Programas de iniciação científica e tecnológica contam com R$ 2,4 milhões para bolsas

Recursos são da UFMS e do CNPq e beneficiarão estudantes da graduação

Entre 27 de maio e 17 de junho, poderão ser feitas as inscrições de propostas candidatas aos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica da UFMS (PIC&T) no Sigproj. “É um programa voltado para o desenvolvimento do pensamento científico e iniciação à pesquisa de estudantes de graduação, com a missão de contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa, ao despertar a vocação científica e incentivar potenciais talentos mediante participação em projeto de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação orientados por pesquisador qualificado”, explica a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Maria Lígia Macedo

Neste edital, serão beneficiados os programas de Iniciação Científica (Pibic), Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (Pibic-Af) e Iniciação Tecnológica e Inovação (Pibiti). “Esta é uma oportunidade ímpar para o aluno conhecer o mundo da pesquisa, desenvolver habilidades como o pensamento crítico, a construção do raciocínio lógico, a escrita, a oratória e até o despertar para a carreira acadêmica e conseguir transformar o conhecimento adquirido na Universidade em produtos para a transformação social”, comenta Maria Lígia.

As propostas selecionadas serão beneficiadas com bolsas concedidas a partir de recursos próprios da UFMS e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “A concessão de bolsas tem como objetivo estimular os estudantes do ensino superior nas atividades, metodologias, práticas e conhecimentos próprios aos desenvolvimentos científico, tecnológico e de inovação”, ressalta Maria Lígia. Devem ser investidos R$ 2,4 milhões, distribuídos em 500 bolsas, sendo 434 para o Pibic, 14 para o Pibic-Af e 52 para o Pibiti. O valor mensal da bolsa é de R$ 400,00.

Para a diretora de Pesquisa da Propp Gecele Matos Paggi , o PC&T incentiva os estudantes que desejam se tornar pesquisadores. “A Universidade funciona nesse tripé de pesquisa, ensino e extensão e o ensino também é abastecido pela pesquisa. É um dos pilares da Instituição, muito importante, e é desde o início da nossa graduação que os estudantes e futuros profissionais constroem a sua vida acadêmica e na pesquisa”, destaca.

Sobre o aspecto formativo, a diretora fala que nesses programas o estudante tem a oportunidade de aprender a desenvolver o conhecimento, tem acesso à metodologia científica e ao uso de equipamentos e técnicas em geral não disponíveis nos laboratórios didáticos, além de interagir com pesquisadores da UFMS e de outras instituições e também ter maior oportunidade de participar de eventos científicos-tecnológicas nacionais e internacionais. “O estudante não apenas tem uma melhora de formação durante a graduação, como forma seu espírito crítico ou empreendedor, amplia sua visão da ciência como um todo, permite conhecer as diferentes áreas do conhecimento, instituições de destino e oportunidades para atuação futura, tanto na área acadêmica, em cursos de pós-graduação, como na atuação profissional em empresas e instituições de pesquisa”, complementa.

O PC&T também é importante para a pós-graduação, pois promove o aumento da qualidade e quantidade de estudantes que saem da graduação diretamente para programas de pós-graduação (PPGs) stricto sensu; melhora a qualidade das pesquisas vinculadas aos PPGs; reduz o tempo médio de conclusão nos PPGs; e melhora dos índices de produtividade científica da UFMS.

Importância para pesquisas

“A iniciação científica é importante para os estudantes que buscam conhecimentos, pois é uma forma de aprendizagem adicional ao que consta no currículo da graduação, já que ele pode desenvolver um aprendizado sobre métodos, técnicas e caminhos para buscar informações científicas, além do desenvolver opinião crítica. Por meio dos programas, os acadêmicos passam a ter maior capacidade de compreensão dos estudos científicos e interpretação de dados. É super importante tanto para a carreira acadêmica como para a profissional”, afirma a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Nutrição Denise Brentan.

Denise é a única representante da região Centro-Oeste na Academia Brasileira de Ciências. Ela ingressou no corpo docente da UFMS em 2015. “Sou nova ainda na UFMS, mas já tive mais de 15 acadêmicos de iniciação científica. Eles contribuem gerando dados e conhecimentos de projetos que tenho desenvolvido no Laboratório de Produtos Naturais e Espectrometria de Massas (Lapnem). Esses projetos incluem desde busca de novos candidatos à fármacos a conhecimentos à cerca da comunicação e dos fenômenos químicos que ocorrem na natureza. Muitos dos estudantes que estão fazendo iniciação científica, ou que passaram por ela, acabam indo para a pós-graduação”, destaca. Atualmente, a pesquisadora tem mais de quatro projetos em andamento e dois bolsistas. Ela diz que vai submeter novas propostas no edital.

