Símbolo da biodiversidade e do futuro verde é tema de seminário estadual

Com o tema Biodiversidade e geração de renda: caminhos para um futuro verde, a 7ª edição do Seminário Estadual da Guavira, realizada nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, reforça a importância da biodiversidade e o potencial econômico sustentável dos recursos nativos de Mato Grosso do Sul.

O evento, sediado na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), reuniu produtores, pesquisadores, professores e estudantes para discutir o papel da guavira no fortalecimento da cultura regional e da economia sustentável.

Com uma programação diversificada, o seminário ofereceu palestras e oficinas que abordaram técnicas de cultivo, manejo sustentável e novas formas de agregar valor à guavira por meio de produtos inovadores. “A proposta do seminário é integrar diferentes setores que trabalham com a guavira, além da comunidade científica, trazendo as pesquisas mais recentes para divulgar e valorizar este fruto tão representativo para Mato Grosso do Sul”, destaca a coordenadora institucional do evento e professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição, Raquel Pires Campos.

A coordenadora destaca a importância do evento para o fortalecimento das cadeias produtivas locais e para a economia. “A cada edição, apresentamos a Feira Pé de Guavira, um espaço que promove trocas entre produtores da agricultura familiar e consumidores. Essa interação não apenas incentiva o consumo sustentável, mas também valoriza alimentos diferenciados com alto valor agregado. Muitos desses produtos são mais nutritivos e oferecem qualidades funcionais que beneficiam a saúde. Essa movimentação é extremamente valiosa, e estamos entusiasmados em colaborar com diversas instituições em iniciativas que promovem o bem-estar e a sustentabilidade,” afirma a professora da UFMS.

O Seminário Estadual da Guavira é um evento anual que cria um espaço de debate e desenvolvimento para as atividades ligadas à guavira, fruto símbolo de Mato Grosso do Sul. Gastronomia, turismo, cultura, pesquisa, inovação, artesanato e geração de renda sustentável para comunidades foram temas que fizeram parte das discussões dessa edição, com foco no extrativismo sustentável e no desenvolvimento de novos produtos derivados da guavira. Inspirado pela Lei Nº 5.082 de 2017, que reconhece a relevância da guavira, o seminário fortalece a economia local e incentiva práticas que valorizam o Cerrado e suas riquezas naturais.

Entre os participantes, destaca-se o empreendedor Júlio Cesar Gauna Machado, de Bonito, que há dois anos fabrica sabonetes artesanais de guavira, com exportações para Dubai e Canadá. “O sabonete tem propriedades calmantes e é benéfico para a pele, além de representar um pedaço do nosso Cerrado brasileiro, agregando valor cultural e econômico. Muitas pessoas dependem da guavira, aguardando a época de colheita para venderem e sustentarem suas famílias. O Cerrado sul-mato-grossense é extremamente rico, com plantas medicinais e frutíferas, como a guavira, que traz sabor e memórias afetivas. Precisamos preservar esse fruto que é parte da nossa cultura e economia”, afirma Machado.

A aluna Maria Gabriela Nantes de Souza do 1º ano do Ensino Médio também esteve presente no Seminário. “Esse evento é muito valioso para o nosso aprendizado. Está acrescentando um conhecimento essencial para nós, futuros técnicos em agropecuária. A agronomia depende de uma boa base de conhecimento, e participar aqui nos permite entender mais sobre o que estudamos na prática,” comenta.

 

Texto: Lúcia Santos

Fotos: Álvaro Herculano