Projeto supera expectativas e beneficia cerca de 500 famílias em Campo Grande

Uma das primeiras ações a serem submetidas e aprovadas no edital da Universidade para estimular ideias e projetos de enfrentamento do coronavírus foi o projeto Atuação junto às comunidades periféricas de Campo Grande no Combate ao Covid-19 coordenado pela professora do Instituto Integrado de Saúde (Inisa) Cláudia Du Bocage Santos Pinto. Por meio de campanha divulgada nas mídias sociais e imprensa, o projeto arrecadou produtos de higiene e limpeza, como sabonetes, sabão em barra e detergente que foram utilizados para montar kits: um contendo quatro sabonetes e um detergente e outro contendo quatro sabonetes e duas barras de sabão.

A ideia nasceu no Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva, integrado por Cláudia e professores e estudantes de vários cursos da área da Saúde da UFMS envolvidos em ações de pesquisa, ensino e extensão há aproximadamente 30 anos. “Como atuamos na área de Saúde Coletiva e lidamos com questões importantes das comunidades, entendemos que, no momento, tínhamos um papel importante nesse combate. Já que lidamos com uma doença desconhecida em termos de tratamento, para qual não temos vacina ou medicamentos, entendemos que as medidas preventivas teriam bastante impacto, como a correta higienização e as informações essenciais para que as pessoas possam se proteger. Ou seja, percebemos que produtos de higiene e informação seriam importantes armas”, explica Cláudia. “Assim, elegemos os produtos: sabonetes, detergente e sabões em barra e iniciamos uma campanha de arrecadação para posterior doação às comunidades mais vulneráveis da cidade”, diz a coordenadora.

Além de Cláudia participaram do projeto a enfermeira Cleodete Candida Gomes; os professores Maria Elizabeth Ajalla, Fernando Ferrari e Everton Falcão, também do Inisa; Camila Medeiros Mazzeti, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição e Rosimeire Aparecida Manoel Seixas, da Faculdade de Medicina (Famed); além da acadêmica da Famed Laura Minare Silva. “Como resultado da campanha de divulgação, conseguimos montar 700 kits. Antes, porém, higienizamos todos os produtos e, para isso, contamos com a ajuda valiosa da diretora da Facfan Maria Ligia Macedo que doou um pouco do álcool produzido. Ou seja, o ótimo resultado foi fruto de uma ação integrada em benefício das comunidades”, destaca Cláudia. De acordo com a professora, o kit foi pensado para atender a demanda de um mês de uma família de quatro pessoas. “Como sabemos que há famílias mais numerosas, acreditamos que conseguimos beneficiar cerca de 500 famílias, já que a orientação era entregar mais kits em famílias com mais integrantes”, comenta.

Para viabilizar as entregas, o projeto contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). “Desde o início do projeto, no fim do mês de março, vínhamos conversando com a Sesau, uma parceira importante para viabilizar as entregas, pois queríamos promover o mínimo de circulação de pessoas. Num primeiro momento havíamos pensado nos próprios professores e estudantes fazendo a distribuição, mas optamos por coordenar a distribuição às visitas dos agentes comunitários de saúde. Eles também estão adotando medidas de segurança, como por exemplo, não entrar nas casas, mas conversar com as pessoas para saber o que está havendo. Então, estabelecemos com a Sesau alguns critérios e selecionamos os bairros Dom Antônio Barbosa e Parque do Sol”, explica. “Entramos em contato com os gerentes das unidades de saúde que foram muito receptivos, abraçaram nossa proposta. Depois nos reunimos com os agentes e pedimos a eles que pensassem em quais famílias poderiam ser contempladas, como por exemplo, as que tivessem idosos. Eles selecionaram as famílias e entregaram ao longo deste mês”, conta a coordenadora. Cláudia destaca ainda que, no bairro Dom Antônio Barbosa além do kit foram doadas 150 máscaras de tecido,  preferencialmente, aos idosos e aos agentes de saúde.

“Avaliamos que o resultado da ação foi muito positivo. Mobilizamos muitas pessoas em torno da causa. A receptividade da Sesau, das unidades básicas de saúde e dos agentes também foi muito importante para o sucesso. Somos um grão de areia nesse processo, mas para cada família, acredito que conseguimos fazer a diferença. Enquanto não se descobre tratamento ou vacina, teremos que nos conscientizar cada vez mais a respeito das medidas de prevenção. Então, o projeto foi fundamental, não apenas pela distribuição dos kits, mas, também, pelo trabalho de educação em saúde com a população”, avalia. “Toda a sociedade tem se mobilizado de forma intensa, são várias ações de diversas naturezas. Ficamos felizes pelo trabalho integrado e pelos frutos que colhemos”, conclui Cláudia.

 

Texto: Vanessa Amin

Fotos: Vanessa Amin e Acervo do Núcleo de Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva

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