Hospital Universitário tem o único ambulatório transexualizador do Sistema Único de Saúde no Estado

O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh) possui o único ambulatório transexualizador de Mato Grosso do Sul, com isso oferece hormonioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e recebe pacientes de todo o Estado.

O serviço teve início em janeiro de 2017, com uma equipe multiprofissional, atualmente composta pelo médico ginecologista e responsável pelo ambulatório, Ricardo dos Santos Gomes, a assistente social Patrícia Ferreira da Silva, a médica psiquiatra Danusa Céspedes Guizzo, e o médico urologista Peterson de Assis. O ambulatório atende a população transgênero (mulheres trans e homens trans) no acompanhamento da hormonização. O acesso ao serviço se dá por meio do Sistema de Regulação, encaminhado pela Atenção Primária tanto da capital quanto do interior.

São atendidos dois pacientes (casos novos) por semana, totalizando oito no período de um mês, e 44 pacientes novos por ano para início do acompanhamento. “Em média anual estamos atendendo, entre pacientes novos e retornos, um montante de 528 atendimentos com ginecologista, 220 atendimentos com urologista, e 176 com psiquiatra. O atendimento é realizado dentro dos princípios da Política de Humanização, respeitados os direitos dos usuários quanto a sua identidade de gênero”, revela a assistente social Patrícia Ferreira da Silva.

A jovem Kauêt Migueis Borges faz acompanhamento no ambulatório uma vez por mês, há pouco mais de um ano. “Uma vez por mês, eu saio da minha casa, em Corumbá, por volta das 23h, chego em Campo Grande perto das 5h da manhã seguinte e fico esperando o horário da consulta na casa de apoio disponibilizada pelo município. Eu estava bem ansiosa no dia da primeira consulta, que foi com o dr. Ricardo, para poder dar um passo a mais na minha transição de gênero. Eu tive que esperar bastante tempo para ser atendida, porque era menor de idade e o atendimento é só a partir dos 18 anos. O atendimento de ótima qualidade e muita responsabilidade com cada pessoa que é atendida lá. A gente percebe que os profissionais buscam sempre o melhor para o paciente. Aproveito para fazer um agradecimento especial à Dra. Danuza e sua equipe, por toda a ajuda”.

Evelin Lara de Souza mudou de Rio Verde de Mato Grosso para Campo Grande e é atendida há quase dois anos no ambulatório trans do Humap. “Hoje me sinto bem melhor no meu processo de transição, por fazer terapia hormonal corretamente, por ter acompanhamento médico. Sempre desejei fazer cirurgia de prótese mamária e redesignação sexual, mas hoje estou muito feliz com as mudanças no meu corpo, com meus traços mais femininos.”

Quanto a procedimentos cirúrgicos, a assistente social esclarece que os pacientes são encaminhados de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde. “A maior virtude de um profissional é acolher os seus usuários com dignidade, afetividade, objetividade e acima de tudo respeito. Todo nós temos importância, e essa população não é diferente, ao contrário, diante de tantos desafios necessitam de serem vistos dentro de suas especificidades, mas sem esquecer de outro princípio do SUS, a integralidade. É dessa forma que buscamos realizar nosso trabalho no ambulatório trans”.

Sobre a Rede Ebserh

O Humap-UFMS faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Texto Assessoria de Comunicação do Humap-UFMS/Ebserh

Foto: arquivo da Agência de Comunicação Social e Científica