“As temáticas dos projetos são diferentes incluem sempre análises químicas relacionadas à natureza, por exemplo, que envolvem plantas, microrganismos, animais, insetos. Focamos basicamente na busca de novos componentes para tratamento de câncer, inflamações e infecções bacterianas. Além desses, na área da ecologia química, buscamos compreender os fenômenos que acontecem na natureza sob o ponto de vista químico, permitindo pensar em estratégias para conservação. Também estudamos sobre biodegradação de plásticos e temos estudos em colaboração que visam entender sobre a toxicidade de algumas plantas e interação de animais através da química”, explica.

Isabella Bentos é acadêmica do terceiro semestre do curso de Engenharia Ambiental, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia. “Antes de participar do Pibic, fui voluntária no Laboratório de Geoprocessamento para Aplicações Ambientais (Labgis). Depois de um tempo surgiu a oportunidade de ingressar no programa, sob orientação do professor Antônio Paranhos. Fazer parte da equipe do laboratório não só ajuda no desenvolvimento das minhas pesquisa, mas traçou um norte sobre qual área realmente quero seguir. Sem contar o apoio dos colegas que sempre dão força”, conta. “Estou pesquisando sobre a avaliação da evolução da cobertura de solo e meu local de estudo é a unidade de conservação Sesc Pantanal Mato Grosso. Desenvolvo a pesquisa com imagens de satélite e manipulações em softwares livres (QGis) que vão me ajudar a fazer esta comparação da evolução do solo. Como estudante pesquisadora não poderia estar mais feliz em dizer que agradeço a oportunidade e, com certeza, espero ver meus amigos fazendo iniciação científica ao meu lado”, comenta Isabella.

Critérios para elaboração das propostas

Segundo a pró-reitora, há critérios importantes que devem ser observados na elaboração das propostas. “O plano de trabalho precisa ter uma pergunta clara, uma hipótese a ser investigada ou testada com uso de metodologia científica apropriada para a área do conhecimento na qual está inserida”, explica. O plano é o projeto de pesquisa de iniciação científica ou tecnológica elaborado pelo candidato a orientador para ser desenvolvido pelo estudante de graduação. O plano de trabalho deve ser dimensionado para 12 meses de estágio, deve ser individual e, portanto, deve ser executado somente por um estudante durante o ciclo das bolsas de Pibic, Pibic-Af ou Pibiti.

Maria Lígia ressalta ainda que um dos critérios da avaliação da proposta, é que o plano de trabalho deve estar adequado e aderente ao projeto de pesquisa, para um estudante em nível de Iniciação Científica ou Iniciação Tecnológica. O projeto de pesquisa ou inovação deve estar cadastrado e aprovado pela UFMS, em vigência e o candidato a orientador deve ser coordenador ou membro. “Para este edital o projeto de pesquisa tem que ter vigência mínima até 31 de agosto de 2022”, acrescenta.

É importante também que a ficha de pontuação do proponente seja preenchida corretamente, contendo: produção científica, tecnológica e/ou artística a partir de 2017 (inclusive), em consonância com os dados preenchidos no Currículo Lattes/CNPq do proponente. “Recomendamos que os candidatos realizem as devidas atualizações (inclusive em relação às orientações realizadas) em seus currículos até o encerramento do período de inscrições no processo seletivo, uma vez que a avaliação dos currículos será feita exclusivamente de acordo com as informações constantes nos currículos dos candidatos na Plataforma Lattes”, destaca a pró-reitora.

“O estudante e o candidato orientador devem estar atentos as normas e resoluções que regem os projetos de pesquisa, o Programa de Iniciação Científica e Tecnológica da UFMS e da concessão de bolsas e auxílios e o recebimento de retribuição pecuniária no âmbito da UFMS: Resolução COPP/UFMS nº 288/2021, de 26 de janeiro de 2021, Instrução Normativa Propp/UFMS nº 5/2021, de 14 de janeiro de 2021 e Resolução CD/UFMS nº 144/2018, de 28/12/2018”, finaliza.

Mais informações sobre o processo seletivo, especialmente em relação à apresentação das propostas, requisitos dos proponentes e estudantes, e documentação obrigatória podem ser conferidas aqui. Dúvidas e esclarecimentos podem ser encaminhados para o e-mail da Secretaria de Iniciação Científica e Tecnológica da Propp: seict.propp@ufms.br.

 

Texto: Vanessa Amin

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