Últimos dias para seleção de estudantes bolsistas e voluntários no Programa de Educação Tutorial

Termina na próxima terça-feira, 14, o período de inscrições para seleção de estudantes bolsistas e voluntários interessados em atuarem nos grupos do Programa de Educação Tutorial (PET). Podem participar do processo acadêmicos de cursos de graduação de sete unidades da Cidade Universitária e dos Câmpus de Três Lagoas (CPTL), Chapadão do Sul (CPCS), Pantanal (Cpan), Naviraí (CPNV) e Ponta Porã (CPPP). De acordo com a Pró-reitoria de Graduação, são 90 vagas para bolsistas e 72 para não bolsistas.

As inscrições devem ser feitas no Sigproj até 14 de março. O valor da bolsa é de R$ 400,00 mensais e são pagas diretamente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação. “Houve aumento na quantidade de bolsas disponíveis, primeiramente, devido ao aumento da participação de grupos que fazem parte do programa PET, isto é, todos os 18 grupos PET da Universidade participam deste processo seletivo. Outro motivo, foi a conclusão de curso de diversos estudantes participantes do programa”, explica a diretora de Inovação Pedagógica e Regulação da Pró-reitoria de Graduação, Heloisa Laura Queiroz Gonçalves da Costa.

“O PET é de suma importância para a UFMS pois proporciona a melhoria dos nossos cursos de Graduação, por meio do incentivo à realização de atividades voltadas para o ensino, pesquisa, inovação e extensão, de forma integrada. A participação dos estudantes nos grupos de educação tutorial contribui para a sua formação profissional e técnica, tornando-os mais criativos, críticos e com uma visão global, acerca de sua profissão e da sociedade”, destaca Heloisa.

Além disso, a diretora salienta também que a articulação das atividades de ensino, pesquisa, inovação e extensão desenvolvidas por cada grupo PET, fortalece o processo ensino-aprendizagem, possibilitando, por meio das atividades de extensão, a interação da UFMS e a comunidade local, por meio da troca de conhecimentos, da participação e do contato com as questões/demandas atuais presentes no contexto social.

Na Cidade Universitária há vagas para os grupos: PET Farmácia, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição; PET Ciência da Computação e PET Sistemas, da Faculdade de Computação; PET Educação Física, da Faculdade de Educação; PET Engenharia Elétrica, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia; PET Zootecnica, da Faculdade de Medicina Veterinária; PET Física, do Instituto de Física; e PET Química, do Instituto de Química.

No CPTL, as vagas são para cinco grupos: PET Conexões de Saberes Matemática, PET Matemática, PET História Conexões de Saberes, PET Geografia e PET Enfermagem. No CPCS, há vagas para o grupo PET Agronomia e Engenharia Florestal; no Cpan, para o PET Interdisciplinar Pedagogia e Psicologia – Conexões; e no CPNV para o PET Pedagogia e Ciências Sociais. No CPPP, há vagas para os grupos PET Matemática Conexões de Saberes e PET Fronteira.

A lista com a relação dos tutores, bem como a distribuição das vagas e demais informações sobre o processo de inscrição podem ser conferidas no edital disponível aqui.

Matemática Conexão de Saberes

O grupo PET Matemática Conexões de Saberes foi criado no dia 25 de Novembro de 2010, completando 13 anos de existência. Durante todo esse tempo já teve quatro tutores, sendo a atual a professora Vanilda Alves da Silva, e já participaram mais de 50 acadêmicos ao todo, entre bolsistas, voluntários e colaboradores.

“Acreditamos que nosso grupo é aberto para todos os tipos de acadêmicos, temos espaços para cada um desenvolver sua habilidade e também compartilhar com os demais colegas durante o desenvolvimento de cada atividade. Em nosso grupo, utilizamos compartilhar o que há de melhor em nós mesmos, para que assim possamos instigar e auxiliar o próximo, sempre pensando em desenvolver uma parceria e participação equitativa e de qualidade tanto para bolsistas, quanto para voluntários e colaboradores”, salienta Vanilda.

Segundo a professora, a participação no grupo PET, auxilia na construção do “professor desconstruido”, um profissional que busca inovar na busca de metodologias ativas para trabalhar no Ensino de Matemática, contribuindo para que os estudantes consigam promover uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos.

“A participação no PET pode oferecer muitos benefícios aos estudantes, incluindo o desenvolvimento de habilidades técnicas e interpessoais, bem como uma vantagem competitiva no mercado de trabalho. Além disso, o programa é um catalisador para futuros estudos em programa de pós-graduação ou pesquisa. É importante que os estudantes sejam capazes de demonstrar as qualidades e habilidades necessárias para ter sucesso no programa e aproveitar ao máximo essa oportunidade única de aprendizado e desenvolvimento pessoal”, complementa.

