Plataforma digital mapeia iniciativas de inovação social na fronteira Brasil-Bolívia

Na próxima terça-feira, 3 de outubro, será lançado o Observatório de Inovação Social da Fronteira (Obisfron), uma plataforma digital e colaborativa. A iniciativa busca apresentar o ecossistema de inovação da fronteira Brasil-Bolívia, especificamente dos municípios de Corumbá e Ladário, Brasil, e de Puerto Suárez e Puerto Quijarro, Bolívia.

O Obisfron é um programa de extensão do Núcleo de Estudos de Inovação Social da Fronteira (Neisf), do Câmpus do Pantanal (CPan). “Um Ecossistema de Inovação Social (EIS) é um dispositivo técnico que permite compreender como ocorre a inovação social pela ação criativa e das práticas sociais de múltiplos atores, públicos, privados e da sociedade civil, que buscam enfrentar e responder aos principais problemas públicos dessa região”, explica o professor e pesquisador do Núcleo, Anderson Espírito Santo.

O pesquisador pontua que o Observatório fornece dados para pesquisas atualizados, organizados e sistematizados, que se relacionam não apenas com o momento presente, mas indicam tendências em termos das dinâmicas de inovação social na fronteira. “Além da cartografia do Ecossistema de Inovação Social da Fronteira Brasil-Bolívia, pode-se ter acesso a outras informações relevantes, como as principais causas, a localização e o público-alvo. O Obisfron também já está preparado para divulgar quantificações: o que e quantos atendimentos essas iniciativas realizam. Esses dados ainda não serão disponibilizados, mas nossa meta é apresentá-los até abril de 2024”, explica.

A proposta também visa apresentar um panorama sobre os principais problemas públicos da região, já que evidencia como as iniciativas de inovação social surgem como uma reação às deficiências. Ainda de acordo com o pesquisador, as iniciativas identificadas são mapeadas.  “Hoje, temos 70 iniciativas de suporte e 80 iniciativas de inovação social inseridas na plataforma. Dessas 80, 19 são observadas, ou seja, algum pesquisador já foi até ela validar os dados. Nossa expectativa é aumentar o número de observadas no Brasil e na Bolívia para termos dados mais completos e robustos sobre as diferentes experiências de inovação social dessa fronteira”, diz.

Com a iniciativa, o Observatório tem expectativa de contribuir com os laços comunitários. “Ou seja, que o estudante da UFMS se torne um cidadão/cidadã mais ativo, que essas iniciativas de inovação social passem a dialogar mais entre si e que as melhores práticas sejam priorizadas pelo poder público, que, em muitos casos, não precisa ‘inventar a roda’ para enfrentar um determinado problema público, basta reconhecer as experiências criativas das comunidades. Essas sim devem ser priorizadas, fomentadas e multiplicadas no território. Aproveitamos para agradecer o apoio financeiro dessa pesquisa pela Fundect, Capes, CNPq e UFMS”, finaliza.

O Observatório é composto pela professora Vivian Veiga, do CPan; Douglas Voks, da Secretaria de Estado de Educação; Flávia Camargo, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul; além de nove bolsistas de iniciação científica remunerados e três voluntários, que desenvolvem suas pesquisas dentro da temática, estudantes de graduação e pós-graduação do CPan.

O lançamento do Obisfron está programado para 14h, no auditório 3 do CPAN. Mais informações podem ser obtidas no portal obisfron.com.br.

 Texto: Vanessa Amin