Usina Solar Fotovoltaica da UFMS é inaugurada

Foi realizada a inauguração da Usina Solar Fotovoltaica da UFMS dia 18. A instalação é localizada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (Famez) e, além de gerar energia para a Universidade, tem o propósito de ser uma plataforma de pesquisas de graduação e pós-graduação.

Energias renováveis e sustentáveis, como a energia solar, estão cada vez mais em voga na atualidade, mas estudos comprovam que o acúmulo de sujeiras nos painéis solares pode afetar a produtividade das usinas, pois bloqueiam os raios de sol de chegarem aos painéis.

Para buscar uma solução, o professor Ricardo Santos organizou o Projeto Solar, que busca fornecer tecnologias para identificação e limpeza automática de painéis solares. “A sujidade está presente em qualquer instalação de energia solar, seja numa pequena residência ou numa grande usina. Obviamente, numa grande usina o impacto é muito mais significativo e, segundo estudos, chega a mais de 20% de prejuízo”, explica. O professor também alerta que além da perca de produtividade, o acúmulo de sujeiras também diminui a vida útil dos painéis solares, fato que reduz a capacidade do dispositivo.

O objetivo do Projeto é estudar formas de tecnologia que possam prever a sujeira dos painéis, quantificá-la e, se for provada a necessidade de limpeza, uma das grandes propostas é desenvolver um robô que se desloque sobre os painéis fazendo a limpeza automatizada.

O progresso da usina é todo acompanhado por um sistema próprio da UFMS

Para realizar as pesquisas, o Projeto Solar juntou uma equipe multidisciplinar. “Nós temos em torno de 20 pesquisadores e estudantes das áreas de Computação e Engenharias Elétrica, Mecânica e Química”, afirma Ricardo. Ao mesmo tempo em que as pesquisas são realizadas, as placas da Usina Solar Fotovoltaica da UFMS funcionam normalmente, gerando benefício imediato para a Universidade por meio de bônus gerado que é abatido na conta de energia da Universidade.

Pesquisadores do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e do Instituto Federal da Bahia (IFBA) também atuam no projeto, assim como empresas de energia que financiam as pesquisas com com recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“A proposta apresentada pela UFMS é um desenvolvimento experimental e isso chamou a atenção, porque você está desenvolvendo um equipamento aqui no Brasil e para o setor elétrico brasileiro, e a gente apostou que ele tem potencial para seguir na carreira de inovação”, declara o Engenheiro Júnior do Setor de Regulação, Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Global Participações em Energia, Diego Melo.

Uma das empresas que contribuem com o Projeto Solar, a Nexsolar, é de Felipe de Oliveira, antigo orientando do professor Ricardo Santos na graduação que atualmente faz Doutorado em Química na UFMS. “Para o mercado essa pesquisa realizada pelo Projeto Solar é algo que a gente sente necessidade. Minha empresa está há quase quatro anos atuando com instalação de sistemas fotovoltaicos e nós vimos essa lacuna, e a gente julga que projeto tenha importância inclusive a nível mundial”.

Os acadêmicos atuam diretamente nos estudos e interagem constantemente com os pesquisadores e professores. Para Igor Ono, do curso de Engenharia Elétrica, essa experiência agrega conhecimentos múltiplos aprendidos em sala de aula. “Muitas vezes as disciplinas não tem carga horária suficiente para colocar em prática tudo o que aprendemos na teoria. Só nesses nove meses que eu estou trabalhando no projeto, e ele tem duração de dois anos, eu já usei cerca de dez ou quinze disciplinas que eu aprendi durante os cinco anos de graduação”.

Texto e fotos: Leticia Bueno