De acordo com a coordenadora do grupo, dentre as ações, três foram as que mais se destacaram no último ano. A primeira delas é a ação Pet sem Preconceito: conversando sobre diversidade. “Esta ação foi coordenada e desenvolvida pelo nosso colaborador Eduardo Henrique Alves de Souza, em parceria com o projeto de extensão Laboratório de Ensino e Pesquisa em Matemática: ‘enxergar com as mãos’.

Para Vanilda é uma atividade pautada nos temas do cotidiano de cada pessoa, seu formato de vida e até mesmo suas crenças, buscando discutir questões como gênero, raça, classe, sexualidade, estética, deficiência física e intelectual, regionalismo/xenofobia, etc., com o intuito de diminuir os preconceitos ainda enraizados dentro da UFMS. “Esta atividade além de contribuir com a formação política do petiano, tem como objetivo principal assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promovendo oportunidades de fala. A atividade tem como foco principal promover a empatia, não só dentro do contexto acadêmico, mas também na vida de cada pessoa, principalmente para os futuros professores.

Outro projeto é o Matemática é questão de menina sim! Quando apresentado no evento científico Integra UFMS, foi um grande sucesso. Recebeu ótimas avaliações e comentários positivos dos participantes. Essa iniciativa aborda um tema crucial para a inclusão na sociedade atual, mostrando que as mulheres também podem se destacar em áreas consideradas ‘masculinas’. “Através dessa ação, foi possível destacar a importância da equidade de gênero, incentivando a participação feminina em áreas de conhecimento que muitas vezes são dominadas pelos homens. O impacto positivo dessa iniciativa não se limitou apenas ao evento, mas também teve um efeito significativo na comunidade acadêmica e na sociedade em geral durante a sua execução”, diz Vanilda.

No ano passado, a atividade obteve resultados muito positivos, trazendo grande visibilidade para o PET. “A sua realização no evento Integra UFMS pode ser considerada uma continuidade dessa iniciativa, que se mostrou promissora e obteve resultados positivos. A importância da atividade reside na sua capacidade de promover a inclusão e o desenvolvimento de todos os indivíduos, independentemente do gênero. Portanto, a iniciativa deve ser continuada e incentivada a fim de promover a inclusão e o desenvolvimento de todos os indivíduos, independentemente do gênero”, avalia a professora do CPPP.

Outro projeto é o sobre Inferência estatística e probabilidade aplicada. Sob orientação da tutora, os petianos envolvidos realizaram um estudo de estatística, iniciando por estatística básica, introdução à inferência, princípios de contagem e probabilidade. “Durante a pesquisa, coletaram dados dos estudantes da UFMS e utilizaram os conhecimentos adquiridos para entender melhor as consequências da pandemia. As informações obtidas com a análise estatística foram compartilhadas para a sociedade e entidades ligadas a instituições de ensino, visando um melhor atendimento a esse público, a fim de investigar sobre as dificuldades enfrentadas pelos estudantes da UFMS, por gênero, no período de pandemia, com aplicação de questionário via e-mail”. Ela acrescenta que com relação às acadêmicas, foram levantadas questões referentes à violência contra a mulher. No caso dos acadêmicos, levantamos questões relacionadas ao estereótipo de o homem ser o responsável pelo sustento de sua família. Para ambos os grupos, levantamos questões sobre bem estar emocional, situação financeira, acesso à internet, acompanhamento das aulas na nova modalidade de ensino. Comparamos, ainda, as dificuldades dos acadêmicos e analisamos diferenças por gênero”.

De acordo com a professora Vanilda, uma coisa chamou atenção: o aumento considerável das horas de dedicação das mulheres aos seus dependentes, nesse período. “Os dados obtidos nos dão uma visão sobre as dificuldades enfrentadas na pandemia e apontam para a necessidade de a universidade pensar em ações concretas e necessárias, que sejam capazes de minimizar o impacto dos desafios que surgirão após a pandemia, no sentido de propiciar uma volta às aulas presenciais de forma mais tranquila e possibilitar um retorno com qualidade”.

