Muitos não sabem, mas as cooperativas brasileiras são responsáveis por boa parte dos alimentos que entram nas casas dos brasileiros todos os dias. Olhando para os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao último Censo Agropecuário isso fica bem claro. O modelo cooperativista representa aproximadamente 48% do total da produção agropecuária do País, ou seja, é o responsável pela na distribuição de leite, café, trigo, soja, arroz, feijão, carnes, legumes, frutas e demais produtos alimentícios.
A importância deste segmento não passa desapercebida pela UFMS. A universidade desenvolve um projeto de extensão que atua justamente no desenvolvimento de cooperativas e de empreendimentos de Economia Solidária (EES). A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP-UFMS) é uma estrutura que disponibiliza um núcleo básico interdisciplinar formado pelo quadro: docente, acadêmico e técnico, buscando assim, socializar o conhecimento da universidade junto aos setores populares.
Apresentando seu potencial como uma ferramenta de transformação social, a ITCP esteve presente na Campo Grande Expo para apresentar a toda cadeia produtiva o valor da agricultura familiar.
Miriam Coura Aveiro, coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas da UFMS, reforçou a importância de a agricultura familiar estar presente na feira. “A participação da incubadora vem consolidar todo um trabalho desenvolvido no campo. Existe o entendimento de que estar presente numa feira escola como esta, aprendendo, conhecendo os expositores que estarão presentes com novas tecnologias, as palestras, este novo olhar sobre o agro do MS, é fundamental para consolidar as cooperativas de agricultura familiar no mercado”, completou.
Neste sentido, a incubadora marcou presença levando o melhor da terra, para servir, comercializar e aprender com os que já estão neste caminho há mais tempo. O público teve a oportunidade de experimentar as comidas típicas do campo, como pamonha, bolos, sucos, licores, biscoitos, doces, e outros, assim como os artesanatos, desenvolvidos com matéria prima natural e sustentável.
Além dos produtos, os visitantes da feira tiveram a oportunidade de ver ainda um Espaço Experimental de Produção Agrícola com energia solar, incluindo hidroponia com energia solar, sistema Mulshing de produção de hortaliças e produção de tomates em vasos com irrigação por gotejamento. A incubadora também ofereceu algumas capacitações, como o de Manejo de Frango Caipira de Corte, parceria com a avicultura de Gramado (RS), onde será apresentada a proposta de produção do frango caipira de origem Francesa Label Rouge, e os seminários: Agroindustriais rurais, legislação, rotulagem e comercialização; Como implantar uma agroindústria rural; e Cadeia Produtiva de Frutos Nativos e Desenvolvimento de produtos, com apresentação da cadeia produtiva de frutos nativos e produtos comercializáveis.
O Projeto
O pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte Marcelo Fernandes comenta sobre o potencial da incubadora. “Ela possui programas de atendimento de assentados e a pequenos produtores rurais. Então, é muito bonito poder observar o início do projeto e depois, voltar lá passado 1 ano e ver a transformação daquela comunidade. Existe um grande espaço de crescimento para a produção da agricultura familiar, mas nem sempre os produtores se organizam para atender as demandas de mercado. Nosso papel é levar o conhecimento da universidade, visando o desenvolvimento econômico e social da cadeia”, explicou
Na prática, o projeto da ITCP-UFMS estimula a formação de empreendimentos de economia solidária no Estado de Mato Grosso do Sul, como forma de geração de trabalho e renda, promovendo a capacitação de cooperados/empreendedores através de cursos de qualificação profissional continuada além de acompanhamento nas áreas social, produtiva, educacional, saúde, jurídica, administrativa, de mercado, contabilidade, econômica e tecnológica.
Estas cooperativas populares facilitam a comercialização da produção desses grupos de forma legal, promovendo assim o crescimento destes cooperados e da qualidade de vida local. A Assessoria oferecida pelo projeto contempla diversas áreas: produtiva, educacional, saúde, jurídica, administrativa, de mercado, contabilidade, econômica e tecnológica, sendo ao todo cinco anos de incubação para assegurar o pleno funcionamento das cooperativas populares.
Texto: JC Costa
