ser realizadas com o objetivo de desenvolver novos genótipos de eucalipto para região dos Chapadões.
“Além disso, o experimento contribuiu para o treinamento de diversos alunos de graduação e pós-graduação nas áreas de mensuração e melhoramento florestal”, expõe.
No início desse ano, a dissertação “Redes neurais artificiais para quantificar o volume de madeira em espécies de eucalipto” foi defendida pela então mestranda Tays Silva Batista, orientada pelo professor Paulo Teodoro e que agora cursa Doutorado em Genética e Melhoramento na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os alunos Marcus Vinicius Vieira Borges e Janielle de Oliveira Garcia irão defender TCC nesse semestre com dados coletados nesse experimento.
O projeto tem a participação dos professores Fabio H. R. Baio, que auxilia na avaliação de imagens com Vants; Gileno B. Azevedo e Glauce T. O. S. Azevedo, que atuam na cubagem; Larissa P. R. Teodoro, que trabalha no uso de inteligência computacional com os dados e Deborah N. Soratto, que ajuda na avaliação de variáveis tecnológicas das espécies.
Texto: Paula Pimenta