Acadêmicos que participaram do intercâmbio cultural na Universidade de Washington (UW) visitaram o gabinete da reitoria para compartilhar sobre os aprendizados e experiências vividas.
A UFMS possui esta parceria com a UW há alguns anos, onde estudantes brasileiros estudam e desenvolvem atividades nos câmpus da instituição por algumas semanas e estudantes estadunidenses fazem o mesmo em Mato Grosso do Sul. O objetivo é a troca de vivências culturais e o desenvolvimento da pesquisa científica de ambos os países.
“O intercâmbio cultural se constitui de palestras, atividades informativas, aulas dentro das instituições, visitas técnicas e passeios. É uma programação cultural, mas de cunho acadêmico. Por exemplo, o estudante brasileiro só vai para lá se ele tiver fluência em inglês e um projeto, um plano de trabalho, aprovado pela instituição americana”, explica o professor José Paulo Gutierrez, da Faculdade de Direito (Fadir).
Os planos de trabalho devem ser sobre projetos com foco nos Direitos Humanos com interseccionalidade em gênero, raça, etnia e classe. O plano de trabalho deve já estar em andamento aqui no Brasil, para que na primeira semana de intercâmbio o estudante apresente seu progresso e, assim, dê andamento a sua pesquisa com o auxílio dos colegas estadunidenses.
Raíssa Chélsea Mota Braga de Carvalho, acadêmica do 5º semestre de Direito, desenvolve um trabalho sobre os obstáculos históricos e atuais dos povos indígenas. “Foi muito interessante analisar o contexto dos povos indígenas nos Estados Unidos e fazer uma comparação com o Brasil, notar quais são as principais diferenças, o que eles já conquistaram lá e aqui ainda estamos tentando a conquista aqui e também o que aqui já tem e lá ainda não”.
Ela diz ter optado pelo intercâmbio pela oportunidade de viver e estudar em uma cultura diferente da brasileira. “Ao mesmo tempo que você está indo para estudar, você está indo para outro país, conhecendo uma cultura nova, tendo acesso a um sistema de educação novo, a professores com uma didática nova e isso me deixou muito empolgada, conciliar o estudo com uma experiência totalmente diferente”.
Já Thales Dantas Passos, acadêmico do 7º semestre de Direito, viver essa experiência duas vezes. “É a segunda vez que eu vou para esse intercâmbio, fui em janeiro do ano passado e esse ano fui como monitor, supervisionando o pessoal, mas também apresentei um projeto sobre discriminação dentro das universidades e ferramentas para combatê-la”, conta.
A ideia de Thales é estudar estas ferramentas para uma possível aplicação prática na UFMS, ou seja, aprender com a Universidade de Washington para melhorar o dia a dia de sua própria instituição. “A Universidade de Washington é bem diversa, tem alunos indígenas, negros e LGBTQI, e eu quis importar algumas ferramentas que eles usam lá para combater a discriminação e trazer aqui para a gente”.
Segundo ele, o intercâmbio é importante para o desenvolvimento futuro de sua carreira. “Para mim o saldo mais positivo dessa experiência é o networking. Conhecer professores do mundo todo, trocar mensagens, apresentar um projeto e poder plantar sementes para o futuro”, afirma.
Texto: Leticia Bueno