Ciclo de palestras debate a história nacional por meio da literatura

A primeira edição do ciclo de palestras Ainda o Regionalismo, nosso contemporâneo? reúne pesquisadores de todo o Brasil, de forma remota, gratuita e aberta à comunidade interna e externa. As atividades serão desenvolvidas nos dias 2, 9, 16, 23 e 30 de setembro, sempre às 19h, pelo Laboratório de Estudos do Horror e da Violência na Cultura, em parceria com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul. Os interessados devem realizar a inscrição neste link.

Segundo a professora da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação, Rosana Cristina Zanelatto Santos, o evento surge como um desdobramento do projeto de pesquisa de mesmo nome, proposto a partir do Bicentenário da Independência Nacional, comemorado em 2022. “O projeto visa ao estudo das ressonâncias e das reverberações do paradigma romântico na literatura brasileira contemporânea para a composição de um quadro do Regionalismo na produção literária em Mato Grosso do Sul, podendo espraiar-se para os demais estados da região Centro-Oeste e também do sul do País e da América Latina”, afirma.

Os encontros serão realizados às segundas-feiras de setembro. A primeira palestra, realizada no dia 2, terá como tema Independências do Brasil: Artes, História e Literatura nas disputas em torno de projetos de nação e será ministrada pelo professor do Câmpus do Pantanal (CPan), Wellington Furtado Ramos. No dia 9, a professora do CPan Carina Marques Duarte ministra a palestra Identidade e resistência em Luandino Vieira. No dia 16, será a vez da palestra A Origem do Fogo e da arte culinária na cultura Kaiowá, ministrada pela estudante de pós-doutorado Gabriela Barbosa Lima e Santos. A palestra Mundaú te lambeu: o Quilombo dos Palmares na história e na literatura será realizada no dia 23 pelo professor José Minervino Neto da Universidade Federal de Alagoas; e, para encerrar, a professora Ângela Teodoro Grillo, da Universidade Federal do Pará, realiza a palestra Mulheres no Brasil colônia e contemporâneo: estudo de imagens poéticas sobre sexualidade e trabalho.

“A escolha dos temas da palestra procurou contemplar o objetivo do projeto de pesquisa, isto é, romper a invisibilidade social de determinados agentes históricos em meio a espaços simbólicos reservados à intelectualidade brasileira”, conta a estudante de pós-doutorado Carolina Barbosa Lima e Santos. Ela ainda ressalta que o intercâmbio de ideias, culturas, áreas do conhecimento e instituições de ensino, além do diálogo entre a academia e a comunidade geral, podem gerar frutos para a difusão da pesquisa realizada nas universidades e para o estímulo de novos estudos.

De acordo com a estudante, o ciclo de palestras pretende reconhecer e promover as produções das regiões historicamente marginalizadas, incluindo vozes indígenas, quilombolas, nortistas, africanas e femininas, para integrar essas perspectivas da história nacional. “Nosso evento tem por intuito evidenciar que as universidades brasileiras têm muito a contribuir com os interesses de suas respectivas comunidades. Somamos esforços com diversas instituições do País para oferecer ao público geral de Mato Grosso do Sul uma programação gratuita e de qualidade em torno da multiplicidade cultural que forma o imaginário brasileiro. Esta é uma ocasião para revisarmos nossa história e redesenharmos coletivamente novos projetos de nação”, complementa Carolina.

A gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e integrante do grupo de pesquisa, Melly Sena, destaca a importância dessa parceria entre a UFMS e o Governo do Estado. “Somos um Estado de 46 anos, ou seja, somos jovens ainda. Estamos nessa consolidação do que é ser sul-mato-grossense, e isso acaba refletindo no que é ser brasileiro. Enquanto cidadãos de Mato Grosso do Sul, temos elementos que compõem o nosso patrimônio e nossa memória cultural, que vão compor a nossa identidade, e o patrimônio literário é um deles”.

Haverá emissão de certificado para os inscritos ao final do evento.

Texto: Nayane Aleixo, bolsista da Agência de Comunicação Social e Científica