Em um projeto piloto inovador, o Programa de Mobilidade Virtual em Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Promover) quer fortalecer o ensino, assim como a pesquisa e a extensão, em diversas áreas, minimizando inicialmente as distâncias pela oferta de vagas em disciplinas nas universidades envolvidas e, posteriormente, pela realização de outras ações institucionais conjuntas.
Recém-lançado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o Promover foi hoje apresentado em coletiva de imprensa pelos reitores das quatro instituições envolvidas na edição piloto: as universidades federais de Goiás (UFG), Rio Grande (FURG), Maranhão (UFMA) e do Sul da Bahia (UFSB).
“Esse projeto piloto tem a característica de ser o início dessa aproximação das universidades, que se dá de forma mais completa no compartilhamento de disciplinas, mas não há limites. Há um movimento natural pela receptividade de todos os reitores para que possamos ter todas as 69 universidades e, posteriormente, os Institutos Federais, em um movimento com ferramentas que já existiam e que podem ser ampliadas”, diz o presidente da Andifes e reitor da UFG, Edward Madureira.
Hoje encerram-se as inscrições nas disciplinas ofertadas pela UFG e UFSB. Na semana passada, a FURG encerrou a homologação com cerca de 500 estudantes inscritos e a UFMA com cerca de 200. Estão sendo oferecidas 2.240 vagas para 340 disciplinas das quatro instituições.
Os estudantes interessados se matriculam na sua própria instituição e é feito o ajuste com a universidade correspondente. O Promover possibilita que os acadêmicos se inscrevam em até três disciplinas, havendo seleção, com critérios de desempate.
“É um sonho antigo que se materializa nesse contexto da pandemia, quando a tecnologia passa a ser utilizada de forma mais intensa. Essa interação fortalece a formação dos estudantes. Esse é um projeto piloto para que os ajustes finos sejam dados e já temos números bem significativos”, enfatiza o reitor da FURG, Danilo Giroldo.
Para a reitora da UFSB, Joana Angélica Guimaraes, esse modelo irá gerar uma grande riqueza no aprimoramento dos projetos de pesquisa e de extensão. “Para que possamos criar projetos conjuntos e dialoguemos. Uma das grandes dificuldades é encontrar os parceiros corretos para que os projetos tenham êxito e isso vai ocorrer de forma mais orgânica – já conhecendo quem trabalha com o quê e como trabalha”, aposta.
Esse intercâmbio promove uma oportunidade nova, segundo o reitor da UFMA, Natalino Salgado Filho. “Estamos abrindo novos horizontes, diante do compartilhamento da cultura regional e inter-regional, o que vai promover uma amplitude de conhecimento técnico e isso tem reflexo na qualidade do ensino”.
Somam-se a tudo isso a possibilidades de os professores se unirem para fornecer disciplinas compartilhadas, a resolução de problemas pontuais como a contratação atrasada em uma universidade que pode ser integrada por outras, a expansão das ações para a pós-graduação, a formação de redes institucionais e futura internacionalização, entre outros benefícios.
“Esse é um projeto inovador, que traz uma mobilidade que nunca vimos em termos de universidades federais”, afirma a coordenadora do Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais, Rose Pinheiro. Nos próximos semestres letivos, novas instituições interessadas poderão ser inseridas no Promover.
Acadêmico do 4º ano de Medicina Veterinária da UFG, Júlio César de Castro agradece a disponibilidade de poder ser inserido no Programa. “Estudar em uma outra instituição, conhecendo novas metodologias, ampliando o conhecimento, terá impacto no meu histórico acadêmico e na vivência profissional”, expõe.
Texto: Paula Pimenta