Estudantes falam sobre sua experiência

“Entrei no PET no segundo semestre de 2021 como bolsista e tenho tido uma experiência extremamente positiva. As ações do PET são voltadas principalmente para a área da educação, e têm sido muito úteis tanto na minha formação profissional quanto pessoal”, conta o acadêmico João Deivid Fernandes Serratti, do quinto semestre de licenciatura em Matemática no CPPP. “Graças ao PET, tenho conseguido desenvolver disciplinas que seguem a mesma metodologia com mais facilidade, além de dedicar mais tempo aos meus estudos. A bolsa também tem ajudado com os gastos que tenho por morar a 160 km do Campus onde curso”

João conta que as ações desenvolvidas têm sido muito importantes para a sua formação como professor de matemática, e também permitem-no crescer pessoalmente. “Estou muito grato pela oportunidade de participar do PET e espero continuar contribuindo para as suas atividades. Dentre as várias ações que participei, algumas se destacam: a primeira foi o acompanhamento de calouros, onde tive a oportunidade de auxiliar novos acadêmicos; a segunda foi a Projeto de Pesquisa Individual e em Grupo, que me permitiu participar de eventos como o Integra UFMS 2022 e ser convidado para ser espectador do EPMEM; e a terceira foi a ação “Formando Professores para o Ensino de Matemática”, onde tive a oportunidade de participar de um minicurso em conjunto com outros PETs”, fala.

Eduardo Henrique Alves de Souza é acadêmico de licenciatura em Matemática também do CPPP e entrou no grupo PET Matemática conexões de saberes como colaborador em outubro de 2020. “Solicitei minha entrada no grupo como colaborador a fim de sair um pouco das mídias naquele período, pois estávamos no ápice do Covid-19 e com muitas propagação de fake news sobre o assunto, o que me fizeram a procurar programas universitários para que eu conseguisse lidar com as crises de ansiedade por conta do medo de adquirir o vírus e pudesse gastar meu tempo pesquisando sobre assuntos relevantes e de meu interesse. Desde então, não parei mais, pois nasceu em mim um espírito de pesquisador, sempre buscando melhorias no ensino da Matemática. Fazendo com que eu buscasse metodologias ativas, históricos sobre o ensino e a educação em geral, me auxiliando a sempre enxergar a realidade e dificuldades dos alunos, colegas e até mesmo as minhas como uma oportunidade de aprendizagem”, relata.

Eduardo acrescenta que, atualmente, suas pesquisas dentro do grupo estão relacionadas à diversidade brasileira, onde busca levantar questões como gênero, raça, classe, sexualidade, estética, deficiência física e intelectual, regionalismo/xenofobia, etc., com o intuito de diminuir os preconceitos ainda enraizados no cotidiano, a fim de promover mais empatia dentro e fora do contexto acadêmico. “Com a entrada da atual tutora, professora Vanilda Alves da Silva, me senti mais familiarizado com o grupo, por trazermos mais assuntos relacionado ao ensino de matemática para nossas discussões e pesquisas”, relata.

Joice Aparecida Mioto, que já concluiu o curso de licenciatura em Matemática, contou que entrou no grupo em 2019 como bolsista e saiu do grupo neste ano, pois conclui minha graduação. “O grupo PET me ajudou muito na graduação, e continua me ajudando hoje em dia que estou exercendo a minha profissão, com o PET tive várias experiências de ensino, que me possibilitaram a compreensão de como é uma sala de aula, e de metodologias adequadas para o ensino”, diz.

Ela considera que sua participação no grupo PET trouxe muitas contribuições. “Considero que a minha participação no grupo PET trouxe várias contribuições, tanto para mim quanto para o grupo, como petianas conseguimos desenvolver várias atividades relevantes. Entre elas uma atividade que me marcou muito, realizada em 2019: matemática com sabão. quando realizamos uma oficina com crianças carentes, que eram ajudadas na época por um grupo aqui da cidade chamados de ‘anjos da noite’, a oficina foi muito gratificante, foi lindo ver o interesse daquelas crianças tão vulnerabilizadas em aprender Matemática. Com ela tive uma experiência que me marcou para o resto da vida, ver que mesmo com todas as dificuldades enfrentadas que aquelas crianças ainda tinham muita alegria”, finaliza.

Programa de Educação pelo Trabalho – PET-Saúde

Até 13 de março, o período para acadêmicos de cursos da área de Saúde se inscreverem no processo seletivo do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde. As duas vagas são para voluntários em Gestão e Assistência. Podem participar estudantes regularmente matriculados nos dois últimos anos dos cursos de Farmácia (Facfan) e Fisioteraia (Instituto Integrado de Saúde). Outras informações estão disponíveis no edital.

 

Texto: Vanessa Amin

Fotos: Acervo PET Matemática