Claudio Benites da Silva, acadêmico do último ano de Educação Física na UFMS, pesquisa a inclusão de pessoas com deficiência nos esportes de aventura desde 2015, sendo este o tema de seu trabalho de conclusão de curso (TCC). “A ideia geral surgiu em 2004, quando praticava um rapel noturno na cachoeira do Inferninho e em meio à escuridão surgiu um questionamento: Como seria para um deficiente visual, praticar rapel? Quais as sensações e emoções?”, conta o aluno.
As perguntas ficaram guardadas até 2015 quando, de volta à universidade, e orientado pela professora Marina Salerno, Claudio iniciou uma pesquisa sobre a inclusão das pessoas com deficiência visual nos esportes de aventura. “Em Setembro de 2016, um grupo formado por acadêmicos do curso de Educação Física da UFMS, a empresa Trilha Extrema Turismo e Aventura e sete deficientes visuais deram inicio a esta jornada aqui em Campo Grande. A experiência serviu de base para o meu TCC” relembra.
Além do rapel, Cláudio já promoveu também um salto de paraquedas e dois de bungee jumping com pessoas com deficiência e, ainda, um rapel no dia 1º de outubro com a coach, consultora de carreira e gestora de uma empresa de turismo Andresa Lima. Ela perdeu a perna esquerda aos 12 anos em conseqüência de um câncer ósseo e, por conta da cirurgia extrema necessária, foi impossibilitada de utilizar prótese. Com espírito aventureiro Andresa encarou no último domingo os 30 metros de altura da cachoeira do Inferninho em um rapel que descreveu como “a maior emoção da sua vida”.
A coach e gestora está agora inscrita para saltar de paraquedas no 2º Pantanal Radical, evento que será realizado em Campo Grande nos dias 10, 11 e 12 de outubro, e reunirá diversas modalidades de aventura como: salto de paraquedas, bungee jumping, sobrevôo da cidade de helicóptero e vôo de balão, entre outras. Além da abertura ao público em geral, participarão cerca de 20 pessoas com diferentes deficiências que já integram projetos que promovem atividades esportivas. O acadêmico Claudio Benites da Silva, que também integra a equipe da Trilha Extrema Turismo e Aventura, irá auxiliar os participantes no evento.
Claudio ressalta que apesar de existirem diversas pesquisas sobre a inclusão de pessoas com deficiência nos esportes de aventura e seus benefícios; de existirem diversos movimentos lutando por essa inclusão; e até mesmo tendo o Ministério do Turismo criado um programa chamado Turismo Acessível, cujo objetivo é “promover a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida à atividade turística”, a realidade que se apresenta ainda é de segregação, por isso a necessidade de se promover a inclusão. “A natureza é para todos e os esportes de aventura também”, finaliza.
Informações e fotos: Claudio Benites
