Professores e estudantes da UFMS se destacam em competições da área da Computação

Estudantes e professores da Faculdade de Computação (Facom) da UFMS estiveram em evidência em três eventos nacionais e internacionais no último mês. Em outubro, grupos de estudantes orientados por professores alcançaram boas colocações na Competição Brasileira e Latino Americana de Robótica e na 28ª Maratona de Programação. Em novembro, docentes receberam premiações no 22º Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software.  

O diretor da Facom, Henrique Mongelli, afirma que os docentes e estudantes têm recebido diversas premiações nos últimos anos. “Além das premiações mencionadas, em 2023 tivemos outras nas diversas áreas de pesquisa da nossa unidade. Estes resultados mostram o compromisso da Facom em oferecer ensino, pesquisa e extensão de excelência, e repercutem de forma muito positiva na comunidade de Computação nacional e internacional”, diz.

A professora Patrícia Gomes Fernandes Matsubara foi a vencedora do Concurso de Teses e Dissertações do 22º Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software, realizado de 7 a 10 de novembro em Brasília, no Distrito Federal. A tese intitulada SwEDeL: Software Estimates’ Defense Lenses Designed from Negotiation Methods foi desenvolvida na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sob orientação da professora Tayana Conte (UFAM) e dos coorientadores Bruno Gadelha (UFAM) e Igor Steinmacher, da Universidade do Norte do Arizona (EUA).

Contente com o resultado, a professora destaca o apoio da UFMS durante a trajetória. “Ter tido a possibilidade de me afastar, de me dedicar de fato e alcançar um resultado como esse representa a coroação de um grande esforço de quase quatro anos, feito por mim, claro, e por meus orientadores. É um resultado que mostra que a gente da UFMS e da região Centro-Oeste tem potencial de fazer pesquisa de boa qualidade a nível nacional e internacional”, relatou. No evento, além da conquista no concurso, a professora ainda recebeu premiação como Distinguished Reviewer (revisora ilustre) na Trilha de Pesquisa em Qualidade de Software.

O docente da Facom, Awdren Fontão, também recebeu o prêmio de revisor ilustre, em reconhecimento à qualidade de seu trabalho e dedicação como membro do comitê de programa da Trilha de Educação em Qualidade de Software. “É importante ajudar a comunidade científica na revisão da qualidade de contribuição dos artigos científicos. Muita gente esquece que não é só submeter artigos que destacam a contribuição para a ciência. Atuar como revisor é parte do serviço. Além de ajudar a comunidade, aprimora o meu conhecimento. Com esse reconhecimento demonstramos o nosso compromisso com um serviço de qualidade, conhecimento técnico e relevância da contribuição”, pontuou.

Competições estudantis

Equipes de estudantes da UFMS participaram de eventos internacionais e competiram com robôs para auxiliar com problemas de programação. A preparação foi feita em atividades de extensão na Universidade e os times contaram com a orientação e acompanhamento dos professores Anderson Viçoso de Araújo e Amaury Antônio de Castro Junior.

Para Anderson, o sentimento é de dever cumprido. “É muito bom orientar e treinar um grupo que se dedica e se preocupa em sempre melhorar. Esse tipo de evento prepara os estudantes para trabalharem em equipe, resolverem problemas sob pressão, pensarem rapidamente na solução e na otimização de soluções. Esta conquista foi maravilhosa, mas é ainda mais significativa se considerarmos todas as competições que eles participaram. Marcaram história na Facom”, disse.

“O trabalho de incentivo e apoio aos estudantes é algo que nos realiza como professores e educadores, criar essas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional para eles é fantástico. Obviamente, a busca por resultados é um dos objetivos, no entanto, para os estudantes, só de estarem lá, em outra cidade do país, conhecendo lugares, culturas e pessoas, é uma grande conquista. Ainda assim, nossas equipes têm se destacado nessas competições, alcançando bons resultados e superando, muitas vezes, equipes de instituições renomadas no país e no mundo”, apontou Amaury.

Na final da 28ª Maratona de Programação da Sociedade Brasileira de Computação, realizada entre 19 e 21 de outubro em Chapecó, Santa Catarina, a equipe intitulada Vendo muda de SegTree por LOG(n) ou troco por O(1) alcançou a 47ª colocação entre 404 times de 16 países da América Latina. O grupo foi composto pelos estudantes João Victor Santos, Luiz Santos e Matheus Vyctor Espíndola. 

Luiz é estudante de Engenharia de Computação e contou que já representou a UFMS em cinco finais brasileiras e que tem visto, a cada ano, o desenvolvimento da prova. “Tem ficado mais difícil e também mais competitiva. Além das faculdades tradicionais que continuam montando times fortes, outras faculdades também têm criado uma cultura de maratona, entre elas a UFMS. Neste ano, eu e Matheus Vyctor ministramos um treinamento voltado ao evento e intensificamos as atividades no último mês antes da final. Confesso que gostaríamos de uma colocação melhor, mas ficamos muito contentes com essa posição. O time estava bom e entrosado, mas o nível da competição aumentou mesmo. Espero que nos próximos anos tenhamos mais times fortes para, quem sabe, trazer uma medalha para o MS”, falou.

Na Competição Brasileira e Latino Americana de Robótica, realizada de 7 a 12 de outubro em Salvador, Bahia, a equipe do Ararabots UFMS alcançou a 12ª posição entre 23 times. O grupo participante foi composto pelos estudantes Allan Menchik da Cunha, Amanda Ottoni Petini, Ana Karolina da Silva Barbosa, Fábio Huang, Natália Silva Duarte, Rafael Torres Nantes e Raphaella Brandão Jacques. 

“Foi minha primeira participação na competição, e a experiência foi incrível. Não só o evento em si foi muito agregador, como também todo o preparo contribuiu com novos conhecimentos e experiências. Olhando a classificação geral pode parecer que não fomos tão bem, mas a verdade é que fomos muito melhor do que esperávamos. A maior parte das equipes tem muitos integrantes e também patrocinadores, o que acaba fazendo diferença. Considerando que não tínhamos nenhum, conseguimos ir extremamente bem. Ganhamos muitos jogos e muitos dos que perdemos foi por uma diferença muito pequena, isso fez todo o esforço valer a pena”, pontuou a estudante de Engenharia de Computação, Amanda Ottoni Petini.

A futura engenheira de computação relembrou também como foi a preparação para o evento. “Ocorreu o ano todo, mas principalmente nos últimos meses antes da competição. Foram horas no laboratório para fazer tudo funcionar da melhor forma que conseguimos. Teve dias que a equipe ficou a madrugada na faculdade produzindo. Foi tudo muito cansativo, mas compensou totalmente quando chegamos no evento e começamos a competir”.

Também no 8º semestre de Engenharia de Computação, Natália Duarte contou que os desafios encontrados na competição foram realmente difíceis, mas fizeram com que o time se desenvolvesse tecnicamente e enquanto equipe. “Até, de fato, irmos para a CBR 2023, eu acreditava que só a preparação já era divertida o suficiente, agora, depois do evento, posso dizer que foi uma das melhores experiências da minha vida acadêmica. Poder representar a UFMS em uma competição Latino Americana, tendo a oportunidade de jogar contra equipes prestigiadas internacionalmente foi realmente inexplicável”, finalizou.

Texto: Elton Ricci e Ariane Comineti 

Fotos: Arquivos de Patrícia Matsubara, Awdren Fontão, Amaury de Castro e Amanda Petini