Entre 4 e 6 de novembro, o Câmpus de Três Lagoas (CPTL) realiza a 20ª Semana de História com o tema Ditadura empresarial-militar e justiça de transição no Brasil: povos originários e camponeses, violência e resistência. O evento é promovido pelo Curso de História, em parceria com o Curso de Geografia e o Programa de Pós-Graduação em Geografia, além do INCT Proprietas, grupo acadêmico de pesquisa coordenado pela Universidade Federal Fluminense.
De acordo com a professora e coordenadora do evento, Maria Celma Borges, o objetivo principal é discutir as permanências da ditadura, após os 60 anos do golpe militar, tal como as violências e resistências vividas por populações como quilombolas, povos originários, ribeirinhos, camponeses e trabalhadores urbanos, com ênfase para a verdade, memória, justiça e reparação.
“O que motivou a escolha do tema foi a necessidade de discussão dos 60 anos do golpe empresarial-militar, rememorado agora em 2024, a fim de que as suas atrocidades jamais sejam esquecidas para que não se repitam. Também a importância da discussão dos povos originários e camponeses naquele cenário de extrema violência, e os quais foram por longa data silenciados, na medida em que a interpretação da violência da ditadura empresarial-militar centrou-se no meio urbano. Daí a necessidade de voltar o olhar para o campo e os crimes cometidos pelas empresas em conluio com o governo militar por todo o período da ditadura e em sua continuidade, após 1985”, destaca a professora.
Mesas-redondas, conferências, simpósios temáticos, minicursos, lançamentos de livros e atividades culturais compõem a programação da Semana. “É difícil destacar algo na programação, já que todas as atividades são importantes para a formação crítica da comunidade interna e externa. Por exemplo, os minicursos vão abordar diversas temáticas, desde a dívida pública, a literatura no contexto da ditadura empresarial-militar, a história indígena, camponesa, a arqueologia; e ainda a inteligência artificial em sua correlação com a História”, fala.
“A Semana também traz também uma oficina sobre as sementes crioulas. Já os simpósios que ocorrerão na parte da tarde também abordam diferentes temas, como a questão de gênero, raça e classe e suas interseccionalidades entre a História e a Geografia; a história antiga; a história agrária entre a Geografia e a História; a literatura, história e outras artes; História, cidades e memórias; História, Educação e Sociedade. Já no período noturno, os temas giram em torno do título da 20ª edição da Semana”, completa.
Inscrições e mais informações
“O público-alvo são os estudantes e professores da UFMS e de outras instituições, públicas e particulares, assim como alunos e professores do ensino médio, especialmente a partir do segundo ano. Também a comunidade externa, de uma forma mais ampla, já que a temática interessa à todas as pessoas”, explica Maria Celma.
Há vagas para os minicursos sobre: as dimensões da dor e da morte nas representações literárias da ditadura; história agrária, campesinato e população, perspectivas teóricas e práticas para o estudo do campesinato brasileiro; noções de arqueologia para o contexto de ensino de história; noções de arqueologia para o contexto de ensino de história; as tenebrosas transações no sistema da dívida pública brasileira de 1964 aos dias atuais; inteligência artificial e o ensino e pesquisa em história; aspectos gerais da história indígena no Brasil; sementes crioulas e caldas defensivas. O número de inscrições é limitado a 30 pessoas por minicurso.
Clique aqui para conferir mais detalhes sobre a programação.
Texto: Vanessa Amin