Pós-graduação inicia segundo semestre com 2.346 matrículas

Com 2.346 acadêmicos matriculados nos 36 cursos de mestrado acadêmico, 11 mestrados profissionais e 21 doutorados, a pós-graduação da UFMS inicia hoje o segundo semestre letivo de 2020.

Os pós-graduandos, com seus respectivos professores-orientadores, são responsáveis pela geração da produção intelectual, científica e de desenvolvimento nas áreas tecnológica, artística, técnica, esportiva, pedagógica e cultural, e buscam pela pesquisa na UFMS respostas às demandas do conhecimento.

Em maio do ano passado, a Instituição oferecia 61 programas de pós-graduação e agora são 68. A Universidade possui 56 professores bolsistas de produtividade do CNPq, uma das ferramentas de financiamento à pesquisa e que é “destinada aos pesquisadores que se destaquem entre seus pares, valorizando sua produção científica segundo critérios normativos, estabelecidos pelo CNPq, e específicos, pelos Comitês de Assessoramento” (CNPQ, 2015a).

Além de ser um apoio financeiro, a bolsa de produtividade é um sinal de reconhecimento pelos pares aos pesquisadores com destacada produção científica. A bolsa PQ permite a participação em uma série de processos cruciais para a ciência nacional, tais como concessão de bolsas e auxílios à pesquisa, certificação e avaliação de programas de pós-graduação, formulação de políticas públicas em ciência e tecnologia, composição de corpo editorial de periódicos científicos, assim como na elaboração dos critérios de acesso à própria bolsa PQ.

Os cursos de pós-graduação da UFMS transpassam as principais áreas do conhecimento: Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Engenharias, Linguística, Letras e Artes.

Mas a pós-graduação também vive um momento delicado, com o isolamento necessário em tempos de pandemia.

“O grande desafio dos programas de pós-graduação nessa pandemia está relacionado ao desenvolvimento da pesquisa por parte dos estudantes, principalmente aqueles que estão no ano final de seu curso e cujas atividades dependem de experimentos ou coleta de dados. Muitos laboratórios fecharam durante o período de isolamento social e, quando operante, isso tem acontecido com uma escala de uso para evitar muitos pesquisadores no mesmo espaço, seguindo todas as regras de biossegurança”, explica o chefe da Coordenadoria de Pós-graduação, Além-Mar Bernardes Gonçalves.

Outros estudantes coletam dados em outros espaços, como hospitais, bibliotecas, instituições de ensino básico, etc. ”Todos esses espaços também tiveram seu acesso reduzido. Assim, muitos estudantes estão adequando seus projetos à nova realidade”, completa Além-Mar.

Juliana Leal Salmasio, que está no primeiro ano do Doutorado em Matemática (Inma), ainda não está no processo de produção de dados.

“Mas tenho colegas que estão enfrentando a dificuldade de remanejamento de etapas da pesquisa moldado por essa necessidade de isolamento social. Iniciaremos essa semana mais um semestre e tudo indica que ele será de ensino remoto, então, estou me adaptando e cumprindo os créditos do Doutorado”, diz a pós-graduanda.

Na etapa de estudo de referenciais teóricos, levantamento de pesquisas já desenvolvidas com temáticas semelhantes e delineamento do projeto de tese, Juliana diz que no seu grupo de pesquisa, os pesquisadores voltarão a realizar os encontros e discussões de textos via Google Meet, mantendo o contato apenas pela internet.

“Um dos fatores mais complexos tem sido lidar com as demandas da pós em paralelo com tantas notícias ruins que emergem da pandemia”, avalia a doutoranda.

Crescimento

O primeiro Mestrado na UFMS data de 1988 com a criação do Programa de Pós-graduação em Educação. Mas muito antes disso, a pesquisa tomou rumo na Instituição. A professora Neli Honda, por exemplo, em 1978, antes mesmo da federalização da Universidade, enviou ao CNPq o projeto “Estudo de Fitoaglutininas (Lectinas) de algumas variedades de vegetais encontrados no Mato Grosso”, que recebeu, à época, Cr$ 280 mil (Cruzeiros) como auxílio para aquisição de material de consumo.

Nos últimos anos, para alavancar a pesquisa a patamares ainda maiores, a UFMS tem focado potencialmente na internacionalização, procurando ofertar disciplinas em língua estrangeira, capacitar docentes e técnicos-administrativos, aumentando a mobilidade de estudantes e professores em instituições estrangeiras e vice-versa, buscando transferência de tecnologias para potencializar a vocação da Instituição.

Além das cooperações internacionais, as pesquisas envolvem a parceria de outras instituições, órgãos e empresas nacionais como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que há quase 20 anos compartilha pesquisas bem sucedidas com a UFMS, em áreas como bioinformática e biologia molecular.

Muitas das pesquisas realizadas na Universidade podem ser acompanhadas na coluna Pesquisa e Extensão do site da UFMS.

Texto: Paula Pimenta