SBPC Educação: palestra aborda papel das atividades físicas na construção de escolas ativas

Como parte da programação da SBPC Educação, a professora Edineia Ribeiro, do campus Pantanal da UFMS, ministrou palestra sobre “Atividades físicas e esportivas e seu papel na construção de escolas ativas”. A palestra foi realizada nesta segunda-feira (22), no Complexo Multiuso 2.

“Uma criança que se movimenta amplia seu repertório motor e outras habilidades físicas fundamentais. As crianças crescem com amplas capacidades e oportunidades de desenvolvimento social, emocional, intelectual e físico”, disse.

Durante a palestra, Edineia apresentou o projeto Escolas Ativas e Comunidades Ativas, inspirado em uma experiência piloto desenvolvida no Rio de Janeiro, entre os anos de 2014 e 2016.  O objetivo é tornar crianças entre 6 e 12 anos mais fisicamente ativas. Para ser considerada uma criança ativa, é necessário que pratique uma hora de atividade física vigorosa por dia.

Na escola ativa os alunos ocupam papel central como sujeitos/agentes de aprendizagem. “A escola ativa surgiu no final do século XX como uma resposta às políticas de saúde pública voltadas para o combate ao sedentarismo na população”, explica a professora.

Na sala de aula, a escola ativa propõe o uso do movimento aliado às práticas educacionais, voltada para professores do ensino fundamental, reforça o conceito de multidisciplinaridade oferecendo a atividade física como uma ferramenta transversal para o desenvolvimento de conteúdo curricular e está alinhada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e com os Parâmetros Curriculares Nacionais.

Já uma comunidade ativa, propõe o fortalecimento de habilidades e capacidades necessárias ao desenvolvimento infantil; propõe experiências qualificadas com esportes e atividades físicas em espaços públicos comunitários; desenvolve uma variada gama de esportes e brincadeiras; e considera a idade e o estágio de desenvolvimento de cada criança.

“Há iniciativas de escolas ativas em diferentes países. Quando observamos os dados estatísticos que apontam cerca de 80% dos alunos considerados inativos ou insuficientemente ativos, o papel das escolas se torna fundamental no combate ao sedentarismo. Além disso, a atividade física esportiva pode aprimorar o desempenho acadêmico e estimular as crianças a irem para a escola”, comenta Edineia.

Neste sentido, a professora apontou algumas propostas que precisam ser implementadas, como, aumento da carga horária semanal das aulas de Educação Física, inclusão de exercícios físicos regulares como componente curricular obrigatório e introdução da educação para a saúde como tema transversal. Dados apresentados pela professora revelam que, no Brasil, há poucas escolas que podem ser qualificadas como ativas. “A maior parte das escolas ainda é classificada como insuficiente ou elementar”, relata. Menos de 1% das escolas está no nível avançado e pleno, indicando que ainda há muito a ser feito para implementação do projeto de escolas ativas. “O papel dos acadêmicos e dos professores é fundamental para disseminar novas práticas”, finaliza a professora.

Texto e fotos: Vanessa Amin