Exposição Dó-Ré-MIS: Mulheres na Música de MS ultrapassa divisas

Em uma versão dinâmica, está aberta virtualmente a exposição Dó-Ré-MIS: Mulheres na Música de MS, resultado de pesquisa e trabalho de estágio de acadêmicas do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UFMS, que  repensaram e repaginaram exposição presencial do Museu da Imagem e do Som (MIS), interrompida em março pela pandemia.

A partir da disciplina “Estágio obrigatório em espaços não formais”, as estudantes Maria Carolina Rodrigues e Amanda Mamede começaram a entender a educação para além da escola e se voltaram para a ação educativa dentro de um museu.

“Nosso estágio foi feito no MIS. Fizemos uma pesquisa nas redes sociais do museu e encontramos a exposição que antes se chamava Dó-Ré-MIS: Mulheres Cantoras de MS, aberta em 6 de março deste ano, mas suspensa pouco tempo depois por conta da pandemia. Percebemos que essa temática era muito interessante e decidimos, então, abraçar a exposição, com ajuda dos funcionários do MIS”, explica a estudante Maria Carolina Rodrigues.

Com aprofundamento na pesquisa, elas montaram a exposição virtual proporcionando a quem está a visitando conhecer as artistas por meio de um breve resumo sobre suas atuações na carreira musical, aliada à exibição de um vídeo/clipe das artistas. “Achamos interessante como exposição e como meio educativo colocarmos ainda vários hiperlinks como entrevistas, matérias, as redes sociais das artistas, de forma a possibilitar às  pessoas conhecer além do que está exposto nesse ambiente virtual”, diz Maria Carolina.

A plataforma on-line trouxe novas possibilidades para a exposição, que na forma presencial não seria possível, principalmente, segundo a acadêmica, nesse momento de isolamento social, quando o MIS está fechado.

“Essa pesquisa foi muita extensa, porque englobava várias questões, começando pelo fato de conseguirmos entender e nos adaptar ao atual momento, porque o curso é presencial e nos vimos numa situação de ensino remoto. Foi todo um movimento para conseguir repensar tanto a educação formal mesmo, quanto à educação não formal. Então pesquisamos como se dariam essas relações a distancia, qual plataforma seria mais viável para o formato da exposição, para a nossa habilidade tecnológica. Cada elemento foi pensando na dinâmica da visita das pessoas, na questão educativa da exposição, do melhor acesso, melhor envolvimento do público”, expõe a curadora.

Divulgação

Instalada na plataforma Tumblr, a nova exposição foi inaugurada em 25 de agosto e ficará aberta por tempo indeterminado. As curadoras mantêm ainda postagens sobre as artistas no Instagram e Facebook, com curiosidades e temas que vão além da exposição.

“É dinâmica, deixamos aberta para as mulheres que atuam na música de MS, e que ainda não estão na exposição, se inscrever e participar. É só enviar um e-mail para mulheresnamusicadems@gmail.com com breve resumo do currículo, um portfólio e elas serão acrescentadas ao trabalho”, afirma Maria Carolina.

Na fase física, a exposição começou com 50 mulheres e agora já são mais de 60, em curva ascendente. “Já recebemos e-mail de artistas que querem participar e tivemos indicação de outras artistas das próprias cantoras e musicistas que já estão na exposição”.

“O projeto tem o potencial de crescer com a participação dos visitantes, de quem se propor experimentar essas vivências todas apresentadas na exposição”, diz a professora Simone Rocha de Abreu, orientadora do estágio e coordenadora dos cursos de  Artes Visuais da UFMS.

A professora afirma ficar bastante feliz de acompanhar alunos que vão muito além da proposta inicial da disciplina. “Paulo Freire sempre dizia que para uma educação reflexiva, crítica, progressista, é preciso que o aluno repense, refaça, recrie a proposta do professor, assim ele realmente aprende. E foi o que aconteceu”.

A exposição virtual foi aplaudida pelo MIS, coordenado por Marinete Pinheiro, assim como pelas artistas participantes, felizes pelo reconhecimento do trabalho que as enaltece a partir da divulgação de suas histórias e arte.

“O ambiente virtual agora é a nossa única opção, mas ele também traz coisas interessantes, porque amplia o acesso antes possível somente a quem estivesse em Campo Grande. Entramos para a agenda cultural da Universidade Estadual Paulista (Unesp), já que pessoas de lá assistiram a mesa-redonda que nós participamos na Semana de Desenvolvimento Profissional e se interessaram. Eles também estão planejando um site para colocar o acervo da Unesp e vão construir isso com base no nosso trabalho, tomando como referência”, expõe a estudante.

A exposição apresenta cantoras, intérpretes, compositoras, musicistas, nomes bem conhecidos como Tetê Espíndola, Sampri, Helena Meirelles, e também nomes que ainda estão surgindo.

“É muito legal ter tudo isso num mesmo espaço e saber que qualquer pessoa com internet consegue acessar de qualquer lugar do mundo”, completa Maria Carolina.

A exposição pode ser acessada em https://mulheresnamusicadems.tumblr.com/ e mais informações podem ser obtidas nas redes sociais do Instagram e Facebook  em @mulheresnamusicadems.

Texto: Paula Pimenta

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.