Com nível de alerta subindo, Corumbá enfrenta situação complicada com a Covid, aponta relatório técnico

Com nível de alerta quatro, as recomendações de medidas restritivas de mobilidade com foco em deslocamentos são essenciais para conter o avanço da Covid-19. Essa é parte da análise feita por pesquisadores da Rede Geográfica da Covid-19 em Mato Grosso do Sul acabam de divulgar Relatório Técnico de Análise Geocartográfica da Covid-19 na Microrregião de Corumbá, referente ao período da 27ª a 29ª semanas epidemiológicas.

Corumbá é o terceiro município no estado em número de mortes pela Covid-19, totalizando 45, com letalidade de 3,3% dos casos confirmados.

“Em uma semana terá de ser decretado lockdown. Estamos em situação gravíssima, muito delicada”, afirma a professora do Campus do Pantanal Elisa Pinheiro de Freitas, uma das responsáveis pelo relatório que tem a parceria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).

O relatório apresenta Indicadores Compostos de Morbidade, Mortalidade e de Aumento da Taxa de Incidência da doença e a construção do Índice de Morbimortalidade por Covid-19.

De acordo com os pesquisadores, “para efeito de medidas para a preservação das vidas, do sistema de saúde e para  a  contenção  da  doença,  as  ações  devem  levar  em  conta  o  município  de Ladário,   que   apresenta   indicador   de   alerta   no   nível   três,   que   requer   como procedimento básico as restrições de aglomerações, uma vez que nossa análise técnica  considera  os  fortes  níveis  de  interações  espaciais  entre  as  duas  cidades conurbadas”.

É preciso, conforme o relatório, que haja esforço multiinstitucional entre os gestores   das   cidades   que   compõem   os   dois   municípios   da   microrregião   para implementação de políticas de enfrentamento à doença que resultem em ações mais eficientes, efetivas e eficazes.

Esses níveis de alerta são válidos até o dia de hoje (3), tendo como base a dinâmica populacional, os decretos, a alocação de serviços de saúde e profissionais e todas as demais variáveis que interferem na disseminação do novo Coronavírus.

“Recomendam-se análises diárias para compreender as variações nos dados das duas semanas epidemiológicas anteriores e avaliar os decretos e ações das autoridades que ocupam cargos   institucionais   públicos. Sugerimos a manutenção das barreiras sanitárias existentes, com desinfecção, monitoramento da temperatura das eventuais pessoas em deslocamentos essenciais e a implementação   de   barreiras   sanitárias   nas   demais   possibilidades   de   acesso   à conurbação  Corumbá-Ladário,  com  o  objetivo  principal  de  restringir  a  circulação  do novo Coronavírus entre as microrregiões de saúde e com os países vizinhos, Paraguai e Bolívia, com destaque para a dimensão da fronteira entre o Brasil e a Bolívia”, enfatizam os pesquisadores.

O relatório destaca que ações mais restritivas em um único município não proporcionará a diminuição necessária na velocidade de contágio que resulte na proteção à vida e dos recursos públicos, com destaque aos do SUS, assim como o monitoramento dos indicadores e da mobilidade nas regiões limítrofes à fronteira internacional.

“Sugerimos além da adoção de medidas para deslocamentos essenciais, a fiscalização efetiva do cumprimento das medidas, campanhas que tenham como objetivo educar e informar a população para o adequado enfrentamento à pandemia e para o cumprimento das normas e dispositivos legais”, completam.

Veja abaixo o relatório na íntegra.

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Texto: Paula Pimenta 

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