Com quantas sementes se faz uma pastagem? Uma ferramenta desenvolvida a partir de parceria entre pesquisadores da Faculdade de Computação da UFMS, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras busca sanar a dúvida recorrente na rotina de produtores rurais.
A partir de informações fornecidas pelo produtor, como método de semeadura e tipo de semente, a calculadora fornece uma sugestão da quantidade necessária para o plantio de uma pastagem em uma determinada área. Com o cálculo, é possível reduzir desperdícios e custos.
O professor da Faculdade de Computação Edson Takashi Matsubara é um dos responsáveis pelo projeto e explica que os pesquisadores da UFMS atuaram no desenvolvimento do algoritmo que realiza os cálculos com elementos de inteligência artificial. “Desenvolvemos um sistema para recomendação de forrageira que, a partir desse conjunto de questionamentos, faz uma sugestão bem similar a um especialista da área”, detalha.
A calculadora de sementes pode trazer diversos benefícios para o produtor rural. “A ferramenta vai possibilitar ao produtor uma melhor recomendação de plantio e também auxilia na escolha correta da semente para aquele cenário. Além disso, gera uma produção com maior qualidade pela escolha mais acertada da forrageira a ser plantada”, ressalta Edson.
O pesquisador da Embrapa Sanzio Barrios também ressalta as vantagens obtidas com o uso da ferramenta. “Com esse instrumento, reforçamos as boas práticas de manejo, preconizadas pela pesquisa. É útil para o produtor, que pode escolher a quantidade e a qualidade de sementes, estando mais consciente de suas escolhas”, afirma.
A ferramenta é gratuita e está inserida na plataforma Pasto Certo, disponível para download nas versões Android, iOS e para Web. Além da calculadora de sementes, o aplicativo também oferece outras funcionalidades relevantes para quem trabalha com a bovinocultura de corte e leite.
O professor explica que o desenvolvimento do projeto também trouxe benefícios para as instituições de pesquisa envolvidas. “Nessa parceria para desenvolver a ferramenta, o foco principal era ajudar o produtor rural, mas também tivemos retorno. Esse trabalho nos ajuda a desenvolver e publicar pesquisa científica, com envolvimento de estudantes e retorno para a Universidade, ajuda a Embrapa a desenvolver seus projetos e também auxilia as empresas especializadas que trabalham com a venda dessas forrageiras”.
Texto: Alíria Aristides, com informações da Embrapa
Fotos: Arquivo da Agência de Comunicação Social e Científica (capa) e Reprodução