Professor de Paranaíba relata experiência sobre educação de surdos

Hoje, 9, às 19h, será lançado o livro Pesquisas atuais sobre a educação de surdos avanços e possibilidades, que conta com a participação do professor do Campus de Paranaíba (Cpar) Magno Pinheiro de Almeida. Ele relata sua experiência no ensino de Libras no Cpar durante a pandemia, assim como outros profissionais das universidades federais de Goiás e do Triângulo Mineiro.

O objetivo do livro é contribuir para uma melhor compreensão de como ocorre à educação de surdos no país, quais os avanços e possibilidades existentes. De acordo com o professor, o primeiro doutor surdo de Mato Grosso do Sul, Adriano de Oliveira Gianotto, é um dos organizadores do livro e foi o responsável por convidar vários profissionais que atuam na área do ensino de libras para contarem suas experiências.

No capítulo Relatos de experiências de três professores de universidade federal”, Magno,  Guilherme Gonçalves de Freitas e Radaí Cleria Felipe Gonçalves contam suas experiências no ensino de Libras durante a pandemia. “A realidade dessa área antes da pandemia era totalmente diferente de agora, existem novos desafios, conquistas e problemas a serem enfrentados”, explica o professor.

“Temos, enquanto pesquisadores, que registrar essas experiências, porque, futuramente, quando se debruçarem nos estudos sobre o que aconteceu nesse momento, assim como fizeram em relação a outros eventos históricos, terão então diversos relatos sobre o que está acontecendo, seja na área de Libras ou em outras áreas. Então quando escrevemos esse capítulo foi pensando nisso, em deixar esse relato da experiência de três universidades que permaneceram avançando no ensino de Libras durante a pandemia”, explica Magno.

De acordo com o docente, um avanço é a existência de profissionais que, apesar das dificuldades do ensino remoto, continuam instigando seus alunos a buscarem cada vez mais sobre a educação de surdos e a trabalharem com esse público sem prejuízos no aprendizado nesse contexto de ensino a distância. “Isso é o que temos feito na UFMS e principalmente no campus em que trabalho”, complementa ele.

Magno comenta que os autores do livro estão se organizando para uma possível segunda edição. “Seria uma discussão sobre a perspectiva de como será o retorno, o que pode mudar nesse processo todo, uma vez que já apontamos no livro a importância de se pensar em uma outra perspectiva do ensino de libras. Sabemos que 51 ou 68 horas de aulas ainda é pouco para o processo de aprendizagem de libras”, diz ele.

Acessibilidade e Ações Afirmativas

A UFMS, em 2017, optou por uma proposta inovadora de gestão, criando a Divisão de Acessibilidade e Ações Afirmativas, ligada à Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), que este ano passou a ser denominada Secretaria de Acessibilidade e Ações Afirmativas. A unidade é responsável pelo desenvolvimento, execução e acompanhamento de ações que promovam a acessibilidade em conjunto com as políticas afirmativas na UFMS.

A UFMS conta também com uma equipe multiprofissional composta por Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) em todos os câmpus. Em 2020, foi criado o curso de especialização em Educação Inclusiva com ênfase em Libras, com bolsas para servidores. O curso tem como proposta formar, teórica e tecnicamente, profissionais para atuarem junto aos alunos surdos, seja na sala de aula ou no atendimento ao público dentro da universidade, além de promover discussões sobre a Educação Inclusiva, com foco na pessoa surda.

Texto: Brunna Oliveira (estagiária da Agecom no Cpar)