Hotelaria em Campo Grande será mapeada em pesquisa na ESAN

Um dos elementos principais do turismo, o setor hoteleiro passará a ser acompanhado de forma diferenciada pela Escola de Administração e Negócios (ESAN). A hotelaria na Capital sul-mato-grossense será mapeada na pesquisa “Diagnóstico Hoteleiro de Campo Grande”, que pretende oferecer uma melhor compreensão da sua dinâmica de funcionamento e da gestão dos meios de hospedagem local.

Com coordenação do professor do Curso de Turismo da ESAN Guilherme Garcia Velasquez, a pesquisa, ao diagnosticar o mercado hoteleiro em Campo Grande, proporcionará após dois anos de execução um retrato atualizado do panorama hoteleiro da Capital.

O professor Guilherme explica que a proposta para Campo Grande segue os passos de uma pesquisa já realizada por ele e outros professores do curso de Turismo, mas em Bonito, em 2011/2012, para entender qual era o panorama hoteleiro naquele município.

“O nosso objetivo não é julgar. Queremos que cada empreendimento possa se conhecer e conseguir olhar para o outro concorrente e, a partir daí, criar estratégias que vão culminar, obviamente, no melhor atendimento para quem visita a cidade de Campo Grande , seja como destino intermediário ou final, por trabalho, negócio, lazer, saúde, o que for”, explica o coordenador.

A pesquisa acontece em três fases: levantamento, aprofundamento teórico e fase de campo. Com parceria do curso de Hotelaria da Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE, Foz do Iguaçu-PR, o projeto, em sua segunda fase, buscará apoio da Fundação de Cultura, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, de Campo Grande e Associação Brasileira da Indústria Hoteleira – MS, no sentido de agilizar as atividades de campo e envolver os empreendimentos.

“Mapear esses locais de hospedagem na cidade irá contribuir de maneira significativa para esses órgãos”, avalia o professor.

Entre as informações a serem levantadas estão qual o tipo de serviço oferecido pelos empreendimentos de hospedagem, classificação quanto ao serviço, estrutura e conforto, aglomeração desses empreendimentos, perfil dos hóspedes, domínio de língua estrangeira, entre outros dados essenciais que ajudarão órgãos e empreendimentos nas ações estratégicas de atuação.

Conforme a matriz de classificação hoteleira, os empreendimentos são identificados entre uma e cinco estrelas, dividindo-se entre hotéis, pousadas, hotéis históricos (prédios tombados e patrimoniados), cama e café, que são as hospedagens mais simplistas em residências e os apart-hotéis.

Existem, por fora desse sistema, outras formas de hospedagem, que são os empreendimentos extra-hoteleiros, mas que fazem parte do mundo da hotelaria, entre eles albergues, hostels, campings e residências, como aquelas oferecidas por sistemas como airbnb.

“Vamos fazer um mapeamento de todos esses empreendimentos hoteleiros e extra-hoteleiros, por meio de verificação dos cadastros no Ministério do Turismo, na Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, em Campo Grande, e também via Google, para ver o que se vende de hospedagem na capital”, explica Guilherme.

A expectativa é que haja pelo menos cinquenta empreendimentos hoteleiros na capital sul-mato-grossense. De acordo com o anuário estatístico de turismo, disponibilizado pelo Ministério do Turismo, o estado de Mato Grosso do Sul recebeu, no ano de 2016, um quantitativo de 77.028 turistas.  Ainda, vale a menção de que a Capital do Estado representa um de seus principais portões de entrada, seja como destino final ou intermediário.

A partir do mapeamento desses empreendimentos, será feita a visita técnica a cada um deles, com levantamento de dados e acervo fotográfico, podendo servir, futuramente, de auxílio aos turistas que chegam à cidade.

“Dessa pesquisa pode nascer até mesmo uma metodologia de análise hoteleira”, diz o professor que conta com a ajuda de duas acadêmicas voluntárias do primeiro ano do curso de Turismo da ESAN.

“Acho que essa pesquisa será muito importante para mim, que pretendo dar prosseguimento aos estudos em um futuro programa de mestrado”, diz Julice Aristides.

A acadêmica Helena Soares diz que apesar de ser de Campo Grande desconhece a hotelaria local. “Me interesso bastante pela aula de hotelaria. Penso até em abrir um hostel quando me formar. Pesquisar sobre esse setor será  muito produtivo”, expõe.

Para o professor Guilherme, o andamento de pesquisas como essa, não proporciona apenas o levantamento e análise de dados, benéfico para o mercado. “Sobretudo, cria nos acadêmicos, melhor compreensão sobre o sentido real da Universidade, que é a oferta de ensino, pesquisa e extensão. Não se pode desconsiderar, que referido mapeamento, inclusive, poderá trazer ao curso, demandas do mercado que poderão ser supridas por ações extensionistas”.