Grupo de escuta e acolhimento para mulheres inicia atividades na próxima segunda-feira

A partir do dia 27 de março, mulheres com idades entre 35 e 55 anos podem participar de grupo de escuta e acolhimento no Serviço Escola de Psicologia, na Cidade Universitária. Os encontros serão realizados todas as segundas-feiras, das 14h às 15h30, pelos próximos três meses. O público-alvo da atividade é a comunidade externa, sendo mulheres cisgênero ou transgênero. As inscrições devem ser feitas clicando aqui.

A ação faz parte do projeto de extensão Grupo de Escuta e Acolhimento para Mulheres coordenadora pela psicóloga Marianna de Francisco Amorim.  Ela explica que trabalhos em grupo favorecem o reconhecimento e a identificação entre as pessoas que participam, promovendo também o respeito às diferenças.

“As vivências compartilhadas podem ser legitimadas em sua singularidade, mas também reconhecidas em sua pluralidade, contribuindo para a promoção da saúde mental das participantes. A proposta é que seja um grupo no qual as mulheres possam construir vínculos de confiança para compartilhar suas experiências, vivências, pensamentos e emoções”.

Os encontros terão um número máximo de 10 participantes, por ordem de chegada. “O projeto foi pensado em função do perfil da população que busca o serviço, em sua maioria mulheres na idade adulta. Além disso, também foi considerada a necessidade de ampliarmos o escopo de ações ofertadas, para além dos atendimentos clínicos tradicionais”, destaca a coordenadora.

O projeto de extensão também tem a participação da estudante de psicologia Cecilia Sandoval, que cursa o nono semestre da graduação. Para ela, o grupo possui potencial para criar uma forte rede de apoio às mulheres que vivem em contexto de violência doméstica, possibilitando com que elas tenham voz para falar sobre o que passam no cotidiano. “Ao serem ouvidas e validadas, beneficiam-se por compartilharem experiências de questionamento e desconstrução dessas violências, potencializando a produção de estratégias de posicionamento e intervenção na realidade”, expõe.

A importância das redes de apoio

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que, segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça, entre os anos de 2016 e 2021,  houve um aumento de 45% no número de casos de violência doméstica a cada 100 mil mulheres no país. Os registros de crimes de assédio sexual e importunação sexual aumentaram 6,6% e 17,8%, respectivamente, entre 2020 e 2021.

Chamados de “economia do cuidado”, os serviços essenciais de cuidado são realizados, majoritariamente por mulheres, e são considerados essenciais para a manutenção e funcionamento do mundo como conhecemos. “Elas vivenciam inúmeras sobrecargas: duplas jornadas de trabalho, dilemas relativos à maternagem, violências em suas diferentes formas. Muitas vezes, se elas não possuem uma rede de apoio suficiente, tais aspectos podem produzir diversas formas de sofrimento (baixa autoestima, sentimento de solidão, etc.)”, conclui a coordenadora do projeto.

O Serviço Escola de Psicologia fica no setor 2 da Cidade Universitária, em frente ao prédio da Faculdade de Odontologia, com entrada pela avenida Costa e Silva.

Texto: Agatha Espírito Santo