A UFMS assinou hoje, dia 17, um acordo de cooperação com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) para criação do Núcleo de Evidência (NEv). O objetivo é que as instituições trabalhem em prol da melhoria das políticas de saúde de Campo Grande e do enriquecimento da formação de pesquisadores.
A função do Núcleo de Evidência é pesquisar e provar quais são as melhores alternativas para cada caso levantado para estudo, como por exemplo, a necessidade de um medicamento específico para certo quadro clínico. O NEv irá pesquisar outros medicamentos e irá verificar qual a melhor solução.
“A proposta do núcleo é mostrar com evidências científicas para os tomadores de decisão na saúde quais as melhores opções para cada caso que surgir, porque a ciência mostra qual é a melhor opção. A leitura do que existe de evidências era um pouco complicada, então o trabalho do núcleo é trazê-las de uma maneira mais simples e mais rápida para os gestores da saúde”, explica a professora Anamaria Paniago, coordenadora adjunta do NEv.
Uma das contribuições do núcleo será auxiliar nos casos de judicialização, como conta o secretário municipal de saúde, José Mauro Filho. “O núcleo vem para auxiliar o poder judiciário nas tomadas de decisões, principalmente nas questões de judicialização da saúde, contribuindo para que as situações sejam analisadas baseadas em evidências. A medida que existam situações que dependam de análise técnica, o núcleo da Sesau pode tomar decisões baseadas nessas análises que serão feitas aqui pela Universidade”.
A cooperação entre as instituições será enriquecedora para os programas de pós-graduação da Faculdade de Medicina (Famed) da UFMS, pois os mestrandos e doutorandos poderão agregar ainda mais qualidade nas pesquisas realizadas pela Universidade.
“O núcleo de evidências atuando junto com a prefeitura de Campo Grande mostra a aproximação da academia, da ciência e da tecnologia em ajudar a resolver um grande desafio em nível nacional da política de saúde – a judicialização. Os nossos alunos de pós-graduação irão estudar casos reais que chegam para a procuradoria do município para tentar justificar de forma científica uma defesa. Isso é um desafio imenso e vai contribuir para melhorar o SUS e a política de saúde de Campo Grande”, afirma o reitor Marcelo Turine.
Segundo a professora Anamaria, é possível esperar mais parcerias com outras entidades da área da saúde. “Hoje estamos organizando esse convenio com a Sesau, mas futuramente haverá também convênios com a secretaria estadual e outras entidades. O NEv ajuda a evidenciar quais estratégias realmente funcionam e o investimento tem que ser feito naquilo que funciona, porque o que não funciona é desperdício de dinheiro público”.
Texto e fotos: Leticia Bueno